segunda-feira, 19 de outubro de 2009

VENDAVAIS...


Pr. Raul Marques
Vendavais são perturbações marcantes no estado normal da atmosfera. Deslocamento violento de uma massa de ar, de uma área de alta pressão para outra de baixa pressão. Os vendavais, também chamados de ventos muito duros, correspondem ao número 10 na escala de Beaufort, compreendendo ventos cujas velocidades variam entre 88,0 a 102,0 km/h. Os ventos com velocidades maiores recebem denominações específicas: 103,0 a 119,0 km/h ciclone extratropical; acima de 120,0 km/h ciclone tropical, furacão ou tufão. O vendaval é fenômeno físico da natureza. Não obstante, existem também os vendavais existenciais, e esses são próprios da natureza humana. Como aqueles, estes também são perturbações marcantes no estado normal dos indivíduos. São violentos deslocamentos de forças da insensatez direcionados contra a racionalidade, visando a perturbação e a inquietação da alma. Os vendavais existenciais também são organizados em escala de gravidade, e a sua velocidade suprema é a força motivadora das angústias que levam ao suicídio. É o ápice do desvario e da loucura. É um ato de suprema possessão do mal. Os vendavais existenciais podem ter início em pequenos insucessos; em detalhes de ciúmes não percebidos; na inveja; na covardia; na traição; na frustração; nos sonhos irrealizados; enfim, no acolhimento do lixo do pecado se avolumando em pequenos cestos... Os vendavais existenciais sacodem as nossas vidas, revolvem os nossos sentimentos, desorganizam pensamentos, apagam as nossas aspirações e minam as nossas esperanças. Os ventos tempestuosos são forças contrárias que planejam nos arremessar contra as rochas em meio a um mar bravio. Eles sempre ocorrem quando o tempo se fecha completamente absorvido pelas trevas. É aí que reside a nossa extrema necessidade da companhia de Jesus. Aquele que conhece plenamente o poder destruidor das tempestades, é o único que pode sempre nos socorrer na hora da angústia. No mar da vida nunca poderemos prescindir da presença de Jesus no barco da nossa existência. É bastante lembrarmos a passagem de Lucas 8.22-25, onde encontramos o questionamento dos discípulos de Jesus: “Quem é este que até aos ventos e às ondas repreende, e lhe obedecem?”. Se as forças da natureza se rendem à voz de Jesus Cristo, porque é tão difícil à natureza humana quedar-se diante dele em meio às tempestades existenciais? Creio que o melhor da vida só nos ocorrerá quando tomarmos a decisão de “passar para a outra margem” no mesmo barco em que Jesus está: o barco da Salvação. Não há vendaval que resista ao poder de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

LAMENTO INSPIRADO EM JESUS


Pr. Raul Marques


No Evangelho de Mateus 23.37, Jesus faz um lamento sobre Jerusalém que deixa evidentes os seus anseios e o seu amor não correspondido por aquela gente. Ele lamenta ter tanto para dar e não poder oferecer em virtude da dureza do coração do povo. A dureza era tão grande que levou Jesus a fazer uma acusação dolorosa: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados!". Infelizmente esta é uma realidade presente na Terra Santa e enraizada nas igrejas cristãs pelo mundo afora... Recentemente recebi um valioso presente de um amigo-irmão: um livro. Eu amo os meus amigos e amo os meus livros; ambos me ensinam com aquilo que trazem dentro de si. O conteúdo do livro-presente é magnífico! Não podia ter vindo em momento mais oportuno... Estou lendo com paciência e com muita avidez.Pois bem, Jesus e o presente me levaram a fazer igualmente um lamento: Por que sofremos pelas causas erradas? Por que sofremos pelas pessoas erradas? Mas, afinal, vale a pena lamentar os dias passados se eles fatalmente não voltam jamais? Por que então não recomeçar a partir da perspectiva de que os dias que se seguem serão os últimos da minha curtíssima vida? Lamento que deixei de abraçar a muitos, porque outros me impediram com os seus azedumes. Lamento que deixei de visitar a tantos, porque alguns poucos me impediam com os seus julgamentos. Lamento não ter chorado junto com alguns que necessitavam, porque outros que eram sarcásticos riam falsamente. Lamento não ter falado do amor de Jesus para pessoas tão sinceras e carentes, preferindo perder tempo com aquelas que só o conheciam literariamente. Lamento não ter dedicado mais tempo a oração, porque muitos me roubaram tempo com conversas vazias e infundadas. Lamento não ter gasto mais tempo com a família, porque muitos me trancaram no quarto da ambição e vaidade pessoais deles. Lamento não ter lido mais livros, preocupado com gente sem propósitos para viver. Tudo isso eu lamento profundamente, mas não posso me esquecer de que "as misericórdias do Senhor se renovam cada manhã", e assim sendo, ainda tenho tempo para recuperar o tempo perdido vivenciando o presente de maneira intensa e significativa. Aos que me obstacularam a vida, impedindo que fossem realizados planos altruístas e cheios de repercussão, só posso dizer-lhes aquilo mesmo que Jesus expressou ao povo de Jerusalém: "quantas vezes eu quis ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quizeste!". Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

COMO AS ESTAÇÕES DO ANO...


Pr. Raul Marques

É incrível como tudo o quanto Deus fez é perfeito! Nada, absolutamente nada, está fora de mutualidade de interação, integração e cooperação. Tudo foi criado com um objetivo muito específico, e por este motivo existe, dentro de uma deliberada interdependência, para que uma parte seja a completude da outra parte, e assim sucessivamente... Vejamos, por exemplo, a imensa semelhança entre a vida individual dos seres humanos e as estações do ano com toda a sua riqueza de conteúdo e circunstância. “Todo mundo já sabe que durante o ano ocorrem quatro estações: Primavera, verão, outono e inverno. As estações do ano acontecem por causa da inclinação da terra em relação ao sol. O movimento do nosso planeta em torno do sol dura um ano. Esse movimento recebe o nome de translação e a sua principal conseqüência é a mudança das estações do ano. Se a Terra não se inclinasse em seu eixo, não existiriam as estações. Cada dia teria 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. E como o eixo do planeta terra forma um ângulo com seu plano orbital, existe o verão e o inverno, dias longos e dias curtos. Durante o Verão, os dias amanhecem mais cedo e as noites chegam mais tarde. Ao longo dos três meses desta estação, o sol se volta lentamente para a direção norte e os raios solares diminuem sua inclinação. No início do Outono, os dias e as noites têm a mesma duração: 12 horas. Isso é porque a posição do sol está exatamente na linha do Equador. Porém, o sol, vai continuar se distanciando aparentemente para norte. A partir daí, os raios solares atingem o mínimo de inclinação no início do Inverno, e, ao contrário do Verão, os dias serão mais curtos e as noites mais longas. Então, o Sol vai começar a se deslocar na direção sul. Começando então a Primavera e os dias e as noites terão a mesma duração. Portanto, as estações do ano e a inclinação dos raios solares variam com a mudança da posição da Terra em relação ao Sol. Quando o Pólo Norte se inclina em direção ao Sol, o hemisfério Norte se aquece ao calor do verão. Seis meses mais tarde, a Terra percorreu metade de sua órbita. Agora o Pólo Sul fica em ângulo na posição do Sol. É verão na Austrália e faz frio na América do Norte”. A vida humana também existe em ciclos: na primavera existencial a vida é cheia de flores; os dias não são tão quentes e nem muito frios; há uma enorme manifestação de amor, de produção e de reprodução; no verão, no entanto, um período mais quente é mais comum a busca por lugares frescos, pelos ribeiros de água. Há uma explosão de alegria e nós tendemos a ser mais receptivos; o outono vem com as folhas caindo no chão da nossa existência: são os sonhos que se desfizeram... No inverno, tudo parece muito mais frio; as chuvas são freqüentes e há muita rajada de trovão e relâmpago; nós tendemos à reclusão nesta fase...
Em que período você está agora? Qual a estação existencial que você vive agora? Não importa qual delas venha a ser, o importante mesmo é saber se também em você os ciclos existem porque sua vida gira em torno de Jesus, o sol da justiça; e se esse movimento recebe o nome de adoração, as estações vão e vêm, as mudanças surgem e desaparecem, mas o principal permanece: o amor – cheio de muita esperança e fé – pois este, segundo a Bíblia, jamais acaba!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Nós, o fósforo e a vela...

Pr. Raul Marques


Vasculhando os meus alfarrábios encontrei uma ilustração que eu havia guardado desde a época em que fui seminarista, quando a usei numa redação em um dos períodos da disciplina "Português". Foi muito bom reavê-la, sobretudo porque tive saudades dos colegas, do professor, mas, igualmente por que ela me trouxe a uma realidade presente que, embora dura, é profundamente enriquecedora. A Bíblia nos ensina que se a semente não morrer não pode germinar. Isto significa que tudo tem um tempo de vida; tudo tem um ciclo; tudo tem um propósito. Aliás, a Bíblia também nos ensina que há tempo para todo propósito debaixo do céu... Quando reli a fábula do Fósforo e a Vela logo vi luz jogada sobre minhas circunstâncias vivenciadas presentemente. O fósforo, para ser útil em dissipar as trevas, precisa que lhe esfreguem sobre uma lixa incendiária, e assim brilhará até que vire um minúsculo carvão. Para continuar irradiando o seu brilho será necessário que, antes de perecer, ateie o seu fogo numa vela. A vela, por sua vez, será apenas um pequeno rolo de parafina com um pavio central, fria e sem brilho, até que lhe acendam e assim possa iluminar quantos estejam próximos dos seus raios de luz até que, finalmente, derretida complete o seu ciclo de vida, e outra vela seja posta em seu lugar para continuar brilhando.
Assim também é o ciclo de nossas vidas. Ninguém viverá eternamente sem que tenha vida própria. Para que o nosso brilho seja eterno é necessário que tenhamos em nós a fonte de vida eterna; e esta fonte é JESUS CRISTO. Por este motivo Ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim ainda que esteja morto, viverá" (João 11.25). Todos nós recebemos de Deus uma tarefa a cumprir e devemos fazê-lo com a consciência de que ela tem começo, meio e fim. Quantas vezes nos sentimos meio fósforos, meio velas? Se ainda desejamos que o nosso brilho repercuta, é preciso que acendamos outros fósforos que sejam capazes de acenderem outras velas, afinal de contas, disse-nos Jesus ao nosso respeito: "vós sóis a luz do mundo". Que o Senhor nos ajude a entender o início, o meio e o fim de cada uma das tarefas que nos foram confiadas, e cumpri-las com a dignidade do fósforo e da vela, ainda que tenhamos que perecer... Ainda que venhamos nos assemelhar a um minúsculo pedaço de carvão ou a uma gota de parafina derretida... Mais importante será que tenhamos cumprido a nossa parte de modo a ouvirmos do Senhor: “bem está, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” Mateus 25.21.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O LADO MATERNO DO HOMEM

Pr. Raul Marques
Se existe algo que me deixa extasiado e absurdamente maravilhado, é o fato divino-humano da geração de vida no ventre materno. Não pode existir algo mais sublime e tão complexamente engenhoso! Com esse mesmo sentimento o salmista se expressou quando escreveu o Salmo 139:14 "Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem".
A maternidade é um milagre de Deus: torna as mulheres muito mais bonitas, mais sensíveis, mais frágeis, mais divinas e, sem sombra de dúvidas, mais encorajadoras da raça humana. Através da sensibilidade feminina, sobretudo na gestação, o homem consegue flexibilizar o coração; e, através do fruto do ventre da mulher ele é moldado, de tal maneira que se desencoraja para a guerra e se potencializa para o exercício da paz.
Junto da mulher o homem experimenta o seu lado mãe: ele torna-se capaz de amar com todas as forças do seu coração. Junto da mulher o homem se completa, pois esse é o plano original de Deus. Com o nascimento dos meus filhos eu me vi envolvido na nobreza de ser Pai. Com o nascimento da minha neta, experimentei a sublimidade de ser Pãe, uma forma híbrida de ser pai e mãe. Foram experiências maternas na pele e na alma masculina que Deus criou.
Sempre que me deparo com mulheres grávidas sinto a presença de Deus mais claramente diante de mim. Percebo que nem tudo está perdido. Deste modo posso crer muito mais nos efeitos do amor. A gestação mexe com a minha consciência poética; mexe com a minha aura romântica; mas, mais do que isto, leva-me à majestade infinita de um Deus tão maravilhoso, que na sua graça e misericórdia foi capaz de amar perfeitamente seres tão imperfeitos na sua santidade, tornando-os como Ele, criadores de vida. Que o Senhor conserve sempre em cada homem cristão o lado materno de ser, pensar e agir, ensejando-lhe o caráter e a dignidade de ser homem e de amar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

AMOR! AMOR! AMOR!


Pr. Raul Marques

No dia em que você nasceu, chovia...
A natureza se alegrava e respondia
Celebrando assim mais uma criação de Deus!
Você chorava, mas o céu sorria...
Muitos também choravam (de alegria!)
Celebrando assim, mais um presente de Deus!
Esperando você o nosso peito ardia
Num misto de calma e euforia,
Aguardando assim a resposta de Deus!
Trazida a nós nos braços de um doutor
Vimos, pois, ali as mãos do Senhor,
E celebramos assim o milagre de Deus!
Foi assim, Letícia, que você nasceu:
Envolvida pelo amor que o Senhor nos deu,
Tão linda e tão frágil que até comoveu
A noite, a natureza, pois até choveu...
Você é mesmo cheia de claridade!
Trouxe-nos paz, alegria e bondade,
Num mundo cheio de tanta inquietação...
Hoje faz um ano que você chegou...
Tudo mudou, sim, tudo realmente mudou!
Só há um sentimento no coração do vovô:
AMOR! AMOR! AMOR!


Celebrando o seu primeiro ano de vida!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

CORAGEM PRA RECOMEÇAR...


Pr. Raul Marques

Jó 14.7 “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta”.



Existem momentos na vida do homem que ele mais se assemelha a uma árvore, que tendo sido tão frondosa, sobrevive no seu último estágio, na condição de tronco que insiste em lutar pela vida fazendo brotar os seus renovos. Este é o momento em que se espera um milagre conforme a promessa de Deus: “se envelhecer na terra a raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta”. São momentos em que necessitamos da água da vida, dos campos verdejantes, de pastos refrigerantes, de ventos calmos, de brisas suaves... Nesses instantes precisamos tão somente de uma atitude: bom ânimo – “Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares” Josué 1.9. Os desertos pessoais vão se formando quase que imperceptíveis, e de repente tomam dimensão e evidência gigantescas na nossa vida. Formam-se duas de tristezas, surgem nuvens de gafanhotos inquietantes, não há chuva, não há flores e jardins, só peçonha e o ardor causticante de um sol que nos cega a visão de dia, desaparecendo no frio assombroso de noites cada vez mais opacas e agourentas.
E quando tudo parece no fim, vem-nos a certeza de que “
ao cheiro das águas, brotará”. E aquelas lágrimas que nos escorrem pelo rosto começam a se transformar num rio de águas vivas, e entram pela terra seca, chegando até a profundidade da raiz, e finalmente, num ato milagroso, começam a brotar os renovos... Mas é preciso coragem pra recomeçar. É preciso não desistir de ser árvore que dá frutos. É preciso persistir para não apodrecer, pois há muitos fungos micorrízicos que aguardam a plenitude da nossa fraqueza... Finalmente a promessa se transforma em um milagre, porque o Senhor é bom e a sua misericórdia dura para sempre! "E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam”. Isaías 58.11.
É preciso coragem pra recomeçar... Não ter medo do desconhecido, daquilo que ainda está porvir. É preciso “
crer que Deus existe e que é galardoador daqueles que o buscam” Hebreus 11.6. É preciso nunca desistir dos sonhos, ainda que tenhamos que enfrentar muitos pesadelos. É preciso cantar a vida e celebrá-la intensamente. É preciso dar sentidos aos versos da canção que afirmam: “Se uma porta se fecha aqui, outras portas se abrem ali... Deus é quem cuida de mim!”. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

O AMOR JAMAIS ACABA... MAS ARREFECE!



Pr. Raul Marques


A Bíblia nos ensina que “há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec 3.1). Muitas vezes nos espantamos com a ocasião de certos propósitos, mas afinal, temos que admiti-los, interpretá-los e, finalmente, superá-los. É o caso, por exemplo, do desamor que grassa neste mundo e atinge todas as camadas sociais; todas as famílias e todas as Instituições. A igreja está entre elas.
Quando acompanhado dos seus discípulos, Jesus lhes disse: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará." (Mt 24:9-12). O apóstolo Paulo, por sua vez, ensina-nos assim em I Coríntios 13: “O amor jamais acaba”. Daí então depreendemos que não há nada de errado entre estes ensinos senão, porém, que eles se completam e se explicam: o amor jamais acaba... mas ele esfria... arrefece...
Estamos vivendo os tempos preditos pelo Senhor Jesus em que o amor de muitos esfriaria. Esse vírus é profundamente contagioso e a sua proliferação é alarmante, pior que qualquer doença que o homem tenha conhecimento. Os que estão infectados por ele começam a desenvolver um inquietante desânimo, seguido de uma avassaladora apatia; são tomados por um completo desinteresse por quase tudo aquilo que mais gostavam de fazer; começam a dar sinais quase irreversíveis de indiferença e decepção com a fé, com a vida e com as pessoas.
Quando um amor deixa de ser correspondido, logo começa o processo de esfriamento. E tudo isso ocorre por “se multiplicar a iniqüidade”: esquecemos os grandes amigos; os alvos mais importantes da nossa vida não são mais os que dizem respeito aos valores da fé e da família; torna-se mais importante ter sucesso na vida pessoal que relevância comunitária; a relativização de tudo passa a ser o processo mais imperativo e a felicidade torna-se uma mera utopia valendo a pena tão somente a busca de satisfação e prazer momentâneos, ainda que fugazes.
A nossa humanidade, tão intimamente ligada ao pecado, torna-se cada vez mais receptiva ao desamor e tragicamente seduzida pela indiferença que não nos deixa perceber que somos nós os produtores da violência, da corrupção, da degradação social, da coisificação da família e do descarte de Deus. Embora o amor esteja esfriando a passos tão largos entre nós, resta-nos a esperança de acreditar que o mesmo Espírito que levou Jesus a profetizar este fato, inspirou o apóstolo Paulo a afirmar que o verdadeiro amor jamais vai acabar: havendo profecias, passarão; havendo filosofias, acabarão; havendo denominações, desaparecerão; havendo Instituições, ruirão; havendo hipocrisias, se desfarão; havendo falsos ideais, serão destruídos... Espero que depois de toda essa nevasca que glacialmente nos tem envolvido, venha sobre nós um vulcânico sopro do Espírito, salvando-nos desta geração perversa através de um genuíno avivamento, movendo-nos outra vez na direção de Deus. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

EU PRECISO APRENDER MAIS DE DEUS


Pr. Raul Marques


Toda atividade humana tem as suas contradições; afinal, ela é humana. A atividade pastoral é bipolar: divina e humana. Assim sendo, ela é também uma atividade que envolve contradições. Contradições da subjetividade do seu exercício. Contradições da sua complexidade vivencial. Contradições das interpretações que sofre. Contradições de modelos e estereótipos, etc. Sempre que alguém pensa no “pastor” evoca, inconscientemente, a figura do “herói”; do “infalível”; do “irretocável”; enfim, do tão-somente divino, completamente dotado de “unção” e outros elementos que contrastam com a sua fraqueza, limitação e dependência, enquanto humano.Tenho pensado muito esses últimos meses sobre tudo isto, e chego à conclusão de que “eu preciso aprender mais de Deus”, fazendo questão de viver “esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13-14). Eu preciso aprender mais de Deus para agir menos de mim mesmo; eu preciso aprender mais de Deus para que os meus “buracos negros” sejam preenchidos de mais paciência e longanimidade; mais afeto e amor; mais capacidade para perdoar e acolher; mas, sem esquecer-me de que o verdadeiro “pastor” tem outras ações que precisam ser praticadas porque são próprias dele, através dos instrumentos que Deus lhe tem dado para o exercício pleno da sua soberana vocação: é preciso usar tambem o cajado! Com ele instigará as ovelhas a permanecerem no aprisco; com ele demonstrará a sua indignação com os lobos; com ele agirá com energia porque, como Deus, deve corrigir àquele que ama. Eu preciso aprender mais de Deus para entender a fragilidade e atração pela dispersão que têm as ovelhas. Eu preciso aprender mais de Deus para que, estando só e sem a alegria da presença das suas ovelhas; vivendo circunstancialmente no deserto, longe de pastos verdejantes, jamais me esqueça daquilo que veio ao meu coração em tempos de aridez e desolação: “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim que outrora era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é esta palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm 1.12-15). Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

domingo, 29 de março de 2009

ANTES QUE EU DECIDA SER BATIZADO


Pr. Raul Marques


Existem recomendações bíblicas que não deixam dúvidas quanto à decisão que cada um faz de seguir a Jesus. ATOS 2:38 é uma delas: E disse-lhes Pedro: “Arredendei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”. A primeira atitude do pecador para adentrar ao Reino de Deus é de arrependimento. Deste modo, “antes que eu decida ser batizado” tenho que entender o significado do termo “arrependimento”. É necessário saber que, já esta compreensão, é uma dádiva do Espírito Santo de Deus, que nos convence a todos do pecado, da justiça e do juízo. Em língua portuguesa, temos os seguintes significados para o termo “arrependimento”: Compunção, contrição. Insatisfação causada por violação de lei ou de conduta moral, e que resulta na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações. Todos nós nascemos em pecado (Salmo 51.5 e Romanos 3.23) e, se ansiamos a reconciliação com Deus, só temos uma Porta, JESUS! (João 10.9).
Uma vez que estou sabendo o significado do arrependimento, passo agora a ter algumas responsabilidades pessoais: 1) Não devo achar que o Reino de Deus é uma brincadeira; 2) Não devo conduzir-me inconvenientemente; 3) Não devo mais viver uma vida de pecados; 4) Não devo largar a minha cruz; 5) Não devo viver distanciando-me dos demais trabalhadores da seara; 6) Não devo colocar ninguém entre Jesus e eu; 7) Não devo retroceder, jamais, na caminhada. Se eu agir assim estou certo de que nunca, jamais, envergonharei o meu Mestre. Se estou verdadeiramente arrependido de tudo o que vivi na condição de escravo do pecado; se a minha convicção veio pela Fé, e a Fé pelo ouvir da Palavra de Deus, entendendo que a Fe não vem de nós mesmos, mas é Dom de Deus; se o meu arrependimento me constrange a viver uma vida de transparência e santidade, então eu posso e devo descer às águas batismais, pois tomei atitudes responsáveis e imprescindíveis na vida de uma Nova Criatura que está nascendo, agora da água e do Espírito. O batismo é uma condição destinada àquele que crê: Marcos 15.16: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado". Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ah! Se nós amássemos a Jesus...


Pr. Raul Marques

Uma das passagens bíblicas mais inquietantes e ao mesmo tempo mais didáticas para o exercício da nossa vida cristã é aquela em que o Senhor Jesus questiona Pedro de forma contumaz: “Pedro, tu me amas?” (João 21.15-17). Pedro havia sido chamado por Jesus para acompanhá-lo fazendo missões e agora eles estavam próximos do Mar de Tiberíades, na região da Galileia. Pedro há algum tempo atrás teria tido uma imensa fraqueza espiritual e, portanto, teria traído a Jesus. Mesmo assim o Senhor “amou-o até o fim”. Depois de terem participado de uma pesca extraordinariamente diferente, inusitada e sobrenatural, os seus discípulos são convidados para uma refeição. Em seguida, Jesus aproxima-se de Pedro e questiona-o: “Simão, filho de João, amas-me mais do que a estes outros?” e ele lhe respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Jesus então lhe acrescentou: “Apascenta os meus cordeiros!”. E assim fez Ele por três seguidas vezes. Jesus conhecia profundamente a fraqueza de Pedro - a fraqueza humana - e estava cuidando pessoalmente do seu coração, de modo que ele também o fizesse a outros, e outros, e outros, numa prova inquestionável da presença de Jesus em sua vida!
Resta-nos agora um auto-questionamento: “
Será que nós amamos mesmo a Jesus?”. A preocupação de Jesus estava centrada em como Pedro agiria dali em diante com relação às necessidades mais profundas das multidões que lhe seguiam. Que tipo de sentimento Pedro teria para reagir contra o pecado do mundo inteiro. Se Pedro estava certo do seu amor por Jesus, seria conseqüente o seu amor pelos seus semelhantes. Um vulcão de questionamentos agora nos invade: “Se nós amamos mesmo a Jesus é certo que também amamos os nossos irmãos. Então, porque tanta confusão no meio do povo de Deus? Por que disseminamos a maledicência? Por que plantamos a intriga? Por que guardamos tantos pecados não confessados? Por que não temos a humildade de pedir perdão? Por que só nos defendemos atacando? Se dizemos que a Igreja é o Corpo de Cristo, por que largamos esse corpo deixando-o perecer quando ele mais necessita de nós?”. Ah! Se nós amássemos a Jesus... Tudo seria diferente em nossa vida; em nossa casa; e nas nossas igrejas! Não perderíamos tanto tempo com questões improdutivas, e faríamos muito mais pela causa do nosso Deus e Pai. Acabaríamos com todos os campos de guerra e desfrutaríamos da verdadeira paz! Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A RELATIVIZAÇÃO DO PECADO


Pr. Raul Marques


Há uma canção popular que tem a seguinte expressão: “Deus e o Diabo no Rio de Janeiro, cidade de São Salvador”. Como estamos mais uma vez às vésperas da maior, mais extensa e mais propagada festa pagã do mundo – o carnaval -, não é demais refletir sobre o significado ou a falta de significado que o pecado tem trazido às novas gerações.
Que existem meninas e meninos transando aos doze ou treze anos não é mais novidade! Que os casamentos não se sustentam mais e nem conseguem durar até os primeiros cinco anos, também não causam mais espanto em ninguém. Que há uma corrupção generalizada no gênero humano já é sabido, de tal forma que é tida como normal em quase todas as sociedades.
Nunca na história humana se ouviu falar tão insistentemente em pedofilia, pornografia, estupro, aborto, violência moral, assédio sexual, adultério, desvios de conduta, etc. Estamos vivenciando a proliferação avassaladora de um reino de destruição dos valores mais profundos da moral, da família, e da fé cristã. A Bíblia nos alerta sobre este reino mencionando o seu mentor intelectual como “o príncipe deste mundo”.
Nada mais parece ser pecado, isto é, nada mais parece transgredir e violar os valores éticos e cristãos. Tudo parece ter-se transformado numa imensa Sodoma. O pior de tudo isso é que a igreja, organismo criado por Deus para atuar neste mundo como antídoto do mal, sendo sal e luz, está também infectada pelo vírus mortífero do pecado e por este motivo agoniza...Enquanto o país inteiro é invadido pelas orgias e bacanais, bebedeiras e consumos de drogas, na maioria dos casos patrocinadas pelos governos municipais, estaduais e federais, e as manchetes dos jornais estampam o aumento da violência, dos assaltos e das mortes, a igreja se retira para as cavernas sob a alegação de estar separando-se deste mundo em retiros de oração. A relativização do pecado tem possibilitado essa ocorrência. Se nada mais é pecado, então o homem deixou de ser pecador e, portanto, não há como carecer de um Salvador. Sobre este tempo a Bíblia nos informa que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma condição metal reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia” (Rm 1.28-31). Que o Senhor nos ajude a acordar para esta triste realidade. Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Quantas vezes devemos dar nova chance?


Pr. Raul Marques


É impressionante e indiscutível o quanto somos diferentes de Deus! E é profundamente triste saber que já tivemos a sua imagem e a sua semelhança... que já tivemos os mesmos traços do Pai... e que já não podemos mais dizer o mesmo que disse Jesus: “Quem me vê a mim, vê o Pai”. Depois que permitimos a entrada do pecado em nossas vidas nunca mais fomos os mesmos. Houve uma ruptura completa entre nós e Deus. Abriu-se um fosso num abismo de separação e diferenças. Isaías 55.8-9 nos explica a causa de tudo isso: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”.
Todos nós sempre exaltamos a misericórdia de Deus, cantando ou recitando salmos, e lembramos que ela dura para sempre, que ela se renova a cada manhã, mas não praticamos essa idéia na relação diária com os nossos semelhantes. Sabemos que todos os seres humanos têm sua complexidade moral, variação de comportamento, camuflagem de caráter, etc. Todos somos assim; uns mais, outros menos. Embora todos careçamos da misericórdia divina, não nos parece comum exercê-la na direção do outro. “Quantas vezes devemos perdoar?” Essa foi a pergunta que Pedro fez a Jesus. A resposta do Senhor trouxe algo novo, que já não estamos sob a Lei, estamos sobre a Graça de Deus. “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21,22).
Parece que não compreendemos muito bem a resposta de Jesus, mas PERDOAR é um ato de amor com ingredientes disciplinares imprescindíveis à recuperação dos que parecem perdidos e sem concerto. Os que estão se perdendo estão carentes de amor. Os que estão se distanciando estão frios de relacionamentos e envergonhados dos seus atos. Perderam a estima por Deus e não sentem nenhuma estima por si mesmos. O perdão de que tratou Jesus é o sentimento que produz restauração; não é um sentimento maquiavélico ou egoísta, é liberal e voluntário, ético e justo, corretivo e curador. Daí nos vem a pergunta: “Quantas vezes devo dar uma nova chance?”. É importante agora lembrar o seguinte: “Perdoar é um dos atos básicos da fé cristã, pois, a nossa entrada na vida que Jesus Cristo nos ofereceu, só foi possível porque recebemos perdão de nosso Deus e Pai. Ele nos perdoou, mediante a obra de seu Filho feita na cruz, em nosso favor. Amor e perdão sempre caminham juntos. “Deus é amor”, é a mais formosa definição que a Bíblia apresenta. E a maior prova do seu amor para conosco foi perdoar todos os nossos pecados. Porque ele nos ama ele nos perdoou. Perdoar é um atributo de Deus. Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um sentimento, nem depende de nossa vontade ou emoção. A Palavra declara: “sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou” (Efésios 4.32); “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, casa alguém tenha queixa contra outrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3.13). Que Deus tenha misericórdia de todos nós!



sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A RAZÃO DA ESPERANÇA QUE HÁ EM MIM


Pr. Raul Marques


Li recentemente uma notícia na Internet dando conta do suicídio de um dos homens mais ricos do mundo, sobretudo da Alemanha, onde mantinha a maior parte de sua fortuna. Este cidadão, por nome Adolf Merckle, de 74 anos de idade, se jogou debaixo de um trem depois de muito pensar na crise financeira mundial que afetou frontalmente as suas empresas acumulando dívidas grandiosas. Fiquei chocado com o que li e até pensei que fosse uma pegadinha ou, quem sabe, uma falaciosa notícia da mídia sensacionalista, que se nutre de violência e morte. Era tudo verdade, infelizmente. Impactado com este fato busquei pensar no que poderia levar tanta gente ao desespero de não ver qualquer saída em meio às crises que envolvem a vida humana. O que faz, por exemplo, um homem ou uma mulher apaixonados cometerem atos tresloucados contra si mesmos quando movidos pela ameaça do fim de uma relação? O que faz uma pessoa contrair tantas dívidas ao ponto de levá-la a concluir que morrer é a melhor forma de livrar-se delas? O que faz um pai jogar-se de uma ponte sob o efeito da perda repentina de um emprego? O que faz um homem milionário perder completamente as suas esperanças e se desinteressar pela vida? Conclui que quando nos fechamos para Deus todas as portas se fecham para nós! Todo suicídio é o resultado da mais completa presença da desesperança. Fugir da vida, sair de cena, é perder definitivamente o contato com a amargura - pensam os suicidas; embora nem imaginem as conseqüências presentes e futuras dos seus atos desvairados. Pois bem, compreendendo como ninguém as dores mais profundas dos seres humanos, Jesus Cristo nos diz: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mt 11.28-30. Além disso, não podemos esquecer as lições que foram aprendidas pelo apóstolo Pedro, que viveu muito próximo de Cristo, se alimentado dos seus ensinamentos e nutrindo a sua fé e confiança naquilo que Ele dizia e fazia. Foi, portanto, o próprio Pedro que afirmou: “Estejam sempre prontos a responder a qualquer um que perguntar sobre a razão da esperança que há em vós” - I Pedro 3.15. Qual a razão por que você vive? Onde está a sua confiança, nas riquezas? Na sua juventude cheia de saúde e beleza? Nos políticos? Nos seus negócios? Na sua capacidade de argumentação? Tudo isto pode sucumbir numa fração de segundos... Jesus Cristo não, Ele jamais irá lhe decepcionar. Antes que o desespero escancare as portas da sua vida, lembre-se do que falou Jesus Cristo, o único que lhe conhece plenamente e está sempre interessado em que você seja salvo da maldição eterna: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo” Ap 3.20. Afinal, qual a razão da esperança que há em você? Se é que há... Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

EU CREIO EM MILAGRES!


Pr. Raul Marques


Os milagres não ocorrem quando existem possibilidades humanas; eles se materializam quando se esgotam as nossas forças; quando se esvaem os nossos sonhos; quando chegamos, finalmente, nos nossos limites. É exatamente nesta hora que o sobrenatural acontece. É aí que entra em cena aquela possibilidade inimaginável. Essa é a hora de Deus agir!
Quando o Senhor Jesus se deparou com um cego, de quem teve muita misericórdia, e perguntou: “Que queres que eu te faça?”, e ele prontamente respondeu: “Senhor, que eu veja!”; aí estava delimitados os dois territórios: o humano e o divino. O cego podia pedir, rogar, implorar e suplicar com lágrimas, mas não podia trazer luz às suas próprias vistas. Jesus, no entanto, podia perfeitamente conceder-lhe essa graça; e foi isso que ele lhe fez.
Tivemos muitas dificuldades ao longo deste ano de 2008. Amargamos inúmeras tragédias pessoais, familiares e em toda a sociedade. Tivemos dificuldades de todo gênero: casais estiveram à beira de uma separação; homens e mulheres estiveram muito próximos de um suicídio; muitas pessoas até sentiram vontade de acabar com a vida de outras; enfim, muita lama correu pelas ruas e avenidas das nossas vidas... Até onde foi possível fazer, fizemos. Aquilo que esteve ao nosso alcance foi feito. Entretanto, quando nada mais restou fazer, então vieram os milagres!
Eu vi pessoas completamente entregues ao acaso que receberam o poder de Deus e foram resgatadas das trevas para a sua maravilhosa Luz. Eu vi gente que julgava não valer mais coisa alguma receber prontamente o amor de Deus através do qual se transformou em uma nova criatura. Eu vi famílias que haviam descido até o fundo do poço, receberem a unção graciosa do Espírito de Deus e de repente começarem a reconstruir tudo!
Eu sei que a vida às vezes não condiz com um mar de rosas; que a felicidade muitas vezes parece teimar em não passar por onde estamos; que as situações nunca são exatamente como queremos; mas uma coisa eu tenho certeza: “Deus não tem prazer na morte de ninguém! Antes, o seu desejo é que todos se convertam e vivam felizes!”. Por isso, haja o que houver, doa o que tiver que doer, mas eu não vou desistir: Eu creio em milagres! Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

O CRISTÃO-CAMALEÃO




Pr. Raul Marques


A Bíblia registra todo tipo de comportamento humano, desde o mais ardoroso ao mais contido; do mais valente ao mais medroso; o pacificador e o guerreiro; o bom e o mau caráter; o verdadeiro e o falso, e assim por diante.
A igreja do Senhor Jesus, composta por muitos membros, é também o habitat da diversidade da personalidade humana. Nela encontramos e convivemos com os tipos mais normais até os mais complexos. E assim, fazendo parte desta enorme diversidade, podemos destacar um dos tipos mais exóticos e estranhos que vem se tornando a cada dia mais freqüente na vida das igrejas: o cristão-camaleão. Essa é a espécie daqueles que mudam freqüentemente de “cor”, isto é, uma hora sua ação é pacífica, outra hora é de guerrear; um dia estampa um largo sorriso no rosto, noutro dia aparece com aquela chamada “tromba-de-elefante”. Nunca têm um comportamento estável; são como que constituídos de mutação temporária. Podem de repente demonstrar enorme capacidade receptiva para logo em seguida expressarem o seu lado “carranca”.
A Bíblia nos mostra o caso de um rei de temperamento profundamente volátil e imprevisível: o rei Saul. Ele era constituído de muitas facetas: às vezes calmo, feliz e sensato, e outras vezes beirava à loucura e à esquizofrenia. Há casos de evidente possessão demoníaca, e há casos de absoluta patologia. Ambos necessitam de tratamento.
O cristão-camaleão é um caso mais simples, porém não menos perturbador. Ele vive mudando de estado d’alma como quem muda de roupa e nem se dá conta disso. Você quase nunca sabe se pode contar com ele; não pode determinar com precisão a hora da sua próxima metamorfose, e assim por diante. Fico então intrigado com esse tipo de comportamento, ao mesmo tempo em que não encontro alternativo para encaixá-lo em outro grupo de anômalos da fé, senão naquele onde estão os que pensam ser aquilo que não são, sobretudo quando confrontados com a assertiva bíblica de que “aquele que está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas já passaram, e eis que todas se fizeram novas” II Cor 5.17. Ensina-os, Senhor, a encontrarem a estabilidade moral, social e espiritual pelo novo nascimento. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!