A DESCONSTRUÇÃO DA IGREJA
Pr. Raul Marques
Até que o Senhor
Jesus volte para levar consigo a Sua Igreja gloriosa, teremos muito ainda que
caminhar! A Bíblia nos informa que Jesus não voltará até que todos o tenham
conhecido: “Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que
perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo
o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt
24.12-14). Penso que estamos assistindo a desconstrução da igreja que foi idealizada
por Jesus... Será que estamos ouvindo ser pregado o mesmo Evangelho de que
Jesus pregou? Tenho por certo que Jesus falava com Pedro sobre uma igreja
indestrutível, alicerçada sobre o Cristo de Deus, a Rocha: “Também
eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Não obstante
a certeza de que a igreja de Jesus jamais poderá ser destruída, há uma
crescente tendência à sua desconstrução e à sua
descaracterização.
Encontro com muita
facilidade pessoas desigrejadas, que perderam a simpatia pelas causas do Evangelho,
tal como os povos têm perdido a esperança na política e, sobretudo, nos
políticos. São pessoas feridas e decepcionadas que não conseguem mais
vislumbrar qualquer semelhança entre teoria e prática. Tudo isto tem sentido
nas palavras de Jesus: “Devido ao aumento da maldade, o amor de
muitos esfriará...”, contudo, felizmente Ele prossegue: “mas
aquele que perseverar até o fim será salvo”.
Onde deveria ocorrer
sinergia, há disputa; onde deveria ocorrer gratuidade, há exploração; onde
deveria estar a sacralidade, há o circo; de onde deveria nascer a liberdade,
grassa a escravidão mental; do proveito coletivo, nasceu a obsessão pessoal e,
sobre a miséria das multidões foram construídas arquiteturas monumentais e
fortunas inomináveis...
A igreja não nasceu
para vender ilusões; ela foi criada para manifestar a Verdade e a Glória de
Deus. O cabeça da Igreja é Cristo. O apóstolo Paulo nos avisa que “temos
a mente de Cristo” (I Cor 2.16), no entanto, as manifestações da “igreja”
em nossos dias têm mostrado uma profunda amnésia cristã e uma indescritível
cauterização das mentes. Jesus Cristo “veio buscar e a salvar o que se havia
perdido” (Lc 19:10); a igreja moderna está buscando perder-se na desconstrução
dos ideais de Jesus Cristo, sob os pretextos mais diversos e difusos.
Perdoa-nos, Senhor Jesus, pois somos grandes pecadores, mas, põe-nos de
volta no caminho do primeiro amor. Porventura não é a nós que falas: “Tenho,
porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde
caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente
virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres”
(Ap 2:4-5). Apieda-te, Senhor, de todos nós!
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