Pr. Raul Marques
Deus criou a família para ser um porto seguro através de relacionamentos saudáveis, inclusivos e prósperos, no entanto, as habilidades humanas associadas à liberdade de escolha concedida por Deus lhe trouxeram profundos desgostos, pois, contrariando os planos divinos o homem transgrediu e, no pecado, decidiu caminhar de moto própria e à revelia do Pai. Aí começou a tragédia da humanidade.
Somos todos dotados de sentimentos e razão, mas nem sempre estes atributos são utilizados de forma devida, o que provoca as mais desgastantes e deploráveis manifestações negativas dos comportamentos nos nossos relacionamentos. Somos capazes de amar com toda a intensidade, do mesmo modo que passamos em fração de segundos à cólera visceral.
A fé é o mais rico presente que Deus concedeu ao homem. Através dela nós podemos nos recompor perante o Pai. Através de Jesus Cristo, Deus nos concedeu a possibilidade da reconciliação, e assim, a reposição dos melhores sentimentos. Ocorre, porém, que mesmo agarrados à fé a luta da carne contra o Espírito é titânica, de modo que não podemos nunca deixar de vigiar e orar.
Uma vez que estamos dotados dos melhores e mais altos sentimentos, recebidos de Cristo para vivenciarmos a nossa fé, precisamos entender que somos falíveis, finitos e absolutamente carentes da Graça de Deus. Assim sendo, devemos atentar para as nossas próprias fraquezas e debilidades a fim de que a família sobreviva às tempestades deste mundo tenebroso. A Igreja é uma parte fundamental da família. Mas, incrivelmente, encontramos comportamentos muito heterodoxos no seio da família da fé; conformamo-nos, no entanto, em saber que cada um é livre para viver na medida da sua fé, ou, da sua capacidade de compreendê-la. Há um episódio ocorrido com Pedro que nos chama bastante a atenção para a tremenda revolução no seu comportamento. Em Atos dos Apóstolos, capítulo 3 e versículos de 1 a 8, vemos que o Pedro pescador do mar da Galiléia já havia ficado para trás e que aqueles comportamentos rudes agora davam lugar a expressões ricas em amor, delicadeza e solidariedade. Um necessitado viu Pedro e João entrando no Templo e, fitando-os, pediu-lhes que lhe dessem uma esmola. Pedro por sua vez, com toda diligência e fé, disse-lhe: Não possuo nem prata e nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! – Pedro ofereceu o que, de fato, tinha: amor!
Quando enxergamos um mundo tão violento, tão distante dos planos originais de Deus, que tem conseguido influenciar a Igreja do Senhor de forma tão abrupta, dispondo os soldados de Cristo em luta uns contra os outros, concluímos que o sucesso desse fracasso está dentro de nós: cada um só dá o que tem...
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