quarta-feira, 21 de abril de 2010

O ESTÍMULO DE DEUS


Pr. Raul Marques


Muitas vezes nós subestimamos as capacidades que Deus nos deu para a superação de conflitos interiores e adversidades externas. Quase sempre a oração é o último recurso que temos quando, na verdade, deveria ser exercido com prioridade. Mas, Aquele que nos fez e que nos conhece com absoluta profundidade, não dotou-nos apenas de capacidades essenciais, acrescentou-nos a Sua Graça, aliás, Maravilhosa Graça! A oração é um bem da Graça, as respostas são a sua atuação materializada pelas misericórdias do Senhor que se renovam a cada manhã.
Hoje nós fizemos três visitas distintas e cheias de grandes lições. A primeira delas foi ao velório de uma pessoa amiga, num ambiente aziago, cheio de tristeza e saudade; a segunda, a uma família que abriu o coração para Deus através da dor de ver dois filhos mergulhados no caos das drogas; e a terceira, a uma família que se refazia em meio ao luto, das inquietações e vazios deixados pela morte de alguém muito próximo. Esse é o quadro da vida real sem maquiagens e sem retoques; é a transparência humana independente de nós mesmos. Muitas vezes Deus nos conserva inteiros para que nos percebamos nos outros, aos pedaços, carentes e irremediavelmente dependentes de Sua Graça. Em meio a tudo isso encontramos o Senhor Jesus a nos dizer: "
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve" (Mateus 11.28-30). Esse chamamento de Jesus nos ensina o Caminho através do qual devemos ir até Deus; permite-nos ver que existe remédio para a nossa dor; que há refrigério e há alívio. O Mestre nos coloca diante da possibilidade de trocarmos o nosso fardo com Ele; que devemos aprender com Ele; e que nEle, finalmente, encontraremos descanso para as nossas almas pesarosas. O maior impedimento às nossas curas somos nós mesmos, visto que não confiamos plenamente naquilo que o Senhor nos ensina, sobretudo nas horas mais duras da nossa existência. Falta-nos coragem para pedir em oração, porque falta-nos a fé suficiente. Se ousássemos crer conforme nos ensinam as Escrituras, certamente veríamos coisas maravilhosas ocorrerem, pois o Senhor nosso Deus está pronto a responder a todo aquele que nEle crê. O Estímulo vem sempre do Senhor, como por exemplo, o que Ele nos ensina através de Tiago 5:17 - “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra”. O poder não está em quem faz a oração, mas naquele que atende a oração. O coração do pedinte precisa ser verdadeiro e estar confiante. Deus estimula e responde.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A BÍBLIA SEMPRE TEM RAZÃO

Pr. Raul Marques

A Bíblia tem sido a nossa regra de fé e prática, como afirmamos retoricamente? A Bíblia não carece das nossas verdades para defendê-la como Palavra de Deus; ela mesma se esclarece e se notabiliza pela força do Espírito de Deus que traz em si. A Bíblia não precisa de defensores para continuar existindo, mas não podemos nos esquivar de testemunhar do bem que ela nos faz, através das verdades absolutas que somente nela encontramos. Sob todos os aspectos, a Bíblia sempre tem razão!

Tudo o que é falso Deus repudia: lábios falsos, falsos profetas, falsos sonhos, falsos testemunhos, falsos cristos, falsos pastores, falsos apóstolos, e falsos irmãos, etc. Aliás, sobre esse tema Ele nos recomenda em Filipenses 4:8 - Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. Será que temos pensado e buscado essas coisas para que vivamos uma vida condizente com aquilo que professamos?

Vivendo a era das aparências, é bastante comum encontrarmos falsificações de todas as espécies. Por exemplo: CD’s e DVD’s que parecem originais, mas não são; tênis, camisetas, e até dinheiro, que parecem verdadeiros, mas não são! Em um mundo assim não é difícil nos depararmos com falsos amigos e falsos irmãos... Observemos o perfil do falso irmão: 1. O falso irmão é um hipócrita - Nos abraça e diz que nos ama, mas nos difama às escondidas; 2. O falso irmão é um homicida - E, veja porque é - 1 Jo 3:15-16: “Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos; Ap 22:15 “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e pratica a mentira; 3. O falso irmão é cheio de inveja - É como Caim - Gn 4.8 “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou”.

O apóstolo Paulo vivenciou terríveis perigos e provações, conforme constam relacionadas em 2 Coríntios 11.26, “Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos”; mas, nenhuma delas deve ter deixado tantas marcas quanto a última. Nenhum outro discípulo feriu mais a Jesus que Judas. Sabemos pela Palavra de Deus que “o Diabo veio para matar, roubar e destruir” (João 10.10), e por isso mesmo compreendemos melhor porque alguém pode ser capaz de abraçar, beijar, fazer elogios rasgados, escrever notas, prestar homenagens, recomendar, convidar, e até defender, alguém a quem daqui a pouco irá apunhalar pelas costas, denegrir, e desdenhar, deixando escandalosamente claras a estupidez e a falsidade. Como disse Paulo a Timóteo: “Foge também destes!” (II Tm 3.5). O Diabo é o pai da mentira! A Bíblia sempre tem razão!

terça-feira, 13 de abril de 2010

ENTRE O DIZER E O FAZER...


Pr. Raul Marques

Eu tinha dezoito anos quando ouvi uma canção bem popular que dizia: “Não adianta ir à igreja rezar e fazer tudo errado...”. Eu percebo muita coisa interessante nas canções, que serviria muito às nossas experiências de vida social, religiosa, conjugal, etc., se atentássemos mais para a sua comunicação que para o simples consumo musical. Há verdades teológicas subjacentes em muitas canções populares, e esta é uma delas: as contradições entre a fé e as ações.
Uma coisa é o Evangelho, outra coisa é o evangelicalismo. Aquele, é o Poder de Deus para todo aquele que crê; este, um movimento que pretendia firmar-se na prática habitual daquele. Uma coisa é a fé, outra coisa é a sua prática. Por isso mesmo o Senhor conservou-nos duas Epístolas da maior importância: a de Paulo aos Efésios e a de Tiago, para educar-nos na imperiosa necessidade da harmonia entre a fé as nossas ações.
Quanta gente talentosa e criativa dizendo-se cristã, negando-lhe a essência e o fundamento, que é Cristo. Como pode alguém estar tão intimamente ligado aos arraiais divinos e ao mesmo tempo tão perversamente unido ao Inimigo de Deus? Como podemos admitir que alguém seja sal e luz neste mundo, e ao mesmo tempo tão maledicente, tão palrador? Como reconhecer que alguém possa ter o Espírito de Deus, ao mesmo tempo em que age com espírito contencioso?
Esta semana eu vi e ouvi coisas que jamais desejei presenciar, embora entenda que é preciso que ocorram para que seja evidenciado aquele a quem a Bíblia chama de mensageiro de Satanás (II Cor 12.7). Fica muito evidente nessas horas a disparidade profunda entre o dizer e o fazer... Naquele momento lembrei-me automaticamente da canção ouvida aos meus dezoito anos de idade. Aquela ocasião exigia que alguém cantasse aquele verso outra vez: “Não adianta ir à igreja rezar e fazer tudo errado...” até para não macular a Igreja, a noiva de Cristo. É também nessas horas que a gente lembra o que o Senhor Jesus nos ensinou a esse respeito: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21); e também ao contar uma parábola: “E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro. o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno; Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século”. Que pena que aquela música tem razão!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

NUNCA SE CANSE DE AMAR


Pr. Raul Marques


A fonte da felicidade é o amor, e como a Bíblia afirma que Deus é amor, é obvio concluir que sem Deus ninguém pode ser feliz.
Por que será que todos dizem buscar a felicidade, e agem com tanta contradição na direção deste objetivo? Por que será que todos afirmam ter horror às guerras, mas se inflamam com tanta facilidade? Por que será que todos sabem perfeitamente que o diálogo é o melhor caminho para a paz, no entanto, praticam o silêncio como defesa pessoal? Jesus Cristo nos ensinou todas as lições para uma vida de felicidade, não necessariamente com a ausência de lutas e adversidades, mas, sobretudo, em meio a elas. Ele afirmou que veio para nos dar vida em abundância, entretanto, alertou-nos também para tempos difíceis ao assegurar que “por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt. 24.12). Vivemos numa era sentimentalmente glacial. Muitos chegam à conclusão de que não vale a pena viver. Outros, porém, afirmam que “felicidade não existe; o que existe na vida são momentos felizes”. Tudo isso nos revela a desconfiança, a descrença e a desesperadora ausência de Deus em um mundo de utopias religiosas.
O apóstolo Paulo entendeu muito bem as lições de Jesus Cristo e, vivendo o caos do seu tempo, ministrou a um jovem chamado Timóteo, assim: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” (II Tm. 3.1-5).
Embora tenhamos tantas situações adversas, ao mesmo tempo em que os sentimentos mais nobres pareçam tão ausentes no seio da humanidade, vale a pena insistir na política do cristianismo de Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”. Devemos até estar fatigados de sofrer, mas, NUNCA devemos nos cansar de amar, pois, o que o apóstolo a quem Jesus amava viu e escreveu, para a nossa edificação o fez: “ORA, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13.1).

segunda-feira, 5 de abril de 2010

CADA UM SÓ DÁ O QUE TEM...



Pr. Raul Marques


Deus criou a família para ser um porto seguro através de relacionamentos saudáveis, inclusivos e prósperos, no entanto, as habilidades humanas associadas à liberdade de escolha concedida por Deus lhe trouxeram profundos desgostos, pois, contrariando os planos divinos o homem transgrediu e, no pecado, decidiu caminhar de moto própria e à revelia do Pai. Aí começou a tragédia da humanidade.

Somos todos dotados de sentimentos e razão, mas nem sempre estes atributos são utilizados de forma devida, o que provoca as mais desgastantes e deploráveis manifestações negativas dos comportamentos nos nossos relacionamentos. Somos capazes de amar com toda a intensidade, do mesmo modo que passamos em fração de segundos à cólera visceral.

A fé é o mais rico presente que Deus concedeu ao homem. Através dela nós podemos nos recompor perante o Pai. Através de Jesus Cristo, Deus nos concedeu a possibilidade da reconciliação, e assim, a reposição dos melhores sentimentos. Ocorre, porém, que mesmo agarrados à fé a luta da carne contra o Espírito é titânica, de modo que não podemos nunca deixar de vigiar e orar.

Uma vez que estamos dotados dos melhores e mais altos sentimentos, recebidos de Cristo para vivenciarmos a nossa fé, precisamos entender que somos falíveis, finitos e absolutamente carentes da Graça de Deus. Assim sendo, devemos atentar para as nossas próprias fraquezas e debilidades a fim de que a família sobreviva às tempestades deste mundo tenebroso. A Igreja é uma parte fundamental da família. Mas, incrivelmente, encontramos comportamentos muito heterodoxos no seio da família da fé; conformamo-nos, no entanto, em saber que cada um é livre para viver na medida da sua fé, ou, da sua capacidade de compreendê-la. Há um episódio ocorrido com Pedro que nos chama bastante a atenção para a tremenda revolução no seu comportamento. Em Atos dos Apóstolos, capítulo 3 e versículos de 1 a 8, vemos que o Pedro pescador do mar da Galiléia já havia ficado para trás e que aqueles comportamentos rudes agora davam lugar a expressões ricas em amor, delicadeza e solidariedade. Um necessitado viu Pedro e João entrando no Templo e, fitando-os, pediu-lhes que lhe dessem uma esmola. Pedro por sua vez, com toda diligência e fé, disse-lhe: Não possuo nem prata e nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! – Pedro ofereceu o que, de fato, tinha: amor!

Quando enxergamos um mundo tão violento, tão distante dos planos originais de Deus, que tem conseguido influenciar a Igreja do Senhor de forma tão abrupta, dispondo os soldados de Cristo em luta uns contra os outros, concluímos que o sucesso desse fracasso está dentro de nós: cada um só dá o que tem...