domingo, 29 de dezembro de 2019


QUANTO TEMPO AINDA RESTA?

Pr. Raul Marques




C
omeçou a contagem regressiva para o fim de mais um ano... A sensação que a grande maioria tem é a de ser surpreendida com aquilo que jamais pudera supor... Há uma espécie de catarse ao atravessar a última página do calendário! Há toda uma aura de misticismo, de espiritualidade ingênua e também de incapacidade intelectual para discernir o suposto do real. É preciso fazermos uma assepsia na alma e na mente coletivas! É preciso não nos esquecermos dos conceitos, regras e ensinos daquele que nos fez e conhece absolutamente tudo ao nosso respeito: Deus!

O que o último dia do ano tem que o primeiro não possa ter? Qual teria sido, na verdade, o primeiro ou o último? Que tipo de hierarquia elegemos para nomear o primeiro ou o último? No entanto, há alguém sobre quem está determinado o seu significado: “eu sou o alfa e o ômega; o princípio e o fim...” – Jesus! (Ap. 22.13) Foi exatamente Ele também que deixou os seus ouvintes embaraçados ao questioná-los: “Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar algum tempo à jornada da sua vida?” Mt. 6.27.

Ao longo do ano assistimos a partida de muitos dos nossos entes queridos, amigos, mas também celebramos a chegada de outros tantos que nasceram, que tiveram vitórias, conquistas, enfim... Este é o ciclo natural da vida! Não obstante, o que é próprio da nossa natureza caída, insiste em nos acompanhar em todo tempo e lugar: o medo! Medo das perdas repentinas, medo de não alcançarmos as metas estabelecidas, medo do dia seguinte, medo da noite, da solidão, da angústia, do desespero... O fato mesmo é que não temos coragem de encarar que temos medo de morrer sem Deus!
Quanto tempo ainda resta? Isto sim, nos inquieta e angustia! Mas, o que resolveria se o soubéssemos? Talvez por isto mesmo lamentamos tanto: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer...” (Sérgio De Britto/Eric Silver). Por que, então, não amamos muito agora? Por que não choramos tudo agora? Por que não escancaramos as portas do coração agora? Por que brigamos tanto agora? Por que perdemos tanto tempo com coisas que jamais ocorrerão e perdemos tanto as oportunidades de desfrutar daquilo que está à nossa volta?
Creia em tudo o quanto o Mestre Jesus nos ensinou! “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4:6), foi isto que o apóstolo Paulo aprendeu dEle! Não se desespere pensando no tempo que resta; alegre-se com o tempo que lhe está concedido para desfrutá-lo! Se é o fim ou o começo do ano, agradeça a Deus por tudo e repita o que afirmou Samuel: “Ebenézer, até aqui nos ajudou o Senhor!” (I Sm. 7,12).             

sábado, 4 de maio de 2019

QUANDO O CORAÇÃO SE ABATE...
Pr. Raul Marques

"Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?"
Salmos 42:5



Há dias em que nos abatemos tão profundamente que nada parece nos conter... São inúmeras as circunstâncias que nos levam a este estado d'alma! Isto não tem nada a ver com ser fraco ou ser forte, pois "Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.  Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo" (Ec 9,2-3). Todos estamos sujeitos às agonias da existência!

Entretanto, quando nos sentimos assim, abatidos e desalentados, é o sinal vermelho que acende em nosso âmago nos informando que estamos carecendo desesperadamente do consolo e do conforto da presença de Deus! O salmista logo se dá conta disto: "A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus? As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus? Salmos 42:2,3

Ele, como nós, logo imagina que Deus se afastou da sua presença... Certamente que o pensamento mais coerente e honesto é o que aponta para o nosso distanciamento do Senhor e não o contrário. No entanto nós, no desespero da angústia, da solidão e da impaciência, somos levados à acusação da ausência deliberada de Deus... 

Quando o nosso coração se abate é um sinal mais do que evidente da nossa carência espiritual; do nosso limitado poder de existir! O nosso procedimento deve ser na mesma direção em que foi o salmista: "Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele que é o meu socorro e o meu Deus!". Quem, porventura, não já se sentiu assim ou está se sentindo assim? É hora de recorrer àquele que será sempre o nosso socorro bem presente na tribulação: Deus! Que Ele tenha misericórdia de todos  nós, todos os dias!