domingo, 14 de fevereiro de 2010

CRER E OBSERVAR


Uma das experiências mais marcantes na vida de Pedro com Jesus foi, certamente, aquela que está narrada em Mateus 14.28-29. Depois de uma exaustiva ação comunitária, em que Jesus multiplicando pães e peixes diante de uma multidão faminta e profundamente desprotegida, Jesus manda que os seus discípulos sigam adiante na direção da praia, tomem um barco e dirijam-se para a outra margem. Ele despediu toda a multidão e subiu para as orações num lugar à parte. Quando já era alta madrugada, o Senhor Jesus desce, segue para a praia e dirige-se até onde eles estão, andando por sobre as águas. Quando os discípulos viram aquela cena ficaram aterrorizados, afinal de contas era alta madrugada e estavam vendo alguém caminhando por sobre as águas e logo pensaram: “É um fantasma!”. Jesus, então, lhes disse: “Não temam! Sou eu!”. Pedro apressou-se e disse: “Senhor, se és tu, manda que eu vá por sobre as águas até onde estás!”. Jesus prontamente respondeu: “Venha!”. Assim Pedro fez...
Duas lições profundamente importantes devemos aprender aqui: 1) Todas as nossas necessidades podem ser supridas pela Senhor Jesus. Pedro e os demais estavam envolvidos pelo medo. O medo trás desconfiança, insegurança e timidez. Pedro quando notou que podia ser o Mestre, disse: Manda que eu vá... Entendemos que todos nós necessitamos de estímulos e encorajamentos para o enfrentamento das nossas lutas cotidianas, mas é preciso muito mais: precisamos ter fé! Se tivermos fé, precisamos confiar; se confiamos, devemos suplicar à pessoa certa e da forma adequada: Manda que eu vá! E ele foi...
2) Podemos todas as coisas naquele que nos fortalece. Pedro pediu e Jesus prontamente atendeu, dizendo: Vem! É importante crer, mas, é igualmente importante observar. Ao ouvir o estímulo e encorajamento de Jesus dizendo “Vem”, Pedro andou inteiramente pela fé e superou a adversidade do medo. Lamentavelmente, Pedro não perseverou na fé e na observância da Palavra de Jesus, e pouco depois sucumbiu quase afogando-se na imensidão do mar. Aí, mais uma vez Pedro pediu o socorro do Mestre: antes de afogar-se, disse: “Mestre, salva-me!” e Jesus – socorro bem presente na hora da aflição – estendeu outra vez a Sua mão para Pedro, salvando-o da morte. Se você crê e observa, largue o medo e ande por sobre as águas do mar da vida!

Pr. Raul Marques

BURCAS RELIGIOSAS


“A burca é uma versão radical do xador. Trata-se de uma veste feminina que cobre todo o corpo, até o rosto e os olhos. É usada pelas mulheres do Afeganistão. O Alcorão determina que as mulheres devem se vestir de forma a não atrair a atenção dos homens, para isso é preciso esconder todo o corpo, com exceção do rosto e das mãos, também não é permitido o uso de roupas justas a ponto de delinear o corpo da mulher e muito menos roupas semi-transparentes”.
Há muita coisa discutida sobre isso, inclusive, na ótica cultural. O certo é que, tanto a burca quanto qualquer outra indumentária deste gênero, configura-se como um cerceamento da liberdade individual. É bem possível que haja uma porcentagem de mulheres que assumem e até defendem esta prática por condicionamentos sociais, políticos ou religiosos. Mas, não podemos lançar uma crítica vazia ou leviana sem que entendamos que nós ocidentais fazemos uso de certos artifícios assemelhados, com conotações sociais, políticas e religiosas, como num teatro de bonecos bonzinhos...
Lá nos países islâmicos, quem se esconde por detrás de uma burca? Nem sempre vai haver uma boa índole metida naquela farda! É bem provável que se encontre um trapo de personalidade humana dentro do rigor daquela vestimenta tão pudica!
Do mesmo modo podemos aqui indagar de nós mesmos: para quantos a religião é uma burca perfeita? Quantos estão cobertos do pé à cabeça com a burca da religiosidade, por trás de quem vivem a ferir, a trair, a negar e a denegrir o verdadeiro cristianismo? Quando, no princípio, o homem transgrediu a Lei de Deus e se viu completamente nu diante do Seu Criador, ele se escondeu entre as plantas. Deus, no entanto, não deu uma folha de parreira a Adão e uma folha de bananeira a Eva. Para ambos Ele deu trajes iguais, pois o que estava agora a descoberto não era simplesmente o corpo de cada um, mas o caráter humano!
Que adianta usar a burca, se a imoralidade interior estiver exposta? Que adianta dizer-se cristão através de liturgias, costumes lingüísticos, arrojo doutrinário e aparatos religiosos, se não mostrar em si mesmo as marcas de Cristo? Pr. Raul Marques

SEGURA NA MÃO DE DEUS E VAI...


A grande maioria de nós se agarra tanto à zona de conforto pessoal que não admite nem de longe pensar numa mudança radical de vida, possibilitando novos sonhos em meio a grandes desafios. Por isso mesmo nunca experimenta o novo, ainda que a gente saiba que, inevitavelmente, “o novo sempre vem”, como diria Belchior. A fé ensinada na Bíblia não é a previsibilidade dos acontecimentos; ao contrário, é a certeza de que o imprevisto acontecerá porque aguardamos o melhor pela confiança em Deus. Nem sempre o melhor é o mais agradável. Por exemplo: se algum mal que abate uma parte do nosso corpo vai virar gangrena, mutilando-a haveremos de salvar todo o resto; portanto, perder uma parte é desagradável, mas é o melhor! Na vida diária também lidamos com a necessidade de mutilações... Às vezes somos instigados às mudanças dolorosas e fitamos apenas a dor da causa e nos esquecemos de que as conseqüências dela podem nos elevar e nos tornar mais fortes! Toda ponte tem dois lados. Quando tomamos a decisão de caminhar pela ponte é porque, no mínimo, acreditamos que somos capazes de chegar até a outra margem. Se não for essa a motivação poderemos nos surpreender na chegada: lá pode estar um rio ou um abismo, e o enfrentamento dele dependerá da nossa motivação. Há uma sabedoria popular que diz: “Quando não sabemos para onde estamos indo, qualquer caminho vai dar em lugar nenhum!”. As nossas decisões precisam estar baseadas na coragem e na ousadia de experimentar o novo. O sal só terá significado verdadeiro até que provemos o doce. Nos momentos em que as nossas forças não conseguem nos levar a decisões sérias, porém necessárias, essa é a hora de dizer para si mesmo: “Segura na mão de Deus e vai!”. Quando seguramos a mão de Deus estamos optando por deixá-lo guiar os nossos passos vacilantes; clarear os nossos olhos embaçados; erguer as nossas mãos cansadas; e mais, que Ele nos leve a um lugar firme e seguro. Por isso, haja o que houver, aconteça o que acontecer; se há uma necessidade de mudança radical em sua vida e você não encontra forças para realizá-la, faça isso: “Segura na mão de Deus e vai!”. Essa é uma atitude inteligente e corajosa!

Pr. Raul Marques