sábado, 22 de março de 2014

QUANDO O SILÊNCIO FALA MAIS ALTO
Pr. Raul Marques

“Mas Jesus permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos Mateus 26.63.
 

Cresci ouvindo este adágio popular: “Quem cala, consente!”. Não creio que isto seja uma verdade absoluta, pois, podemos perfeitamente discordar de alguém ou de alguma coisa sem, sequer, emitirmos qualquer palavra. O silêncio muitas vezes tem o poder de gritar mais alto! “O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis” (Êxodo 14:14).
O manifesto do silencio é, muitas vezes, a mais contundente resposta a indagações carregadas de maldade e de intenções espúrias. Silenciar pode significar abrir espaço para Deus falar por nós! Grandes obras não são feitas com força, mas a perseverança (Samuel Johnson). Indagações maldosas ferem; o silêncio, porém, incomoda muito mais às maldades. O silencio pode ser o nosso maior aliado, dependendo das circunstâncias. Muitas vezes somos espremidos e quase obrigados a dar respostas que não temos, ou, de outro modo, a emitir opinião que tão somente colocariam mais fogo no palheiro, se entendidas distorcidamente. Os poetas e pensadores amam o silencio! Os profetas e os sábios também expressaram muito com o silencio. Jesus foi O mestre da palavra e do silencio.

Silenciamos diante de situações duvidosas... Silenciamos para não magoar... Silenciamos em nome da paz... Silenciamos em nome do amor! O silencio tanto pode ser a angústia mais profunda dos culpados, quanto a atitude mais sábia dos inocentes. Pode ser tanto a expressão mais profunda da lisura, quanto a mais lancinante resposta às arguições infundadas. Em tudo deve haver prudência.

Quantas vezes precisei engolir à seco? Quantas vezes senti sapos descerem goela a baixo? Quantas vezes precisei entender os algozes, no meu silencio? Quantas vezes andei a segunda milha em absoluto silencio? Quantas vezes tomei a minha cruz e segui silenciosamente?

Na ordem do cânon bíblico, entre Malaquias e Mateus, há um lapso de tempo entendido por muitos como o silencio de Deus. No capítulo 26 de Mateus, versículo 63 está registrado que, diante de um sacerdote, Jesus preferiu o silencio como resposta à leviandade impetrada contra Ele. Num momento seguinte, diante de Pôncio Pilatos (Mateus 27.13-14), Jesus preferiu silenciar mais uma vez. Mais tarde, diante de Deus-Pai, Todo Poderoso, Fiel e Justo Juiz, Jesus expressou a Sua resposta às acusações do mundo: “Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19:30). Pode alguém, de hoje em diante, dormir em paz com este barulho?

quinta-feira, 20 de março de 2014

FORTALEZA E FRAGILIDADE
Pr. Raul Marques
 

 

 

Gosto muito de ler biografias de pessoas influentes, que deixaram legados importantes nas mais diversas áreas da vida. Aprendo muito. Sou um eterno aprendiz; isto me faz reconhecer o meu tamanho, diversidade e carências. É muito comum, apesar de não achar normal, que muita gente fique intrigada com o fato de ouvir dizer que o pastor fulano de tal está de férias... A ideia que se tem de um pastor de férias está diretamente ligada ao ócio, nunca ao descanso, à reposição de forças, a releitura de si mesmo, a também ouvir, enfim, parece que ele abandonou a Deus por uns dias... Ninguém indaga se ele está doente ou mesmo se está precisando que alguém lhe ouça; afinal, ele é pastor e pastor é o mais forte do rebanho... Santa ingenuidade!
Li recentemente numa rede social esta expressão atribuída a Spurgeon: "Cristãos temporários não são cristãos. Quem quer tirar férias desse serviço divino nunca entrou nele". Lembrei-me, então, da sua biografia que atesta o seguinte: “Por diversas ocasiões Spurgeon teve que se ausentar de seu púlpito por recomendação médica. Chegou a passar alguns períodos de férias na Europa, e depois de 1876, muitas vezes, sempre no fim do ano, se hospedava em Menton, Sul da França, pelo clima mais quente que na Inglaterra, por recomendação médica. Depois de 1887, foram cada vez mais constantes essas viagens, chegando a passar meses em retiro”. Caso a primeira expressão seja verdadeira, onde estaria a coerência deste “grande” conhecedor das Escrituras e, por conseguinte, do seu ofício pastoral? A sensatez recomenda-nos reconhecer que ele, afinal, também era de carne e osso, forte e frágil, santo e pecador. A sua biografia revele que este santo homem de Deus também sofreu grandes ataques de depressão, decorrentes das próprias lutas pastorais como, por exemplo, “quando um culto realizado em Surrey Garden foi organizado para cerca de 10.000, e devido a um tumulto provocado por um falso alarme de incêndio, levou a morte de seis pessoas” (Biografia de Carlos H. Spurgeon, por Alfredo S. Rodríguez y García, Cuba, 1930). “John Piper nos ajuda a entender um pouco da jornada e do desgaste pastoral: A maioria dos nossos irmãos não faz ideia do preço que se paga por duas ou três mensagens semanais em termos de exaustão espiritual e intelectual. Sem contar o esgotamento causado pelos sofrimentos familiares, as decisões da igreja, os dilemas morais e teológicos imponderáveis. Eu, por exemplo, não sou um poço artesiano, Meu cântaro se esvazia mesmo quando dele nada se verte. Meus ânimos não se revigoram na correria. A carência de tempo para a leitura tranquila e reflexão, além da urgência do preparo do sermão, reprime minha alma e, logo, o espectro da morte espiritual se manifesta. Poucas coisas me assustam mais que o início da esterilidade proveniente das responsabilidades desmedidas que mal permitem a nutrição espiritual e a meditação. (Piper, Irmãos, nós não somos profissionais, p. 81-2)”. Já que começamos citando uma possível expressão de Spurgeon, que tal concluirmos com uma importante lição dele relativa ao cuidado com a vida e os limites das ações pastorais? Assim nos ensina ele: “Se um homem for de natureza alegre como um pássaro, dificilmente poderá manter-se assim ano após ano contra esse processo suicida. Fará do seu escritório uma prisão e de seus livros carcereiros de um presídio, enquanto do lado de fora da sua janela a natureza acena-lhe com a vida saudável e chama-o para a alegria. Aquele que esquece o zumbir das abelhas na urze, o arrulho dos pombos selvagens na floresta, o canto dos pássaros no arvoredo, o ondular do regato por entre o junco, e os lamentos do vento entre os pinheiros, não tem por que se espantar caso o seu coração olvide cantar e sua alma fique pesarosa. Passar um dia respirando o ar fresco das montanhas, ou fazer uma excursão de algumas horas na umbrosa tranquilidade das copadas faias, servirá para varrer as teias de aranha das cabeças cheias de vincos dos nossos fatigados ministros que já andam meio mortos. Uma tragada de ar marinho, ou uma firme caminhada contra o vento, não dará graça à alma, que é o que há de melhor, mas dará oxigênio ao corpo, coisa que vem em segundo lugar” (Spurgeon, Lições aos meus alunos 2, p. 239-240).
Em Marcos 6.30-32, Jesus Cristo nos deixa uma lição tremendamente importante sobre o tema aqui enfocado: “Os apóstolos voltaram e, reunindo-se com Jesus, contaram-lhe tudo quanto tinham feito e ensinado. Havia tanta gente indo e vindo que Jesus e seus apóstolos não tinham tempo sequer para comer. Então Jesus lhes disse: — Venham comigo. Vamos sozinhos encontrar um lugar tranquilo para descansar um pouco. E eles partiram de barco, sozinhos, para um lugar sossegado”. Ah, como é bom e humano admitirmos a nossa força e fraqueza!

 

 

 

quinta-feira, 13 de março de 2014

http://www.bbnradio.org/jwplayer/players/browsers/portuguese.htm
Visite este espaço de uma boa Rádio de Programação Cristã.

terça-feira, 11 de março de 2014

Venha fazer parte desta viagem, cuja última parada é o Céu!

sábado, 8 de março de 2014

Agradecemos a Deus que, vendo que sozinho o homem era triste, FEZ A MULHER, a sua melhor companhia!

terça-feira, 4 de março de 2014

É PRECISO MORRER!
Pr. Raul Marques



L
endo recentemente um artigo do Pr. Ricardo Gondim (O dilema de recuar ou  prosseguir) relatando a sua via crucis na busca de um chão menos movediço no terreno religioso, deparei-me com este comentário de um dos seus leitores, que me levou a pensar... Afirmou o comentarista: Tá tudo tão confuso no meio religioso, que eu vou colocar um faixa no meu carro dizendo: não me siga que eu também estou perdido (Lima, 18 de Fev, às 08:26). A Bíblia ensina que "Todos se extraviaram e, juntamente, se fizeram inúteis e imundos; não há quem faça o bem" (Salmo 14:3; Romanos 3:12). Não seria também isto que o salmista e o escritor da Carta aos Romanos pretenderam dizer a muito tempo atrás?
Lendo John Piper encontramos o seguinte: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DeusRomanos 3.23. O que significa “destituídos da glória de Deus”? Significa que nenhum de nós confiou e estimou a Deus da maneira que deveríamos. Nós não ficamos satisfeitos com a sua grandeza e não andamos em seus caminhos. Temos buscado nossa satisfação em outras coisas, e as tratamos como mais valiosas do que Deus, e isso é a essência da idolatria (Romanos 1:21-23). Desde que o pecado entrou no mundo todos nós temos sido profundamente resistentes a ter Deus como nosso tesouro todo-satisfatório (Efésios 2:3). Isto é uma ofensa terrível contra a grandeza de Deus (Jeremias 2:12-13).
Vivemos numa época em que os homens decidiram recriar a Torre de Babel. Não há nada de errado na construção de novas formulações e paradigmas, entretanto, não podemos continuar edificando construções cada vez mais altas em terrenos cada vez mais arenosos... Como o Pr. Ricardo outros milhares se questionam: “Porque nos colocaram dentro desta gaiola se o nosso anseio maior é voar?”. O pior é que esta gaiola fomos nós que a fizemos! Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne, asseverou: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres!” (João 8.36).
Creio piamente que todos ansiamos a mesma coisa: Morrer! Mas, morrer para um novo nascimento, da água e do Espírito. Um nascer de cima para baixo. Um nascimento não do útero, como pensou Nicodemos, mas de Deus, como afirmou Jesus. Aliás, foi Ele mesmo que indicou este caminho: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12.24).

Precisamos morrer para a mediocridade religiosa e renascer para uma espiritualidade sadia, ainda que pareça chocante aos olhos de muitos; ainda que pareça insensata aos quereres de outros. Jesus não se deteve diante das afrontas, dos xingamentos, dos censores e dos acusadores de plantão; Ele tão somente seguiu os planos do Pai. Espelhado nisto, o Espírito Santo inspirou a Carta aos Romanos, particularmente no capítulo 12 e versos 1 e 2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Os sócios da Igreja
Pr. Raul Marques



“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa àqueles que o buscam” Hebreus 11.6.

Assim como a grande maioria dos sócios de um clube desconhece as suas obrigações e direitos, analogamente os que se intitulam membros da Igreja sequer sabem quais são os seus haveres e deveres para com a comunidade de fé que frequentam. É certo que desconhecem completamente os ensinos bíblicos, “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o ­Senhor” Isaías 55:8. Imagine você colocar em si os óculos de alguém que necessite de 5 graus para poder enxergar... Certamente verá tudo disforme e, com o tempo, começará a sentir forte pressão e até dor em cada globo ocular.  Se insistir no uso, porém, irá “se acostumar” a ver como natural aquilo tudo, e pior, irá ficar doente das vistas...
A fé bíblica pressupõe a aceitação do Cristo de Deus integralmente. Não é possível viver a fé em Deus à moda pessoal. O próprio Jesus deixou isto muito claro quando afirmou: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” João 15:5. Ninguém pode agradar a Deus com coisas – o tempo de ofertas sacrificiais se extinguiu em Cristo, o Cordeiro de Deus, imolado em favor de todos os que creem!
Vivemos hoje o mais lamentável analfabetismo bíblico! Parte dele veio com a grande enxurrada de novas heresias, ensinos interesseiros, multiplicação de “igrejas” sem critérios bíblicos; tudo isto proporcionado por um estado de carências pessoais geradas pelas sucessivas crises econômicas mundiais, onde os “emissários de Satanás” de aproveitaram para “tentar” transformar a Igreja do Senhor num verdadeiro Clube Macabro, onde o que mais importa é o programa: Shows, Testemunhos Montados, Êxtases, Impostação de Voz, Sensibilização equivocada entre o TER e o SER; enfim, montagem de um tremendo Circo de Crenças esdrúxulas, sobretudo, com promessas falaciosas de Cura e Enriquecimento. Graças ao Senhor, pois Ele mesmo é quem peleja por nós, e asseverou sobre a Igreja Verdadeira, que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16.18.

O que vemos hoje em dia? Multidões de “sócios” de “igrejas” pressupondo que, por “pagarem” mensalidades com os seus “dízimos e ofertas”, podem fazer e acontecer, viverem dissolutamente, fartarem-se com as “alfarrobas” das pocilgas deste mundo e depois voltarem SEM O MENOR SINAL DE ARREPENDIMENTO para buscarem os seus “anéis”, “sandálias”, “roupas”, além de se banquetearem com os verdadeiros trabalhadores da seara... O Pai continua de braços abertos para receber de volta os que se arrependem, porém, continua sendo JUSTO JUÍZ, e não busca sócios para Si, pois Ele sabe que “a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. João 4:23