terça-feira, 21 de abril de 2009

AMOR! AMOR! AMOR!


Pr. Raul Marques

No dia em que você nasceu, chovia...
A natureza se alegrava e respondia
Celebrando assim mais uma criação de Deus!
Você chorava, mas o céu sorria...
Muitos também choravam (de alegria!)
Celebrando assim, mais um presente de Deus!
Esperando você o nosso peito ardia
Num misto de calma e euforia,
Aguardando assim a resposta de Deus!
Trazida a nós nos braços de um doutor
Vimos, pois, ali as mãos do Senhor,
E celebramos assim o milagre de Deus!
Foi assim, Letícia, que você nasceu:
Envolvida pelo amor que o Senhor nos deu,
Tão linda e tão frágil que até comoveu
A noite, a natureza, pois até choveu...
Você é mesmo cheia de claridade!
Trouxe-nos paz, alegria e bondade,
Num mundo cheio de tanta inquietação...
Hoje faz um ano que você chegou...
Tudo mudou, sim, tudo realmente mudou!
Só há um sentimento no coração do vovô:
AMOR! AMOR! AMOR!


Celebrando o seu primeiro ano de vida!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

CORAGEM PRA RECOMEÇAR...


Pr. Raul Marques

Jó 14.7 “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta”.



Existem momentos na vida do homem que ele mais se assemelha a uma árvore, que tendo sido tão frondosa, sobrevive no seu último estágio, na condição de tronco que insiste em lutar pela vida fazendo brotar os seus renovos. Este é o momento em que se espera um milagre conforme a promessa de Deus: “se envelhecer na terra a raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta”. São momentos em que necessitamos da água da vida, dos campos verdejantes, de pastos refrigerantes, de ventos calmos, de brisas suaves... Nesses instantes precisamos tão somente de uma atitude: bom ânimo – “Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares” Josué 1.9. Os desertos pessoais vão se formando quase que imperceptíveis, e de repente tomam dimensão e evidência gigantescas na nossa vida. Formam-se duas de tristezas, surgem nuvens de gafanhotos inquietantes, não há chuva, não há flores e jardins, só peçonha e o ardor causticante de um sol que nos cega a visão de dia, desaparecendo no frio assombroso de noites cada vez mais opacas e agourentas.
E quando tudo parece no fim, vem-nos a certeza de que “
ao cheiro das águas, brotará”. E aquelas lágrimas que nos escorrem pelo rosto começam a se transformar num rio de águas vivas, e entram pela terra seca, chegando até a profundidade da raiz, e finalmente, num ato milagroso, começam a brotar os renovos... Mas é preciso coragem pra recomeçar. É preciso não desistir de ser árvore que dá frutos. É preciso persistir para não apodrecer, pois há muitos fungos micorrízicos que aguardam a plenitude da nossa fraqueza... Finalmente a promessa se transforma em um milagre, porque o Senhor é bom e a sua misericórdia dura para sempre! "E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam”. Isaías 58.11.
É preciso coragem pra recomeçar... Não ter medo do desconhecido, daquilo que ainda está porvir. É preciso “
crer que Deus existe e que é galardoador daqueles que o buscam” Hebreus 11.6. É preciso nunca desistir dos sonhos, ainda que tenhamos que enfrentar muitos pesadelos. É preciso cantar a vida e celebrá-la intensamente. É preciso dar sentidos aos versos da canção que afirmam: “Se uma porta se fecha aqui, outras portas se abrem ali... Deus é quem cuida de mim!”. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O AMOR JAMAIS ACABA... MAS ARREFECE!



Pr. Raul Marques


A Bíblia nos ensina que “há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec 3.1). Muitas vezes nos espantamos com a ocasião de certos propósitos, mas afinal, temos que admiti-los, interpretá-los e, finalmente, superá-los. É o caso, por exemplo, do desamor que grassa neste mundo e atinge todas as camadas sociais; todas as famílias e todas as Instituições. A igreja está entre elas.
Quando acompanhado dos seus discípulos, Jesus lhes disse: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará." (Mt 24:9-12). O apóstolo Paulo, por sua vez, ensina-nos assim em I Coríntios 13: “O amor jamais acaba”. Daí então depreendemos que não há nada de errado entre estes ensinos senão, porém, que eles se completam e se explicam: o amor jamais acaba... mas ele esfria... arrefece...
Estamos vivendo os tempos preditos pelo Senhor Jesus em que o amor de muitos esfriaria. Esse vírus é profundamente contagioso e a sua proliferação é alarmante, pior que qualquer doença que o homem tenha conhecimento. Os que estão infectados por ele começam a desenvolver um inquietante desânimo, seguido de uma avassaladora apatia; são tomados por um completo desinteresse por quase tudo aquilo que mais gostavam de fazer; começam a dar sinais quase irreversíveis de indiferença e decepção com a fé, com a vida e com as pessoas.
Quando um amor deixa de ser correspondido, logo começa o processo de esfriamento. E tudo isso ocorre por “se multiplicar a iniqüidade”: esquecemos os grandes amigos; os alvos mais importantes da nossa vida não são mais os que dizem respeito aos valores da fé e da família; torna-se mais importante ter sucesso na vida pessoal que relevância comunitária; a relativização de tudo passa a ser o processo mais imperativo e a felicidade torna-se uma mera utopia valendo a pena tão somente a busca de satisfação e prazer momentâneos, ainda que fugazes.
A nossa humanidade, tão intimamente ligada ao pecado, torna-se cada vez mais receptiva ao desamor e tragicamente seduzida pela indiferença que não nos deixa perceber que somos nós os produtores da violência, da corrupção, da degradação social, da coisificação da família e do descarte de Deus. Embora o amor esteja esfriando a passos tão largos entre nós, resta-nos a esperança de acreditar que o mesmo Espírito que levou Jesus a profetizar este fato, inspirou o apóstolo Paulo a afirmar que o verdadeiro amor jamais vai acabar: havendo profecias, passarão; havendo filosofias, acabarão; havendo denominações, desaparecerão; havendo Instituições, ruirão; havendo hipocrisias, se desfarão; havendo falsos ideais, serão destruídos... Espero que depois de toda essa nevasca que glacialmente nos tem envolvido, venha sobre nós um vulcânico sopro do Espírito, salvando-nos desta geração perversa através de um genuíno avivamento, movendo-nos outra vez na direção de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

EU PRECISO APRENDER MAIS DE DEUS


Pr. Raul Marques


Toda atividade humana tem as suas contradições; afinal, ela é humana. A atividade pastoral é bipolar: divina e humana. Assim sendo, ela é também uma atividade que envolve contradições. Contradições da subjetividade do seu exercício. Contradições da sua complexidade vivencial. Contradições das interpretações que sofre. Contradições de modelos e estereótipos, etc. Sempre que alguém pensa no “pastor” evoca, inconscientemente, a figura do “herói”; do “infalível”; do “irretocável”; enfim, do tão-somente divino, completamente dotado de “unção” e outros elementos que contrastam com a sua fraqueza, limitação e dependência, enquanto humano.Tenho pensado muito esses últimos meses sobre tudo isto, e chego à conclusão de que “eu preciso aprender mais de Deus”, fazendo questão de viver “esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13-14). Eu preciso aprender mais de Deus para agir menos de mim mesmo; eu preciso aprender mais de Deus para que os meus “buracos negros” sejam preenchidos de mais paciência e longanimidade; mais afeto e amor; mais capacidade para perdoar e acolher; mas, sem esquecer-me de que o verdadeiro “pastor” tem outras ações que precisam ser praticadas porque são próprias dele, através dos instrumentos que Deus lhe tem dado para o exercício pleno da sua soberana vocação: é preciso usar tambem o cajado! Com ele instigará as ovelhas a permanecerem no aprisco; com ele demonstrará a sua indignação com os lobos; com ele agirá com energia porque, como Deus, deve corrigir àquele que ama. Eu preciso aprender mais de Deus para entender a fragilidade e atração pela dispersão que têm as ovelhas. Eu preciso aprender mais de Deus para que, estando só e sem a alegria da presença das suas ovelhas; vivendo circunstancialmente no deserto, longe de pastos verdejantes, jamais me esqueça daquilo que veio ao meu coração em tempos de aridez e desolação: “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim que outrora era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é esta palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm 1.12-15). Que Deus tenha misericórdia de todos nós!