sábado, 2 de setembro de 2017

NA HORA DA AFLIÇÃO...
Pr. Raul Marques



“Quantas perseguições suportei! Contudo, de todas o Senhor me livrou!” II Tm 3.11

Não há criatura humana alguma que não viva dias de aflições e sofrimentos repetidas vezes neste mundo! Primeiro, porque viver já pressupõe um estágio de mergulho no mais profundo dualismo: lágrima e sorriso, prisão e liberdade, doce e amargo, frio e quente, vida e morte, finalmente... Segundo, porque dor e sofrimento são partes integrantes do crescimento humano, desde a gênese.
A Bíblia nos ensina que Deus, Criador e Mantenedor de todas as coisas, providenciou socorro para as aflições de suas criaturas, não deixando-lhes no mar à deriva, ainda que tenham escolhido caminhos não indicados por Ele. Aliás, Ele é muito mais que socorro, Ele é refúgio e fortaleza; abrigo seguro; rocha em que podemos pisar com firmeza!
Observando, por exemplo, a vida do apóstolo Paulo, notamos as profundas mudanças ocorridas, desde a simples e metafórica troca de nomes – de Saulo para Paulo -, até a mais complexa situação de perseguição, prisão, traição e luta pela sobrevivência física e ideológica. “Não é o servo superior ao seu Senhor” disse-nos Jesus! Não haveria de ser diferente com todos os que buscam, de alguma maneira, demonstrar semelhanças com o Cristo de Deus!
Foi assim que ele se expressou certa vez, em meio às farpas que lhe eram dirigidas ou sofrimentos que lhe eram impostos: “São eles servos de Cristo? - estou fora de mim para falar desta forma - eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro? Se devo orgulhar-me, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza” II Coríntios 11.23-30.

Não fomos projetados para o sofrimento, mas, desviados do projeto original de Deus, Ele mesmo se encarregou de nos prover nas nossas mais profundas carências. Nenhum sofrimento é sem causa... Se achamos que não o merecemos, que ao menos saibamos sair dele fortalecidos pelas lições! Foi assim que Paulo concluiu ao dizer, pelo Espírito Santo, a seguinte expressão: "...mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, todavia, o homem interior se renova de dia em dia" II Coríntios, 4:16. É assim que também sinto.

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