sábado, 27 de agosto de 2016

               POR QUE SOMOS TÃO                                                                                                          PRETENSIOSOS?

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Pr. Raul Marques

Em Mateus 20, encontramos um caso bem específico e bem exemplar sobre as nossas pretensões humanas relativas àqueles assuntos mais agudos sobre a fé, sobretudo, quando nos reconhecemos “donos” de Deus; isto é, Ele é “nosso” Deus e, portanto, haverá de sempre reconhecer as nossas ambições pessoais.

A mãe de Tiago e João não foi uma mãe diferente de mim e de você. Para ela, Tiago e João eram: 1) os melhores filhos do mundo; 2) aqueles que mais amavam o Senhor; 3) os que agiam com mais fidelidade. E, por estas e por tantas outras boas características que eles possuíam, ela tinha em seu coração uma reivindicação a ser feita ao Senhor”. O relato que encontramos em Mateus 20.20-28 enquadra criticamente os presunçosos, os que são demasiadamente narcisistas e se acham sempre mais bonitos e mais merecedores dos favores divinos que os demais mortais.

Podemos perceber que, também no nosso dia a dia, as nossas pretensões tendem a ser sempre em favor do nosso ego, quer seja nas visões positivas ou negativas. Se positivas, requeremos para nós o merecimento das melhores situações da vida; dos favores exclusivos de Deus e da atenção de todo o restante da sociedade. Se negativas, apontamos os nossos sofrimentos como os mais dignos de amparo e diligências; que as nossas angústias são mais dramáticas, de modo que ninguém se ocupe de nada mais além de nós.

Há pessoas que se consideram as mais belas ou as mais inteligentes que todas as demais. Há pessoas que se vêem através de lentes de aumento e outras, no entanto, necessitam de lupa para notarem sua pequenez. Por que, afinal, temos em nós esta desequilibrada postura? Por que será que nos vemos como verdadeiros elefantes e todo o restante como meras formiguinhas? Por que será que temos os nossos valores sempre mais elevados que os dos demais? Por que será que tratamos os defeitos alheios como jamais existentes em nós? Por que, na maioria das vezes, somos juízes implacáveis das condutas de outrem e, conosco, tão maternais? Por que julgamos merecer as melhores posições, os melhores lugares, as maiores chances, o perdão e a benevolência de todos, a despeito das credenciais alheias?

Pois bem, a mãe de Tiago e João, não obstante as muitas mães presentes nas multidões que acompanhavam o Mestre Jesus, não se conteve na pretensão de expressar a política protecionista e pretensiosa de todos os humanos: “Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino” Mateus 20:21. Jesus, porém, respondendo, disse: “Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos. E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado. E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” Mateus 20:22-28. Dá-me sabedoria, Senhor, para jamais pretender, exclusivamente para mim, aquilo que deve ser dividido com todos...