terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PRODUZINDO ESPERANÇA


Pr. Raul Marques

Dentre as inúmeras inspirações do apóstolo Paulo sobre as tribulações da vida, uma em particular tem um significado mais que especial: Romanos 5.1-5. Esta é uma das passagens bíblicas mais espetaculares. Ela sintetiza tudo o que se possa pretender escrever dentro da psicologia dos homens. Ela expressa a força que vem da fé. Ela dá visibilidade ao invisível. Ela prova o improvável. Ela vem de Deus.

Todos nós enfrentamos muitas adversidades, tribulações e tormentas em nossas vidas. Algumas são tão vorazes que chegamos a pensar em desistir de tudo, entregar os pontos ou, quem sabe, na linguagem popular: pendurar as chuteiras dando o jogo por vencido. É na tribulação que muitos sucumbem. É na efervescência da dor que muitos estacionam. É na ebulição do sofrimento que tantos definham e se amiúdam até saírem de cena... É na contumácia das perdas que muitos esmorecem e se entregam ao torpor dos remédios, dos vícios, das depressões, e até do suicídio. O vazio existencial consome as forças humanas. A solidão e a amargura minam as nossas energias e fragmentam os nossos sonhos até fazê-los insignificantes. A desesperança nasce na dor.

Ensina-nos a Palavra de Deus que “Tudo acontece igualmente a todos: a mesma sorte para o justo e para o ímpio, para o bom e puro e para o impuro, para o que oferece sacrifícios e para o que não oferece” Ec 9.2. Deste modo entendemos que o sofrimento é próprio dos homens, que estamos todos na mesma condição de igualdade na dor. Todos, indistintamente, sofremos os revezes da vida; as decepções, as frustrações e os descompassos da nossa existência. Mas, em meio a tudo isso, eis que surge a grande e absoluta diferença entre os que crêem e os que não crêem: o milagre da perseverança até a vitória. Profundamente deslumbrado com o poder da fé em Jesus Cristo, Paulo afirmou não ter vergonha de crer e de atender ao Evangelho porque, segundo ele, “é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê” Rm 1.16.

O que nos impulsiona a viver o momento seguinte é a nossa esperança de que ele, enfim, será melhor. O que nos dirige para o futuro é a fé. O que nos assegura que a vitória virá é a confiança concreta de que “Deus existe e que é galardoador daqueles que o buscam” Hb 11.6. Por todas essas razões o apóstolo Paulo recebeu do Espírito Santo de Deus e nos repassou as seguintes palavras: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” Rm 5.1-5. Ele nos acalma assegurando que toda tribulação produz a paciência requerida para a superação; que a paciência nos conduz à experiência sobre as dores da vida; e que esta experiência fará nascer uma esperança indestrutível, que será capaz de vencer toda e qualquer adversidade por um motivo especialmente revelador: “porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.

Se, por algum motivo, você passa agora por tribulações, CREIA EM DEUS. Esta fé que você há de receber como dom de Deus, irá produzir a força necessária à sua vitória. Ela agira como um dínamo e explodirá as cadeias da dor e do sofrimento; ela lhe trará ESPERANÇA e, enfim, lhe conduzirá a pastos verdejantes e às águas tranquilas, em nome de Jesus!