Pr. Raul Marques
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” Mt 24.4-5
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qual “Cristo” nós pretendemos seguir? Seria àquele que idealizamos, ou àquele que recebemos através das Escrituras? Seria àquele que mais se encaixasse nas nossas especulações sobre fé e milagres, ou àquele sobre quem o apóstolo Paulo afirmou que “humilhou-se a si mesmo”? Aonde mais nos encaixamos: como seguidores de Cristo ou como perseguidores de Cristo? Em nome dele nós libertamos ou aprisionamos pessoas? Em Seu nome nós expulsamos os demônios ou demonizamos tudo o que Ele criou e disse que era “muito bom”? Que Jesus é esse?
“Tenho, porém, contra ti que deixaste teu primeiro amor” (Apocalipse 2:4). Esta expressão declara o nosso distanciamento do sentido original do verdadeiro Cristo: o amor. Ele é o primeiro e o último; o princípio e o fim. Sem Ele nada do que foi feito se fez. Ele tem o registro de uma ocorrência triste contra nós: o abandono do primeiro amor. Esta é a causa de todas as outras deficiências da nossa relação com Deus.
Tenho escutado muito e de muitas pessoas a expressão “estou cansado de igrejas”, gente simples, desejosa de fazer a vontade do Pai; gente influente, capacitada para desenvolver tarefas que Deus lhes confiou; gente bem intencionada, que gostaria muito de ver o mundo melhor; gente talentosa, que sonha com a verdadeira ação de Deus entre nós; gente que crê, mas não consegue praticar a fé em razão das diretrizes religiosas que lhes apresentaram como sendo de Cristo, mas que não lhes permitem a liberdade de ação e de comprometimento. Eu as ouço e fico a pensar no significado das palavras do Jesus da Bíblia, quando ensinou aos discípulos e às multidões dando conta da religiosidade dos escribas e fariseus (Mateus 24.1-4).
Lendo sobre as ações de Jesus, o verdadeiro Cristo, vemos e aprendemos coisas absolutamente contrárias àquelas ensinadas por muitos para manterem as pessoas presas aos ritos, dogmas, regras e outras práticas, não lhes permitindo vivenciar o sentido lato de crer em Cristo: "Se vós permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a VERDADE e a Verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" João 8:31, 32 e 36. “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão” (Gálatas 5.1).
O verdadeiro Cristo não alija ninguém das artes, não impede ninguém de manifestar alegria e criatividade; não se contrapõe ao direito elementar de ir e vir; não cria grupos com carteirinhas; não imprime a ditadura da fé; não inspeciona e nem anda com controle remoto atrás de ninguém. O verdadeiro Cristo nos ensina o caminho da retidão e da santidade apenas pelo fato de nos amar e dizer: “Vai, e não peques mais!” João 8.11b. É isto que transforma a cada um de nós e o mundo inteiro: o amor; “Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigênito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” I João 4.7-10. “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” 2 Coríntios 3.1.
Um comentário:
Abrir a mente, mas acima de tudo abrir o coração. Amor e Alegria sempre para todos nós!
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