domingo, 25 de março de 2012

CATADORES DE LIXO...

Pr. Raul Marques

Todos nós ficamos horrorizados com aquelas imagens publicadas nos telejornais, revistas e redes sociais, que fazem alusão à miséria e à pobreza, sobretudo, as dos grandes centros urbanos, quando estampam pessoas desesperadas a tal ponto que se põem como urubus humanos buscando a saciedade da fome na podridão daquilo que nós gastamos sem nenhum controle, dando risadas no conforto das nossas salas ou na inutilidade da nossa religiosidade inócua, supérflua e estéril. É a maior tragédia humana! Esta talvez seja a mais importante tarefa da geração presente e o legado mais pesado que deixaremos às gerações futuras: a reconstrução da humanidade nos homens...

Falamos tanto em igualdade, em preconceito, em violência, corrupção, imoralidade, improbidade, porém, não nos damos conta de que estamos todos – a sociedade inteira – enquadrados como abutres indomáveis, esfomeados e cegos diante do caos da realidade social que nos cerca. Este fato faz de todos nós verdadeiros catadores de lixo na montanha do lixo social que se avoluma, transformado numa metástase social sem precedentes.

Ainda há tempo e possibilidades para uma mudança radical, mas é preciso querer. Muitas pessoas tem se afastado do Evangelho e outras tem visto Jesus Cristo como uma utopia da religião, em razão de não sentirem mais a humanidade dos milhares que se declaram espirituais. A fé em Deus não permite supor que estamos acima dos mortais, ao contrário, faz-nos cada vez mais humanos para sentir as dores uns dos outros, como fez o próprio Jesus. Assim afirmou Paulo aos Filipenses: “Não sejam egoístas; não vivam para causar boa impressão aos outros. Sejam humildes, pensando dos outros como sendo melhores do que vocês mesmos. Não pensem unicamente em seus próprios interesses, mas preocupem-se também com os outros e como que eles estão fazendo. A atitude de vocês deve ser semelhante àquela que nos foi mostrada por Jesus Cristo que, embora Deus, não exigiu nem tampouco se apegou a seus direitos como Deus, mas pôs de lado seu imenso poder e sua glória, ocultando-se sob a forma de escravo e tornando-se como os homens. E Se humilhou ainda mais, chegando ao ponto de sofrer uma verdadeira morte de criminoso numa cruz” Fp 2.3-8.

Embora cultuemos a Deus de múltiplas formas, devemos ter unidade naquilo que é essencial: amar ao próximo como a nós mesmos. Deste modo, que tal refletirmos sobre o fato de Jesus Cristo ter iniciado com um grupo de amigos a melhor e mais eficaz maneira de mudar o mundo: pelo amor às pessoas?

Ele iniciou a sua caminhada chamando técnicos a se tornarem humanos; ele transformou homens peritos na pesca em algo muito maior: pescadores de homens; isto é, pessoas que cuidem de outras pessoas; que se humanizam pela força do amor que excede qualquer entendimento, e que são capazes de tanto darem o peixe quanto de ensinarem a pescar. Jesus procura por pessoas que queiram relacionamentos fortes, profundos, eternos, nunca superficiais ou circunstanciais. Vamos hoje deixar de catar lixo, a partir do entulho que possa haver dentro de nós. Sejamos mais: sejamos catadores de homens. Ajuda-nos, Senhor, a começar por mim! Tu és fiel, Senhor!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Parabéns, mulheres! Que Deus lhes conceda paz, saúde e muitas alegrias na família!



quinta-feira, 1 de março de 2012

CORREÇÃO POR AMOR

Pr. Raul Marques


Ninguém gosta de ser disciplinado. Todos resmungamos porque nos sentimos diminuídos ou desprestigiados quando recebemos uma admoestação de disciplina. É uma sensação de abatimento ou de desestímulo que se apodera de nós, causando-nos de pronto certa repulsa e constrangimento. Tanto é assim que corre no meio social um provérbio rude e sarcástico que afirma: “Se conselho fosse bom não seria gratuito, mas, vendido”. Tanto o aconselhamento quanto a paciência de recebê-lo requerem sabedoria, disposição em querer acertar, e, sobretudo, humildade. Quando estes sentimentos vêm como amálgama, como arrimo, e como pavimentação do solo das nossas atitudes, vivenciamos uma sensação de proteção e de gratidão por quem se propõe aconselhar-nos como um pai faz a um filho. A Bíblia afirma que “O castigo do Senhor é uma prova do Seu amor por você; Ele faz à mesma coisa que um pai cheio de amor faz por seu filho” Pv. 3.12 BV. Um homem que é sempre admoestado, ensinado e disciplinado por aqueles que o amam, aprende a ser mais seguro nas decisões que toma. Como dizia Aristóteles, “nós somos aquilo que fazemos repetidamente; excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”. O costume de acolher bem os conselhos pode nos levar à condição de homens e mulheres mais seguros frente às turbulências da vida, sobretudo, quando aceitamos as razões porque Deus nos tem disciplinado.
Meu filho, não fique revoltado quando for castigado pelo Senhor. Não fique desanimado quando Ele o corrigir” - Pv 3.11 (BV). É muito comum vermos pessoas palradoras diante de Deus quando estão a enfrentar adversidades: blasfemam, apostatam, ficam indignadas e se mostram decepcionadas com Deus, quando deveriam estar agradecidas por receberem lições e conselhos práticos de admoestação, ensinando-as a crescerem e se tornarem maduras diante das circunstâncias e dos obstáculos que se interpõem em seus caminhos. Até mesmo os que dizem crer são levados a esquecer facilmente o que aprenderam: “O justo viverá por fé” Gl 3.11.
Todo aquele que tem a Deus como aliado deve também submeter-se às suas normas e aos seus mandamentos, uma vez que conscientemente, diz: “Senhor, eu Te louvo! Ensina-me as tuas instruções para a vida” Sl 119.12 BV. E sabe por quê? Simplesmente porque “Nunca se pode agradar a Deus sem fé, sem confiar nele. Qualquer um que queira ir a Deus deve crer que existe um Deus, e que Ele recompensará aqueles que sinceramente O procuram” Hb 11.6 BV.
Devemos, pois, com humildade e obstinação obedecer a Deus quando somos corrigidos, ainda que as circunstâncias nos submetam à vergonha, à humilhação e ao sofrimento, pois, Ele mesmo nos afirma: “Lembrem-se, porém disso - os maus desejos que penetram na vida de vocês não têm nada de novo nem de diferente. Muitos outros enfrentaram exatamente os mesmos problemas antes de você. E nenhuma tentação é irresistível. Vocês podem confiar Que Deus impedirá que a tentação se torne tão forte que não a possam enfrentar, visto que Ele assim prometeu e cumprirá o que diz. Ele lhe mostrará como fugir do poder da tentação, para que vocês possam agüentá-la com paciência” I Cor 10.13. Obrigado, Pai, por ensinar-me a cada dia, mesmo através da dor. Tu és fiel!