sábado, 25 de setembro de 2021

 A NOSSA LIBERDADE CUSTOU


SANGUE...

Pr. Raul Marques

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Jesus Cristo deu-nos os maiores exemplos de comportamento, postura e ética sociais e espirituais! O maior desejo dEle: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” não exclui, em absoluto, o cuidado esmerado com as nossas más companhias... “Não vos enganeis! As más companhias corrompem os bons costumes” I Cor. 15.33, ensinou-nos o apóstolo Paulo.

Os novos tempos são muito mais complexos, embora sejamos os mesmos desde o Éden após a queda pelo pecado... Nem todos os que caminham com você estão de acordo com você... Nem todos os que lhe abraçam o fazem com o coração! Tudo é muito semelhante àquilo que nos advertiu Jesus: …Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo aquele que diz a mim: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos dirão a mim naquele dia: ‘Senhor, Senhor! Não temos nós profetizado em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu nome, não realizamos muitos milagres?’ Mat. 7.20-22. Pois bem, está mais do que evidente que nem todos os que fazem um brinde com você na festa estarão ao seu lado na hora do infortúnio! Nem todo o que bate com tapinhas nas suas costas está disposto a sofrer consigo a sua dor... Nem sempre aqueles que rasgaram elogios sobre você em público o fizeram espontaneamente...

Chega de parecer o bobo da corte! Até mesmo Jesus Cristo precisou agir com mais firmeza ao expulsar enganadores que estavam ao redor de Si, para limpeza da Casa do Pai. É provável que tenhamos um coração de cordeiro, porém, jamais com sangue de barata!

A nossa liberdade foi comprada pelo sangue de Jesus Cristo! Ela é muitíssimo preciosa! Não podemos deixar que os outros ditem as regras da nossa conduta, isto é uma atividade exclusiva do Espírito Santo! Somos servos, somos santos, somos crentes, mas jamais capachos de ninguém! Devemos usar bem a nossa liberdade em favor de tudo o que é bom, perfeito e agradável, pois, isto é sinônimo da vontade de Deus! Jesus Cristo lavou os pés dos discípulos sem perder a condição e autoridade de dizer-lhes através da censura à Pedro: “Para trás de mim, Satanás! Tu és uma pedra de tropeço, uma cilada para mim, pois tua atitude não reflete a Deus, mas, sim, os homens” Mat. 16.23.

Não permita que ninguém lhe use como escravo porque vê em você a condição de servo! Não deixe que abusem da solicitude de sua família quando bem poucos zelam por ela ou sabem das dores porque ela passa simplesmente por ser sua família! Lembre-se sempre: você já foi solto das garras do Diabo e comprado pelo sangue do Cordeiro! E mais: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão” Gál. 5:1.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

 Correndo atrás do vento...

Pr. Raul Marques



“Tudo é vaidade e correr atrás do vento” (Ec. 2.17)


P
ara Salomão, “correr atrás do vento”, significa tentar   desesperadamente abraçar, sem jamais conseguir, a coisa buscada. Ele retrata a caça, exclusivamente humana, das conquistas sem a dependência do Criador. Ele vai, finalmente, se dar conta deste drama abissal no seu filosófico e amargurado fim de discurso... Este é, de fato, um filme triste, porém verdadeiro e desafiador, da insensatez e da insensibilidade humanas, encarado por um rei, sábio, rico e destemido, que não vê saída para a sua finitude e bate de cara contra o muro de sua própria existência.
Ao longo da vida ele busca presentear-se e regalar-se de todas as formas possíveis, sempre prestando contas apenas a si mesmo, como se nada, jamais, tivesse fim. Ele se exalta, se estima, e se percebe autossuficiente, capaz de se encastelar e afrontar a dor e a amargura da existência, mas, não vai muito longe... Ele entende, ao fim de cada reflexão, que tudo vale a pena circunstancialmente. Ele percebe a efemeridade de sua vida antes do passo seguinte. O rei percebe, afinal, que o seu reinado não era bem aquilo que supunha; que o seu poder não era ilimitado; que os seus recursos não lhe bastariam sempre; que a sua saúde e virilidade não eram tão constantes; que os seus súditos não seriam fieis indeterminadamente; que a sua família não seria tão politicamente perfeita e nem socialmente tão aconselhável! O pensador se dá conta de que existe vida para além das palavras; que a beleza é relativa; que o vigor tem limite e é marcado pelo tempo; que as festas e regalos são paradoxais; que nunca ninguém estará sempre com a razão; que nada é de todo imprestável e que tudo, absolutamente “tudo é vaidade e correr atrás do vento”.
Que grande tolice é pensar que nos bastamos a nós mesmos! Quão ingênuos somos nós quando pensamos ser aquilo que, talvez, nunca venhamos a ser! Quão rotativa é a cadeira do carrossel da vida, na qual nos sentamos com a enganosa sensação de que, jamais, ocorrerão enguiços... O mesmo rei que pensara ter conquistado tanto, conclui que ele em nada difere daquele que nada possui; o fim de ambos é o mesmo... Ele trabalhou, desafiou, contendeu, construiu, ajuntou riquezas, ganhou fama, contudo, não pode conter a frustração de que, no máximo, deixaria tudo para quem lhe sucedesse, à quem a vida lhe poria em condições absolutamente iguais: finitude, dependência e suscetibilidade.
Nada hoje é diferente! Tudo continua igual desde sempre! Por que ajuntamos tanto? Por que consumimos tanto? Por que lutamos tanto para parecer diferentes dos outros bilhões de iguais? Qual o motivo pelo qual poucos têm tanto e muitos nada têm? Qual a necessidade de se possuir diversas moradias se muitos sequer conseguem um banco de praça para repousar em paz? Por que, afinal, famílias se regozijam em possuir a mais rica lápide dos cemitérios? Qual a diferença entre o câncer no fígado do bilionário e do mais pobre dos homens da terra? Que diferença haverá entre o caviar e o feijão com gorgulho, se ambos apodrecerão ao final do ciclo? Qual a diferença entre o analfabeto e aquele que encheu o mundo de livros com suas ideias e pensamentos, se ambos, inexoravelmente, perecerão no esquecimento? Finalmente, com um misto de tristeza e relaxamento, o pensador conclui: “Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial para o homem. Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal” Eclesiastes 12:13,14. Pensemos nisto! Vamos parar de correr, ajuntar e tentar merecer o bem que eventualmente possamos receber na terra dos viventes, a despeito de todos os outros que vão ficando à margem do caminho por onde passamos, pois, afinal, “tudo é vaidade e correr atrás do vento!”.  Que Deus tenha misericórdia de todos nós!