sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ALMAS DESNUTRIDAS


Pr. Raul Marques

O comportamento dos homens na sociedade moderna tem produzido ao mesmo tempo: avanço tecnológico, acúmulo de riquezas concentradas e pessoas doentes da alma e do coração. A idéia de um mundo globalizado e capitalista tem avançado a passos tão largos que não se vislumbra uma nova direção para as nações da terra que não passe necessariamente por guerras cada vez mais renhidas e odiosas. Parece não haver mais espaço para os simples, para os fracos, para os pobres, para as minorias e, sobretudo, para manifestações que advenham da fé; não de uma fé manipulada e utilitária, mas, de uma atitude de confiança plena no único poder superlativo: o de Deus, Criador e Mantenedor da vida, causa e conseqüência de tudo o que existe.

O caos social nas cidades tem sido a radiografia mais eloqüente nos noticiários. A violência tem sido a novela cotidiana das nossas famílias. As escolas têm se tornado a praça onde se distribuem drogas e camisinhas para uma juventude que não sabe pensar e nem agir, visto que adora ídolos cujas almas estão desnutridas, e, portanto, vivem a anorexia interior e o vazio doentio. As doenças proliferam e o mal parece vencer o bem... Há muitas vidas que não esboçam mais nenhuma reação aos fracassos diários; se tornaram incapazes de tomar o timão do navio de suas vidas, e, deixando-o à deriva, apenas assistem o seu naufrágio. Há muitas vidas que ancoraram no mar da solidão e do auto desprezo, e não acreditam mais que novos ventos possam abanar as suas Velas e levá-las por mares nunca dantes navegados.

Aquilo que o mundo mais despreza é, sem dúvida, aquilo de que ele mais necessita: Deus. Foi Ele mesmo que “amou o mundo de tal maneira, que deu o filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3.16. Foi exatamente este Filho que afirmou: Eu sou o pão da vida, o que vem a Mim, jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” João 6:35. A desnutrição da alma humana só tem cura quando alimentada por este pão incontaminado; só saciará a sua sede de vida quando provar desta água vinda de fontes sobrenaturais.

As nossas famílias têm recebido os ataques mais violentos de que se tem notícia. Delas tem sido roubado o tempo de dialogar com Deus. Delas tem sido subtraído o prazer da comunhão. Delas tem sido aniquilada a esperança, restando-lhes a aridez dos desertos da convivência e a presença nefasta dos prazeres fugazes e da carência de afetos verdadeiros, produzindo a mais completa desnutrição da alma e a miséria nos corações em escombros.

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