A "Cidade de Deus" é um inferno!
Pr. Raul Marques
Como é possível uma nação
conviver permanentemente com a dicotomia do paraíso
e do inferno? Como
é possível que este mesmo país se mantenha travestido de religiosidade e
hipocrisia entre o Estado do
Espírito Santo e o
estado de imoralidade e corrupção? Entre as polis de Salvador e Belém, ao mesmo tempo em que o
Cristo clama por paz envergonhado e de braços
abertos sobre a Guanabara ensanguentada? Como é possível o crime acuar o Estado e a sociedade se manter enclausurada contentando-se a enterrar
e chorar os seus mortos? Como foi possível permitir que a Cidade Maravilhosa seja transformada num caos e num inferno?
A Bíblia nos ensina que “Quando o governo é honesto, o país tem
segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba em desgraça” (Provérbios 29.4). Afirma também: “Ai daquele que constrói o seu palácio usando
de corrupção e meios ilícitos; que força seu próximo a trabalhar sem qualquer
retribuição, tampouco lhe paga o salário”
(Jeremias 22.13-17). Porventura não são estes motivos que têm provocado todo
este caos? Não vive o país e seu povo atolados em dívidas enquanto os
governantes se banqueteiam, se compram e se vendem despudoradamente? Não são
porventura abutres famintos que se fartam sobre a carniça nacional?
Transformaram a Cidade de Deus num inferno! Transformaram o Rio de Janeiro num de rio de lama e de sangue... Quem vive
em maioria na Cidade de
Deus? Diria Vinícius de
Morais: “É gente
humilde, que vontade de chorar!”.
A dicotomia dá lugar aos
contrastes: como é possível uma nação inteira mergulhar no caos social, no
desemprego, no adoecimento, na violência e na demência, ao mesmo tempo em que assiste,
anestesiada e sem forças, ser vendida no planeta como “o país do carnaval e do futebol” num ano de calendário político, quando
ocorrerão gastos excessivos, abusivos e desnecessários diante de uma gente
humilhada, infantilizada e dividida propositadamente pela mídia da hipocrisia,
para iludir uma gente que trabalha incessantemente sem desfrutar da riqueza que
produz? Não há hoje no país uma cidade sequer em que a violência moral, ética,
política e física já não tenha invadido!
A Pátria-mãe-gentil não passa de uma pobre viúva desprotegida e
abandonada à sorte com os seus mais de 200 milhões de filhos para criar... A Cidade de Deus
é a grande parábola nacional! É uma pena que, embora digamos a plenos pulmões que
somos uma nação cristã, vivamos paradoxalmente tão distantes do Cristo! O Salmo
33.12, afirma: “Feliz a
nação cujo Deus é o SENHOR, o povo que Ele escolheu para lhe pertencer”. Infelizmente, estamos vivenciando um
ensaio geral do fim e, impassivelmente, assistindo o circo pegar fogo até transformar-se
no mais torturante inferno! Este sim, é mais provável que venha a ser “O outro lado do paraíso”. Deus tenha misericórdia de todos nós!