segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A "Cidade de Deus" é um inferno!


Pr. Raul Marques


Como é possível uma nação conviver permanentemente com a dicotomia do paraíso e do inferno? Como é possível que este mesmo país se mantenha travestido de religiosidade e hipocrisia entre o Estado do Espírito Santo e o estado de imoralidade e corrupção? Entre as polis de Salvador e Belém, ao mesmo tempo em que o Cristo clama por paz envergonhado e de braços abertos sobre a Guanabara ensanguentada? Como é possível o crime acuar o Estado e a sociedade se manter enclausurada contentando-se a enterrar e chorar os seus mortos? Como foi possível permitir que a Cidade Maravilhosa seja transformada num caos e num inferno?
A Bíblia nos ensina que “Quando o governo é honesto, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba em desgraça” (Provérbios 29.4). Afirma também: “Ai daquele que constrói o seu palácio usando de corrupção e meios ilícitos; que força seu próximo a trabalhar sem qualquer retribuição, tampouco lhe paga o salário” (Jeremias 22.13-17). Porventura não são estes motivos que têm provocado todo este caos? Não vive o país e seu povo atolados em dívidas enquanto os governantes se banqueteiam, se compram e se vendem despudoradamente? Não são porventura abutres famintos que se fartam sobre a carniça nacional?
Transformaram a Cidade de Deus num inferno! Transformaram o Rio de Janeiro num de rio de lama e de sangue... Quem vive em maioria na Cidade de Deus? Diria Vinícius de Morais: “É gente humilde, que vontade de chorar!”.
A dicotomia dá lugar aos contrastes: como é possível uma nação inteira mergulhar no caos social, no desemprego, no adoecimento, na violência e na demência, ao mesmo tempo em que assiste, anestesiada e sem forças, ser vendida no planeta como “o país do carnaval e do futebol” num ano de calendário político, quando ocorrerão gastos excessivos, abusivos e desnecessários diante de uma gente humilhada, infantilizada e dividida propositadamente pela mídia da hipocrisia, para iludir uma gente que trabalha incessantemente sem desfrutar da riqueza que produz? Não há hoje no país uma cidade sequer em que a violência moral, ética, política e física já não tenha invadido!

A Pátria-mãe-gentil não passa de uma pobre viúva desprotegida e abandonada à sorte com os seus mais de 200 milhões de filhos para criar... A Cidade de Deus é a grande parábola nacional! É uma pena que, embora digamos a plenos pulmões que somos uma nação cristã, vivamos paradoxalmente tão distantes do Cristo! O Salmo 33.12, afirma: “Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, o povo que Ele escolheu para lhe pertencer”. Infelizmente, estamos vivenciando um ensaio geral do fim e, impassivelmente, assistindo o circo pegar fogo até transformar-se no mais torturante inferno! Este sim, é mais provável que venha a ser “O outro lado do paraíso”. Deus tenha misericórdia de todos nós!