Pr. Raul Marques
Ufa! Quase tiramos este ano de um só fôlego ou, quem sabe, ele foi tão intenso que nem nos demos conta de que estava chegando ao fim... Em apenas alguns dias ele findará, e teremos cumprido mais uma etapa da nossa existência. Lembro-me perfeitamente da mística que aureolava a chegada do ano 2000. Lembro-me até de um cantor popular que dizia a plenos pulmões: “Só pretendo morrer depois de 2001...”. Mas, como tudo na vida passa – e é bem melhor que seja assim! -, estamos testemunhando a passagem de mais um tempo. Não podemos e nem devemos, sob quaisquer pretextos, ficar murmurando cantigas de chororô, revivendo páginas de melodrama ou, quem sabe, amedrontados com o espectro do que poderia ter sido e não foi. Estamos nos aproximando da reta de chegada de um novo ano, quem sabe, cheios de anseios, dúvidas, indagações, certezas, e até medos. Sim, medos do amanhã; medos do porvir; medos do desconhecido, etc.
Antes que o ano termine, vamos analisar o nosso balanço de perdas e danos? Vamos em seguida virar a página e nos debruçar sobre os resultados dos nossos investimentos e das aplicações realizadas? Apesar de parecer óbvio, não estou me referindo a dados econômicos ou financeiros, estou buscando por registros da emoção, da espiritualidade, da personalidade, da ética, do “não-ceder” às seduções baratas e aviltantes; do não se deter diante das falácias e das adversidades; de não se achar recalcitrante, etc.
Antes que o ano termine, vamos voltar a pensar naqueles amigos que por mais que o tempo passe não consegue apagá-los da nossa lembrança! Daquelas pessoas que entraram em nossa história de uma forma não tão significativa, mas passaram a significar tanto prá nós! Vamos rememorar fatos que permitam o deleite! Vamos dizer exatamente como disse Jeremias: “Quero trazer à memória somente aquilo que me dá esperança” (Lm 3.21).
Antes que o ano termine, vamos elevar os nossos olhos para o monte; é de lá que nos vem o socorro! Vamos caminhar na perspectiva de que tudo o quanto nos vier às mãos para fazer, faremos, para a glória de Deus! Vamos prosseguir de tal modo que, ainda que o cálice seja amargo, ainda assim o beberemos! Vamos persistir, ainda que a figueira não floresça! Vamos continuar a caminhada, mesmo que nos façam andar a segunda milha!
Antes que o ano termine e o sol chegue a se pôr sobre a nossa ira, perdoemo-nos; sabedores de que, no que depender de nós, devemos ter paz com todos os homens! Antes que o fio de prata se arrebente, voltemos o olhar de misericórdia àqueles que nos feriram, conscientes de que a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas, contra os principados e potestades! Antes que nos venha o dia mal, busquemos ao Senhor com todo o nosso entendimento! Antes que alguém nos fira um lado do rosto e sejamos obrigados a oferecer-lhe o outro, oremos para que ele desista dessas atitudes e se converta verdadeiramente!
Por tudo isto, e antes que chegue o novo ano, FELIZ ANO NOVO, agora e sempre!