quinta-feira, 29 de julho de 2010

PARA QUEM ESTÁ PERDENDO A ALEGRIA DE VIVER

Pr. Raul Marques

Há uma desesperança grassando com tanta força no seio da humanidade que é quase impossível não percebê-la no olhar distante e desolado de cada pessoa. Por isso encontramos tanta gente ferida, desiludida, angustiada e sem perspectivas e sonhos. Conversando com muitas pessoas descobrimos que mais que coisas, que posses, que dinheiro, que status, que beleza física, nós carecemos mesmo é de Deus. Não de um deus de ficção, mas do DEUS real. No desespero deste estado de amargura muita gente tem enveredado por caminhos que aparentemente levam a Deus, no entanto, comprovam inexoravelmente que o deus que eles buscam não é o mesmo Deus anunciado por Jesus. Aliás, contra isso a Bíblia adverte: “o mundo jaz no maligno”; ele é o deus deste século.
É perfeitamente possível mudar todo esse estado de miséria da alma. É necessário, porém, que renovemos em primeiro lugar a nossa mente, não do modo como desejamos que venha a ser, mas do modo como o Espírito de Deus planejou. Através do apóstolo Paulo Ele nos diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2). Se aceitarmos que os planos de Deus são mais elevados que os nossos, as nossas chances de vitória serão infinitas.
A fé nos eleva da letargia às ações concretas; do desfalecimento ao bom ânimo; do recrudescimento à ponderação; da morte à vida. Essas certezas se baseiam nas palavras do Senhor Jesus, que afirmou: “Todo aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá”. Baseiam-se na força do Deus real, presente para todos os que o buscam. Baseiam-se na força daquele que dá alívio ao cansado; que socorre ao aflito; e que salva o perdido.
Em Ezequiel 37 encontramos a resposta para a nossa pergunta mais desesperada nos momentos de dor: “
O que pode Deus fazer por mim?”. Ele pode fazer acontecer conosco o mesmo que ocorreu às milhares de pessoas no vale de ossos secos... Se você crê nisso, então “levanta do teu leito e anda!”. Se você pensa que todas as chances já se esgotaram, está enganado; Deus é capaz de nos surpreender dando-nos muito mais do que pedimos ou pensamos. Se está cansado dos “amigos” deste mundo, torne-se AMIGO DE JESUS. Veja do que Ele é capaz por você. Foi Ele mesmo quem afirmou: “Ninguém tem maior amor que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando” (João 15.13-14). Vamos, enxugue as lágrimas! É hora de recomeçar: segura na mão de Deus, e vai!

sábado, 24 de julho de 2010

PERDER PODE SER UMA GRANDE VITÓRIA

Pr. Raul Marques

Como habitantes de um mundo extremamente capitalista, tendemos a aceitar com naturalidade a crença de que nascemos para o triunfo da matéria, de tal modo que ganhar só faz sentido quando for sinônimo de ajuntar e possuir. Essa violência ideológica fomenta a destruição do sentimento de gratidão para com Deus, a vida, a família e os amigos, pois não permite que estejamos contentes com o pouco que temos, senão que almejemos sempre mais, e mais, e mais...

Perder pode ser uma grande vitória, por mais paradoxal que pareça. Às vezes é necessário que percamos coisas, oportunidades e pessoas, de maneira que percebamos com clareza que éramos mais pobres com elas, e que estávamos agarrados a desvalores. O apóstolo Paulo, por exemplo, afirma ter perdido tudo por amor a Cristo, ao ponto de ressaltar “não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim”. Ele perdeu as influências do Sinédrio, as benesses do governo romano, a comodidade das salas infestadas de religiosidade, trocando tudo pela poeira das estradas, a insegurança dos caminhos, a imagem cansada de pessoas simples, a humildade dos casebres e a sabedoria dos iletrados.

Esta semana li com profunda avidez dois artigos maravilhosos, escritos pela pena da experiência do real e não da ficção. O Bispo Anglicano Robinson Cavalcanti, registrando os seus “50 anos de crente”, depois de relatar tantas experiências, finaliza o artigo dizendo: “Fui difamado e processado, e sofri um nunca imaginado martírio no interior da própria igreja. Continuo, porém, ainda vivo, ministrando, assistido por meu Senhor!”. O Pr. Ricardo Gondim, da Assembléia de Deus Betesda, conclui o seu magistral artigo, dizendo: “Não quero que discursos substituam a força do abraço. Os amigos de Jó tropeçaram nos cadarços porque se imaginaram aptos para oferecer consolo com juízos horrorosos. Quero falar do céu sem desgrudar-me do mundo e mostrar que a vida abundante prometida por Jesus não merece ser empurrada para depois da morte. Repetirei as palavras de Paulo: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”. Vou enfatizar que a verdadeira religião consiste em cuidar do órfão e da viúva. E não me esquecerei: toda a lei se resume em amar a Deus e ao próximo como a mim mesmo. Se conseguir teologar assim, com a ternura dos poetas e a paixão dos profetas, completarei a minha carreira, tendo guardado a fé”.

Às vezes ficamos murmurando com certas perdas, mas, com o tempo, percebemos que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus; daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Algumas vezes na nossa vida precisamos agradecer a Deus tudo o que perdemos, pois, somente assim, Ele nos faz mais que vencedores!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Copa e a Culpa...


Pr. Raul Marques


Uma das armadilhas mais terríveis de Satanás é a transferência de culpa. Ele instiga as pessoas a não assumirem seus erros, repassando-os a outros, numa incansável busca pela apresentação de bodes expiatórios... Foi assim desde o princípio quando ele engodou os primeiros humanos. Foi assim quando o homem, achando-se culpado, buscou transferir a culpa para a mulher, que buscou transferir para a serpente, e esta, é claro, quis de pronto, culpar a Deus. Assim tem caminhado a humanidade.
Recentemente nós vimos este episódio repetindo-se na vida do Técnico da nossa Seleção Nacional, durante os meses que antecederam a Copa do Mundo, durante e depois da sua realização. Dunga classificou o Brasil com folga nas Eliminatórias; fez bonito na Copa das Confederações, e dirigiu a Canarinha com todo êxito até o fatídico jogo contra a Holanda que, infelizmente, nos colocou de volta para casa mais cedo do que esperávamos.
Quantas lições interessantes podemos aprender aqui? Primeiro: ninguém pode ganhar tudo o tempo todo; Segundo: todos somos falhos e passíveis de contratempos; Terceiro: todas as outras Seleções estavam ali para ganhar; Quarto: quando estamos à frente de qualquer empreendimento temos a responsabilidade de realizar tudo para satisfazer a expectativa de muitos, o que nem sempre ocorre positivamente; Quinto: enquanto estivermos ganhando seremos admirados, quando, no entanto, alguma coisa não der certo, é hora de buscar o famoso bode expiatório. Se, porventura, Dunga tivesse sido campeão, certamente seria ovacionando mesmo com todos os desacertos e condutas contraditórias existentes. Técnico não bate pênalti; não sofre falta; não bate escanteios, etc. e etc. Uma Seleção é um conjunto de forças, de quem faz parte também a torcida de uma nação inteira. A Seleção brasileira não foi bem, portanto, todos são responsáveis por isso. No entanto, ao invés do reconhecimento deste fato, parece-nos mais cômodo transferir a CULPA; parece que alivia mais a dor geral; entorpece; anestesia o coração ferido...
Tudo isso tem a ver com culpabilidade adquirida através da transgressão do homem contra Deus. O caráter humano foi alterado. A Bíblia nos informa que “
Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Ora, Jesus veio a este mundo por amor a todas as pessoas, no entanto, foi crucificado e morto. Ele veio para nos encher de vida abundante; não obstante, recebeu indignação e rebeldia. Transferimos para Jesus toda a nossa culpa e desgraça, ainda que soubéssemos que Ele não tinha culpa alguma. A transferência de culpa ocorrida contra o Técnico da Seleção é a mesma que se repete nos casamentos, nas relações de amizade, nos negócios, enfim, basta somente que os nossos interesses sejam contrariados e já começamos por atirar a primeira pedra.
No jogo da vida, será que temos jogado limpo? Será que temos feito a nossa parte? Na Copa da nossa existência, temos sido honestos e corretos no julgamento alheio? Cuidado, você hoje pode estar confortável na condição de ser pedra; amanhã, quem sabe, esteja exposto aos estilingues, como vidraça...