Vasculhando os
meus alfarrábios encontrei uma ilustração que eu havia guardado desde a época
em que fui seminarista, quando a usei numa redação em um dos períodos da
disciplina "Português". Foi muito bom reavê-la, sobretudo porque tive
saudades dos colegas, do professor, mas, igualmente por que ela me trouxe a uma
realidade presente que, embora dura, é profundamente enriquecedora. A Bíblia
nos ensina que "se a semente não morrer não pode germinar".
Isto significa que tudo tem um tempo de vida; tudo tem um ciclo; tudo tem um
propósito. Aliás, a Bíblia também nos ensina que há tempo para todo
propósito debaixo do céu... Quando reli a fábula do Fósforo
e a Vela logo vi luz jogada sobre minhas circunstâncias
vivenciadas presentemente. O fósforo, para ser útil em dissipar as trevas,
precisa que lhe esfreguem-no sobre uma lixa incendiária e, assim. brilhará até que
vire um minúsculo carvão. Para continuar irradiando o seu brilho será
necessário que, antes de perecer, ateie o seu fogo numa vela. A vela, por sua
vez, será apenas um pequeno rolo de parafina com um pavio central, fria e sem
brilho, até que lhe acendam e assim possa iluminar quantos estejam próximos dos
seus raios de luz até que, finalmente, derretida complete o seu ciclo de vida,
e outra vela seja posta em seu lugar para continuar brilhando.
Assim também é
o ciclo de nossas vidas. Ninguém viverá eternamente sem que tenha vida própria.
Para que o nosso brilho seja eterno é necessário que tenhamos em nós a fonte de
vida eterna; e esta fonte é JESUS CRISTO. Por este motivo Ele
disse: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim ainda que
esteja morto, viverá" (João 11.25). Todos nós recebemos de Deus
uma tarefa a cumprir e devemos fazê-lo com a consciência de que ela tem começo,
meio e fim. Quantas vezes nos sentimos meio fósforos, meio
velas? Se ainda desejamos que o nosso brilho repercuta, é preciso que
acendamos outros fósforos que sejam capazes de acenderem outras velas, afinal
de contas, disse-nos Jesus ao nosso respeito: "vós sóis a luz do
mundo". Que o Senhor nos ajude a entender o início, o meio e o fim
de cada uma das tarefas que nos foram confiadas, e cumpri-las com a dignidade
do fósforo e da vela, ainda que tenhamos que perecer... Ainda que venhamos nos
assemelhar a um minúsculo pedaço de carvão ou a uma gota de parafina
derretida... Mais importante será que tenhamos cumprido a nossa parte de modo a
ouvirmos do Senhor: “bem está, servo bom e fiel; sobre o pouco foste
fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” Mateus
25.21.
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