sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
FELIZ ANO NOVO!
sábado, 25 de junho de 2011
RESTOU A FÉ...
Pr. Raul Marques
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” II Tm 4.7
Uma das sensações mais gratificantes e tranquilizadoras na nossa vida é a do dever cumprido. Ainda que o cumprimento das nossas tarefas e obrigações tenha se constituído num fardo pesado para carregar, é compensador o fato de tê-lo feito conforme as nossas forças e com a dignidade daquilo em que acreditamos.
Quando o apóstolo Paulo escreveu a Segunda Epístola a Timóteo, mais especificamente no capítulo quatro, ele tinha em mente exatamente esta sensação agradável e libertadora de ter cumprido bem o seu papel. Ali ele não esconde as suas agruras, as suas dores e decepções; ele faz questão de citar nomes que o ajudaram e outros que o atropelaram, mas exalta, sobretudo, o fato de ter combatido com honestidade e dignidade, tendo finalmente, guardado o que mais é significativo: a fé. Creio ser esta uma das lições mais eloqüentes e cheias de propósitos para a vida de cada um de nós.
As decepções de que somos vítimas, as inquietações e os cuidados excessivos com as coisas deste mundo, as tribulações que tentam nos abater e obstruir o caminho da nossa intimidade com Deus, são como explosões atômicas cujos efeitos radioativos interferem por longos anos nas nossas atividades cotidianas, causando-nos uma série de contrariedades e disfunções. Entretanto, sabemos que nada disso é capaz de sobrepujar o poder de transformação que emana do Deus em que cremos e de quem recebemos a motivação para o enfrentamento das lutas. É em função disso a Palavra de Deus vaticina: “Se Deus é por nós, quem será contra nós” Romanos 8.31.
Como Paulo, agradeço a Deus por todos os que têm dedicado tempo de suas vidas em oração em nosso favor, em situações tão adversas; agradeço a Deus por todos os que têm compartilhado conosco lágrimas e sorrisos; que têm sentido conosco a dor e o refrigério; por aqueles que, como nós, não temeram os ventos e as tempestades, mas, ao contrário, junto conosco clamaram pelas misericórdias do Senhor e agora esperam com paciência o gozo da calmaria para continuarmos singrando os mares.
Foi com a experiência da vida que o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, nos deixou o legado do seu testemunho: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” II Coríntios 48-9. Esta capacidade de sermos como a Águia, renovados, resulta na certeza de que a nossa fé não será, jamais, abalada. Por isso mesmo podemos afirmar, como Jó: “eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” 19.25. É esta fé que nos alimenta a cada instante, dando-nos a certeza de que, contra tudo e contra todos, ainda assim aguardamos aquilo que não vemos. Esta mesma fé nos dá a certeza de que “em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” Romanos 8.37.
O dado mais relevante neste estado de coisas, tanto para Paulo quanto para qualquer um de nós, é a capacidade de sair na outra margem do rio, afirmando: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. Podemos até ter perdido muito e, infelizmente, ter perdido muitos... mas, restou-nos a fé!
sábado, 18 de junho de 2011
ONDE ESTÁ A MINHA CONFIANÇA?
Pr. Raul Marques
“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Isaías 26:3
Não são poucos os exemplos encontrados na Bíblia sobre pessoas que mesmo tendo vivido sua dedicação extremada ao Senhor, passaram por momentos delicados e profundamente sofridos. Quero citar dois desses casos registrados no Novo Testamento. O primeiro ocorreu com João Batista; ele mesmo havia apontado Jesus às multidões como sendo o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1.29); no entanto, vivendo em situação adversa e grandemente perigosa esqueceu completamente quem era Jesus, de tal modo que enviou seus auxiliares a inquirirem de dEle: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? (Lc 7.19). O segundo caso é de Pedro. Ele era extremamente impetuoso; era líder dos pescadores; vivia desafiando a bravura dos mares e as dificuldades de quem luta pela sobrevivência. Um dia, conheceu a Jesus e resolveu segui-lo por acreditar em seu estilo de vida e na sua mensagem. Entretanto, quando foi submetido às adversidades advindas da sua experiência com Deus, foi profundamente reticente e, amedrontado com a possibilidade de morrer junto com Jesus, acovardou-se e chegou ao ponto de negá-lo perante os seus algozes. Foi um fraco! Não obstante, Deus não está querendo nos mostrar nestes dois exemplos, a irresponsabilidade dos homens perante Deus; ao contrário, Ele está evidenciando o fato de que pessoas cheias de fé e de conhecimento espiritual podem vir a sucumbir diante das circunstâncias adversas da vida, porque são falhas, finitas e profundamente carentes da força que vem do alto.
Em meio às provações deste mundo é muito comum ouvirmos pessoas inquirirem de outras: Onde está a sua fé? Jesus tinha absoluta confiança no Pai, no entanto, não pôde evitar que a sua natureza humana falasse: Jesus começou entristecer-se e angustiar-se muito. E disse: minha alma está cheia de tristeza até à morte. Em seguida, completou: Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade (Mateus 26.37-38).
Uma coisa, porém, nunca podemos esquecer: Todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus; daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8.28). Esta verdade é atestada também pelo profeta Isaías: Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti (26.3). Força, irmã(o), você não está sozinha(o) neste barco em meio à tempestade; Jesus está do seu lado, e isto é suficiente!
terça-feira, 24 de maio de 2011
SE NÃO TIVER AMOR...
Pr. Raul Marques
A maior de todas as aspirações humanas é a felicidade, e como diria Moacir Franco: Felicidade começa com fé. A Bíblia nos ensina que “a fé não vem de vós, é dom de Deus” Efésios 2.8-9, e isso faz toda a diferença, pois, se felicidade começa com fé e ela não vem de nós, é fácil concluir que não pode haver felicidade fora de Deus. Todos nós conhecemos um monte de pessoas que vivem infelizes, que murmuram, que se lamentam, que são tristes, solitárias, introvertidas, ensimesmadas, que muito raramente cantam e que dificilmente esboçam um sorriso. São pessoas sem amor.
É até possível que a filantropia possa motivar alguém a fazer o bem, mas não será o bastante para trazer felicidade; isto, só o amor é capaz de produzir.
O apóstolo Paulo captou rapidamente esta mensagem depois da sua conversão ao Senhor Jesus. Exatamente ele que era zeloso nas práticas religiosas, fiel às doutrinas dos fariseus, membro atuante do Sinédrio, viu que a religiosidade era apenas uma casca; uma pele fina que muito facilmente se desfaria; que não suportaria grandes tensões. Ao mergulhar no universo único de Jesus Cristo, Paulo compreendeu muito bem este fato quando escreveu: "Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera". (Efésios 3:17-20).
O bem que socialmente é feito tráz benefícios, é verdade, mas não tráz felicidade. Se é isto que buscamos, então a felicidade só se encontra em Deus, porque Deus é Amor: "Amados, amemo-nos uns aos outros porque o amor é de Deus; e qualquer um que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." (I João 4: 7,8).
Felicidade é fazer o outro feliz; é incluí-lo na sua própria história. Felicidade é não conformar-se com este século; é dar significados às pequenas coisas; é não contentar-se de contente; é andar a segunda milha; é não achar que foi tempo perdido; felicidade é a vida em movimento; é o mover do Espírito sobre a face das águas.
O segredo da felicidade está na motivação, isto é, no princípio ativo gerador deste estado da alma: o amor. Por isso, por mais que façamos nada terá valido a pena se a alma for pequena e vazia de amor. De acordo com os princípios de Deus, o apóstolo Paulo vaticinou: “SE EU TIVESSE o dom de falar em outras línguas sem tê-las aprendido, se pudesse falar em qualquer idioma que há em toda a terra e no céu, e no entanto, não amasse os outros, eu estaria só fazendo barulho. Se eu tivesse o dom de profetizar, e conhecesse tudo sobre o que vai acontecer no futuro, soubesse tudo sobre todas as coisas, e contudo não amasse os outros, que bem faria isso? Mesmo que eu tivesse o dom da fé, a ponto de poder falar a uma montanha e fazê-la sair do lugar, ainda assim eu não valeria absolutamente nada sem amor. Se eu desse aos pobres tudo quanto tenho e fosse queimado vivo por pregar o Evangelho, e contudo não amasse os outros, isso não teria valor algum. O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso, nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude. O amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço, nem melindroso. Não guarda o rancor e dificilmente notará o mal que outros lhe fazem. Nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra, quando a verdade triunfa. Se você amar alguém, será real para com ele, custe o que custar. Sempre acreditará nele, sempre esperará o melhor dele, e sempre se manterá em sua defesa” I Coríntios 13.1-6. Sinceramente, se não tiver amor...
sábado, 23 de abril de 2011
MORTOS E MARTAS...
Pr. Raul Marques
Uma das mais fantásticas passagens bíblicas sobre a valorização da vida está relacionada também ao poder restaurador de Jesus Cristo: o caso da ressurreição de Lázaro. Jesus tem a vida em alta conta. Para ele todas as pessoas têm importância vital. Há vida em toda a criação de Deus.
Jesus Cristo tinha motivos muito pessoais para nutrir amizade e amor muito especiais pela casa de Lázaro. Ali Ele daria lições de verdadeira adoração ao Senhor. Ali Ele daria instruções sobre as coisas que realmente importam à vida humana. Na casa de Lázaro Jesus nos cumularia de sábios conselhos sobre a vida e a morte; sobre a morte e a ressurreição; sobre o valor da vida e a importância da morte. Certo dia Jesus foi à casa de Lázaro e se deparou com duas mulheres preocupadas em lhe oferecer o melhor que podiam. Ele lhes fez lembrar que o melhor que elas tinham estava na alma e não nas iguarias ou na fartura da mesa. Ele percebeu o quanto Marta era preocupada com as tarefas domésticas, através das quais cria que mais plenamente agradaria o Mestre. Ele viu também que Maria, irmã de Marta, tinha muita satisfação em recebê-lo em sua casa, mas a sua dedicação estava direcionada para ouvir os ensinamentos de Jesus, diferentemente de Marta que corria freneticamente de um lado para o outro, preocupada em como agradá-lo socialmente.
Reflito hoje este quadro bíblico com os olhos postos no nosso modo de vida atual. O amor e a amizade de Jesus por Lázaro, Maria e Marta, são os mesmos nutridos por nós, por cada uma das nossas famílias. Ele sabe também das nossas inúmeras inquietações, da nossa tendência à adesão das preocupações com este mundo. Ele percebe que muitos de nós, em nossas casas, estão correndo tanto que nenhum tempo nos resta para adoração, para oração e para comunhão. Ele percebe que somos mais preocupados com a quantidade que com a qualidade das coisas que temos. Ele sabe, inclusive, que nós temos muito desejo de agradá-lo, mas temos agido sempre da maneira mais inconseqüente, contradizendo nos atos aquilo que afirmamos com palavras.
A morte de Lázaro foi tão profundamente dolorosa para Jesus quanto para Marta, Maria e todos os amigos da aldeia onde eles residiam. Quando lhe avisaram da morte de Lázaro Ele sofreu por elas, pois conhecia bem os sentimentos humanos, sobretudo com as perdas. Antes, porém, de dirigir-se para a aldeia de Marta e Maria, decidiu atender outros necessitados, demorando-se por dois dias em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João havia batizado. A aparente demora de Jesus é sempre um tormento a mais para os que sofrem e parecem ter perdido as esperanças. No entanto, a Bíblia nos afirma que Ele é o nosso “socorro bem presente na hora da angústia” Salmo 46:1.
Quantas vezes nos encontramos na vida em meio a “mortos e Martas”, mergulhados numa atmosfera de tristezas e lutas; de dúvidas e dificuldades? Quantas vezes somos sacudidos pelas perdas irreparáveis; pelo luto; pelo vazio; pela solidão e até pela descrença? Por quantas vezes temos visto os nossos sonhos perecerem, em virtude de não termos dado importância àquilo que realmente merecia? Quantas vezes temos agradado à pessoa errada, errando o alvo? Quantas vezes temos nos matado fazendo coisas que nunca agradarão ao Senhor, omitindo aquelas que verdadeiramente Lhe satisfariam?
Certa vez Jesus chamou alguém para segui-lo e obteve a seguinte resposta: “Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai. Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus” Lucas 9.59-60. Não devemos nos preocupar com nada daquilo que foge ao nosso controle, nada conseguiremos fazer naquilo que somente o poder de Deus pode agir. Uma coisa é certa: se temos estado feito “mortos”, sem sentimentos, inertes, já cheirando mal; ou agido feito “Martas”, correndo de um lado para outro, sem consciência daquilo que realmente pode agradar a Deus, é hora de clamar a Deus para que nos ressuscite: que faça rolar a pedra do nosso túmulo existencial, e nos permita sair e ver a luz da vida outra vez.
domingo, 3 de abril de 2011
UM SERMÃO QUE RESSUSCITA SONHOS
Pr. Raul Marques
Não há como não amar a Palavra de Deus; ela é viva e eficaz, refrigera a alma e ressuscita sonhos! A Bíblia afirma que a fé nasce daquilo que ouvimos de Deus (Rm 10.17). Os seus ensinos vão construindo em nós um edifício absolutamente seguro chamado FÉ, alicerçado na mais pura Rocha, que é Jesus, sobre quem batem ventos, chuvas e tempestades, mas ele jamais ruirá.
Hoje, orando a Deus por uma palavra direta para o meu coração, me vi debruçado sobre o livro de Mateus, capítulo 5 e versículos 1 a 15. Encontrei aí bastante água para matar a minha sede; para hidratar a minha vida e repor as energias consumidas pelos estressantes dias que vivemos na terra. Ao terminar a leitura fui ruminar as palavras com a mesma avidez que o animal devora a sua caça, por completa necessidade de sobrevivência.
Jesus, percebendo que havia multidões se achegando para ouvi-lo, procurou um lugar onde pudesse ser ouvido por todos e, então, passou a ensiná-los dizendo: “Muito felizes são os humildes!" dizia Ele, "porque o Reino dos Céus é dado a eles". Lembrei-me, então, do testemunho de um jovem lá de Curitiba, que era ateu, que conhecia Jesus filosoficamente, mas que foi rendido pela humildade do seu irmão mais moço, que durante um almoço em família declarou que lhes amava, e ele, com um nó na garganta não teve como responder, mas a partir dali buscou conhecer o mesmo Jesus que dera tanta humildade ao seu irmão. Provando este amor, ele também se converteu. "Felizes são os que choram! Porque serão consolados". Quantos irmãos choram neste momento, aparentemente sem consolo, sem perspectivas de ventos favoráveis? Se esses mesmos irmãos estiverem clamando ao Senhor, Deus Todo-Poderoso, amável e cheio de Graça e Misericórdia, eles serão consolados! "Felizes são os mansos e simples! Porque o mundo inteiro pertence a eles". Ah, irmãos, é tão mais simples buscar a paz que a guerra! A mansidão é uma atitude própria dos que amam, dos que são desencorajados por Deus para as guerras e contendas. É bem melhor sair de cena buscando o esconderijo do altíssimo, do que permanecer no palco das discórdias! "Felizes aqueles que aspiram por ser justos e bons, porque terão a justiça com toda a certeza". Muitas vezes os justos perecem simplesmente por quererem acertar; recebem, por conta disso, as contradições deste mundo. "Felizes são os que são amáveis e têm misericórdia dos outros, porque a eles se mostrará misericórdia". A atenção, o respeito, as boas maneiras, o bom tratamento cordial e fraterno, fazem com que estejamos mais próximos de Jesus. Ele sempre foi amável e teve misericórdia de muitos; não custa seguirmos o seu exemplo. "Felizes os que têm coração puro, porque verão a Deus". Quanta maldade campeia em nossa sociedade adoecida. Quanta gente é afastada do seu lugar por pessoas cheias de maldade e maledicência? "Felizes aqueles que procuram promover a paz - pois serão chamados Filhos de Deus". Jesus exalta os que são promotores da paz porque, além de fazerem a coisa certa, são muito poucos neste mundo cheio de partidarismos e contendas. "Felizes aqueles que são perseguidos por serem justos, pois o Reino dos Céus é deles". O mundo parece nos dizer que “não vale a pena agir corretamente” nas nossas relações; contradizer este fato com a lisura das ações, aí está o valor do cristão. "Quando vocês forem maltratados, perseguidos e caluniados por serem meus seguidores, ótimo!". As aflições que sofremos por causa do Senhor Jesus não são castigo, são prêmio! É assim que Jesus ensina: "Fiquem contentes com isso! Fiquem muito contentes! Porque uma grandiosa recompensa espera vocês lá em cima no céu. E lembrem-se: Os profetas antigos também foram perseguidos". Ele nos estimula na caminhada, às vezes solitária. Ele nunca nos desampara. Ele vela por nós para que sejamos mesmo muito felizes! Ele nos tem em alta conta: "Vocês são o Sal da terra que a tornou suportável. Se perderem seu sabor, que acontecerá ao mundo? Vocês mesmos serão jogados fora e tratados como coisa sem valor. Vocês são a Luz do mundo - uma cidade sobre um monte, brilhando durante a noite para ser vista por todos. Não escondam a Luz de vocês! Deixem que ela brilhe para todos; e que as boas obras de vocês brilhem para serem vistas por todos, de tal maneira que louvem o Pai celeste". Este é um sermão que ressuscita sonhos; que refrigera a alma; que nos põe outra vez na estrada, cheios do combustível mais importante que se conhece: o amor!
sábado, 2 de abril de 2011
ASFIXIA ESPIRITUAL
Pr. Raul Marques
A asfixia é a insuficiência ou ausência de oxigenação. É a interrupção respiratória. É a retirada do fôlego. É a vida se esvaindo. Quando nos falta o essencial à vida podemos dizer que estamos mergulhados na asfixia; estamos sendo sufocados pela ausência de conteúdos vitais. Infelizmente, tem sido muito comum encontrar pessoas asfixiadas existencialmente. Viver e vencer não tem sido uma tarefa fácil no mundo moderno, sobretudo porque somos influenciados pelos modismos, pela cultura capitalista, pela patologia do consumismo, pela religiosidade utilitária que barganha pela “fé” os “favores” de Deus.
Assim como as empresas têm que dar lucros cada vez maiores, as pessoas são guiadas cada vez mais para o desejo de ser o que não são; possuir o que não precisam e a gastar o que não têm. Não nos amamos mais; apenas nos usamos mais. As famílias se tornaram tão somente um agrupamento de pessoas onde cada um vive o “seu mundo” particular, completamente indiferente aos sonhos e aspirações do outro, como se dele de nada dependesse. O estímulo à competição profissional chegou a um nível tão exacerbado que as pessoas não se vêem mais como pessoas, e sim, como coisas. O mais dramático em todo esse quadro é a contaminação do coração e da alma do homem afrontando a Deus. Dói profundamente no coração do criador a derrocada de toda a sua criação. Estamos vivendo a era da asfixia espiritual.
“O que é o materialismo, senão o estado do homem que se afastou de Deus; (...) ele passa unicamente a preocupar-se com os seus interesses terrestres”. Jean-Paul Sartre. Esta é a dinâmica da vida humana atualmente. Esta realidade catastrófica atingiu todas as etnias, todos os povos, línguas, tribos e nações. Por este fato interessa-nos afirmar que o Senhor não é um Deus nacional, mas universal, pois Ele “amou o mundo de tal maneira que deu o Filho unigênito para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
A humanidade sente falta da oxigenação de uma fé madura, alimentada não pelas ideologias ou filosofias dos homens, mas pela força inconteste de toda palavra que sai da boca de Deus. Quando deixamos os preceitos de Deus estamos abdicando do sopro de vida. Quando permitimos que a nossa mente seja comandada pelos ditames deste mundo, automaticamente estamos iniciando o doloroso processo de asfixia espiritual, que redundará na morte da nossa alegria e na perda completa do nosso entusiasmo para com a vida.
Tenho conhecido jovens asfixiados com a vida que levam, perdidos em sonhos malfadados; desiludidos pelas fantasias das paixões; famílias inteiras que se arrastam numa sobrevida insignificante, trancadas nas conveniências sociais que, enfim, lhes fecharam a torneira da respiração. Tenho visto pessoas cuja fé nada opera, cuja esperança nada traz, cuja alegria pereceu; gente asfixiada por uma religiosidade decadente, sem propósitos para viver e vencer. Tenho encontrado pessoas sufocadas pelas decisões impensadas; marcadas por mágoas e ressentimentos vividos com quem lhes dizia amar.
Tenho absoluta certeza que Jesus também pensava nesse tempo quando disse: ““Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” João 16:33; Ele sabia que nos faltaria o ar nestes dias tão difíceis. O ar que necessitamos para a oxigenação da nossa vida não vem de baixo; ele vem do alto. Se quisermos de volta o sopro de Deus em nossas narinas devemos começar a fazer o que Jesus nos ensinou: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas". (Mt 6:33). A oxigenação da família é a oração cotidiana; a oxigenação da juventude é a verdadeira adoração; a oxigenação de todos os homens é o retorno ao primeiro amor!
quarta-feira, 9 de março de 2011
SE TODAS AS MULHERES AMASSEM MARIA...
Pr. Raul Marques
A Bíblia nos ensina que “a boca fala daquilo que está cheio o coração” Mt 12.34. Em quase todos os lugares ouvimos pessoas repetirem frases de efeito numa expressão de louvor ou devoção a Maria, mãe de Jesus. O que nos intriga muito é a incongruência que aflora entre a devoção e a verdade da devoção. Por favor, não estou tratando de idolatria relativamente a Maria, mas, isto sim, do respeito e da admiração que muitos dizem ter para com ela, sendo contraditórios na prática.
Maria, mãe de Jesus, é um exemplo de dedicação familiar; de apego à fé e às causas do Reino de Deus. Maria viveu reverente e santa no sentido mais profundo da palavra: sempre esteve separada para os projetos de Deus. Teve a sua vida completamente exposta às contradições deste mundo, no entanto, não se vendeu às facilidades nem aos atos impúdicos de uma suposta necessidade de auto-afirmação. Foi uma moça pobre, prometida a um rapaz igualmente pobre, que viveu numa cidadela insignificante tendo, contudo, recebido a atenção de Deus que lhe cumulou de graça e favores divinais, tornando-a “bem-aventurada” por todas as gerações. Assim sendo, os que dizem devotar a Maria tanto respeito e admiração, têm o coração cheio de contradições, visto que na prática estampam outras coisas.
SE TODAS AS MULHERES AMASSEM MARIA, certamente não se permitiriam seduzir pelos ícones do cinema – vilões transformados em heróis -, pelas insinuações das telenovelas, pelos cifrões dos reality shows, que travestem o pecado da prostituição em virtude social; não se deixariam levar pela força da mídia que proclama o aborto como um valor social; não se deixariam expor nas capas de revistas masculinas que, em última instância, irão decorar banheiros públicos, oficinas mecânicas, bancas de jornal ou gavetas de executivos.
SE TODAS AS MULHERES AMASSEM MARIA, os crimes de violência contra as crianças, contra a família e contra a própria mulher não teriam tanto lugar e evidência. Não teríamos tantos casamentos destruídos; não teríamos tantos jovens lançados no fosso das drogas; não teríamos tanto desprezo pelas causas da fé.
Claro que não estou tentando dizer que tudo o que de mal existe principia na mulher, uma vez que tudo seria igualmente diferente se todos os homens amassem José, esposo de Maria, homem temente a Deus e cheio de virtudes. Todos precisamos nos espelhar em exemplos que nos permitam viver como tal. É certo que as mulheres ganharam projeção e espaço merecidos na sociedade moderna. O que lamentamos hoje, no mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, é a pouquíssima relação entre a afirmação de proclamar amor e devoção a Maria, e a sua negação na prática de vida que levam. Ah, se todas as mulheres amassem Maria!
terça-feira, 8 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
PLENOS DE DEUS
Pr. Raul Marques
Refletindo no primeiro capítulo do Evangelho Segundo João, saltou-me aos olhos um trecho que me encheu de alegria o coração mais uma vez: “De sua plenitude, com efeito, todos nós recebemos, e graça sobre graça” v. 16. Fiquei absolutamente maravilhado “porque Deus amou o mundo de tal maneira” que através deste amor nós somos atraídos para Ele para que recebamos um presente, uma vez que Ele nos “deu o Filho Unigênito”. Cristo é nosso, é de todos os que crêem. Ele é o nosso mais valioso presente. Com Cristo recebemos graça sobre graça e nos tornamos plenos de Deus. Se tivermos fome ou sede, Ele nos diz: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” João 6.33. Se estivermos presos, sem saída para as nossas inquietações, Ele proclama: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” João 10:9. Se, de outro modo, estivermos sem alguém que nos ouça e conforte, Ele nos chega para dizer: “Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem. Assim como o Pai Me conhece, também Eu conheço o Pai e dou a Minha vida pelas Minhas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco e também tenho de conduzi-las; ouvirão a Minha Voz e haverá um só rebanho e um só pastor" João 10.14-16. Se estivermos em aflição por causa das dores deste mundo, Ele nos vem aconselhar, dizendo: “...Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes” Lc 12.22,23; “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve" Mateus 11.28-30.
Finalmente, se por algum motivo acharmos que ninguém tem apreço por nós, que todos nos abandonaram, e que Deus não tem visto o nosso sofrimento silencioso e solitário, é muito bom não nos esquecermos do que Ele mesmo prometeu: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" Mateus 28:20. Todas essas providências são parte da plenitude de Deus sobre todos nós; são parte da graça sobre graça que Ele já dispôs sobre nós. Sendo assim, “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” Oséias 6.3.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
DIANTE DAS PORTAS...
Pr. Raul Marques
A nossa vida é, toda ela, pautada nas escolhas que fazemos. Das nossas escolhas dependem o nosso presente e o nosso futuro. Encontramo-nos todos os dias diante de uma bifurcação existencial e temos que decidir com sabedoria e segurança o lado para o qual devemos prosseguir. É certo que nem sempre acertamos nas nossas decisões e escolhas, entretanto, mesmo não acertando o alvo, precisamos aprender com os erros para desviarmos a nossa atenção daquilo que tenta nos destruir. Existem vários tipos de erros: ocasionais, involuntários, determinados, circunstanciais e, o que é pior, fatais. De quase todos podemos nos safar e evitar o fim da nossa história; outros, infelizmente, determinam a extinção dos nossos sonhos, do brilhantismo das nossas idéias, apagando a nossa existência e determinando a nossa descida até o caos.
Deus nos criou absolutamente livres, dotados de plenos direitos de escolha, mesmo que a nossa decisão implique em não aceitá-lo como Deus, Criador e Mantenedor de tudo o que existe. Ninguém é obrigado a crer em Deus, mas todos somos responsáveis pelas decisões e escolhas que fazemos e não podemos, jamais, fugir das conseqüências dos nossos atos. É exatamente por isso que a Bíblia nos adverte: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” Gálatas 6.7. Irremediavelmente as nossas ações presentes irão corresponder à nossa colheita futura. Se atos bons, bonança; se ventos, tempestades! Certa vez Jesus encontrando-se com os seus discípulos, ensinou-os dizendo: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” Mateus 7.12-20. As nossas escolhas produzem resultados bons ou maus, e delas dependem uma vida de paz ou de guerras.
Estamos, portanto, diante de duas portas: uma estreita e outra muito larga. Nunca será fácil passar por lugares apertados. Não é simples tomar decisões certas em momentos turbulentos, mas requer sabedoria, maturidade e coragem. As portas mais espaçosas são muito vislumbradas; dão-nos a impressão de que se todos estão indo por ela é porque é a melhor escolha. As facilidades embriagam, as dificuldades oportunizam maturidade. Um namoro facilitado produz um casamento inoportuno. É muito importante sabermos a porta pela qual devemos entrar, e esta é uma decisão pessoal e intransferível. Há sempre uma porta certa aguardando uma atitude certa. A porta das nossas decisões tem nome e tem medidas. Disse-nos Jesus: “"Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, E ENTRARÁ, E SAIRÁ, e achará pastagens" João 10:09. Ela é estreita, mas assegura-nos a liberdade; não é fácil o seu acesso, mas assegura-nos o descanso. Você gostaria de tomar uma decisão acertada hoje? Existe uma porta incomparável. Peça-a, busque-a, e bata-a. Jesus lhe assegura o acerto desta decisão: “Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 10 Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate abrir-se-lhe-á” Lucas 11:9. A decisão é sua.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
MEDO!
Pr. Raul Marques
O que é o medo? “O medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo” (wikipedia.org). Ralph Waldo Elerson, filósofo e poeta, disse: “Faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa”. Diz-se que nascemos apenas com dois medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os seus outros medos são adquiridos. Livremo-nos deles. O medo, afinal, tanto pode ser um grande aliado, quanto pode transformar-se num monstro destruidor; depende de nós.
É muito comum ter medo de recomeçar: o novo amedronta, pois ainda é desconhecido. É absolutamente normal no mundo em que vivemos o ter medo da violência; a insegurança no emprego; as notícias sobre catástrofes; a instabilidade da economia; a fragilidade da família, etc. Passa a ser anormal e patológico o medo que paralisa e destrói a nossa capacidade de prosseguir e o nosso entusiasmo com a vida.
Muitos sentimentos nesta vida alimentam em nós o medo, por exemplo: achar que outros são melhores que nós; que não temos capacidade para enfrentar os obstáculos; que não temos forças para irmos além das adversidades; que não temos fé o suficiente; e pior, que Deus não tem visto o nosso sofrimento... A realidade destes fatos pode mudar completamente se mudarmos a nossa forma de pensar e agir. Disse-nos o apóstolo Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” Rm 12.1-2.
Quando o medo bater à sua porta, clame a Deus! A Bíblia diz em Isaías 41:10 “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. AME, ainda que outros achem que o seu sentimento não é amor, pois, “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” 1 João 4:18. AME apesar deles, “De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem?” Hebreus 13:6. Não tema fofocas e nem notícias que entristecem, pois o verdadeiro cristão “não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários” Salmos 112:7-8. O que mais nos importa neste mundo é a alegria de saber que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3.16. Certos disso, nenhum medo será capaz de nos deter. Aleluia!
SEGUIDORES DE CRISTO...
Pr. Raul Marques
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” Mt 24.4-5
A |
qual “Cristo” nós pretendemos seguir? Seria àquele que idealizamos, ou àquele que recebemos através das Escrituras? Seria àquele que mais se encaixasse nas nossas especulações sobre fé e milagres, ou àquele sobre quem o apóstolo Paulo afirmou que “humilhou-se a si mesmo”? Aonde mais nos encaixamos: como seguidores de Cristo ou como perseguidores de Cristo? Em nome dele nós libertamos ou aprisionamos pessoas? Em Seu nome nós expulsamos os demônios ou demonizamos tudo o que Ele criou e disse que era “muito bom”? Que Jesus é esse?
“Tenho, porém, contra ti que deixaste teu primeiro amor” (Apocalipse 2:4). Esta expressão declara o nosso distanciamento do sentido original do verdadeiro Cristo: o amor. Ele é o primeiro e o último; o princípio e o fim. Sem Ele nada do que foi feito se fez. Ele tem o registro de uma ocorrência triste contra nós: o abandono do primeiro amor. Esta é a causa de todas as outras deficiências da nossa relação com Deus.
Tenho escutado muito e de muitas pessoas a expressão “estou cansado de igrejas”, gente simples, desejosa de fazer a vontade do Pai; gente influente, capacitada para desenvolver tarefas que Deus lhes confiou; gente bem intencionada, que gostaria muito de ver o mundo melhor; gente talentosa, que sonha com a verdadeira ação de Deus entre nós; gente que crê, mas não consegue praticar a fé em razão das diretrizes religiosas que lhes apresentaram como sendo de Cristo, mas que não lhes permitem a liberdade de ação e de comprometimento. Eu as ouço e fico a pensar no significado das palavras do Jesus da Bíblia, quando ensinou aos discípulos e às multidões dando conta da religiosidade dos escribas e fariseus (Mateus 24.1-4).
Lendo sobre as ações de Jesus, o verdadeiro Cristo, vemos e aprendemos coisas absolutamente contrárias àquelas ensinadas por muitos para manterem as pessoas presas aos ritos, dogmas, regras e outras práticas, não lhes permitindo vivenciar o sentido lato de crer em Cristo: "Se vós permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a VERDADE e a Verdade vos libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" João 8:31, 32 e 36. “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois firmes e não vos submetais de novo a jugo de escravidão” (Gálatas 5.1).
O verdadeiro Cristo não alija ninguém das artes, não impede ninguém de manifestar alegria e criatividade; não se contrapõe ao direito elementar de ir e vir; não cria grupos com carteirinhas; não imprime a ditadura da fé; não inspeciona e nem anda com controle remoto atrás de ninguém. O verdadeiro Cristo nos ensina o caminho da retidão e da santidade apenas pelo fato de nos amar e dizer: “Vai, e não peques mais!” João 8.11b. É isto que transforma a cada um de nós e o mundo inteiro: o amor; “Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigênito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” I João 4.7-10. “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” 2 Coríntios 3.1.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
EU TENHO SEDE DE TI
Pr. Raul Marques
Salmo 143:6
S |
enhor, que bom saber que nada tenho e que tudo é teu! Como dá prazer ler e ouvir a tua Palavra! É através dela que sabemos exatamente o tamanho que temos. É também por ela que sentimos a tua grandeza. Por isso mesmo, Senhor, eu tenho sede de ti! Eu tenho necessidade de ti! Assim como o salmista, ó Deus, eu também quero expressar a minha dependência, a minha carência e o meu desejo de um pertencimento, cada dia maiores: "COMO SUSPIRA A CORÇA PELAS CORRENTES DAS ÁGUAS, ASSIM, POR TI, Ó DEUS, SUSPIRA A MINHA ALMA". Salmo 42:1.
Há quase vinte anos eu senti que o Senhor estava falando comigo através de algumas pessoas muito especiais, e a percepção foi tão nítida que, daqueles dias em diante, nunca mais deixei de prestar atenção em tudo o que Ele tem reservado para mim e para a minha casa. Desde aqueles dias percebi como era real em minha vida a expressão do apostolo Paulo que, inspirado, escreveu: “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamadas segundo o seu propósito” Romanos 8.28. Foi pelo que li nas Escrituras que percebi quem eu era e quem o Senhor desejava que eu me tornasse. Um dia, vi estampado diante dos olhos o seguinte texto: “Digna de confiança é esta palavra e merece ser plenamente acolhida por todos: Cristo Jesus veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais eu, em especial, sou o primeiro. Mas, se foi concedida misericórdia, foi para que em mim, por primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a sua generosidade, para que eu servisse de exemplo aos que creriam nele, em vista de uma vida eterna. Ao rei dos séculos, ao Deus imortal, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém” I Timóteo 1.15-17.
Sou profundamente grato aos meus pais na fé, por terem me acolhido com todas as minhas limitações, reconhecendo que o amor de Deus por mim era infinitamente maior. Sou grato a Deus por quem decidiu orar por mim, e o fez por mais de 10 anos. Sou grato a Deus pelos que ainda hoje oram e intercedem por mim e pelas responsabilidades que o Senhor me tem confiado. Sou grato a Deus por uma criança que nunca me havia visto pessoalmente e já orava por mim. Sou grato a Deus por algumas irmãs de idade já avançada, que decidiram orar e entregar a minha nas mãos do Senhor todos os dias. Sou grato a Deus pelas correspondências que recebo a cada dia dando conta das maravilhas que o Senhor faz na vida e na família daqueles à quem pude falar de Jesus. Sou grato a Deus pelos meus colegas de trabalho em quem, a cada dia, tento deixar um pouco do perfume de Cristo. Ah! Senhor, eu tenho tanto para agradecer... Tão somente dá-me forças para continuar, de modo que eu também possa me expressar ao final de tudo, como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” 2 Timóteo 4.7.
Para superar as adversidades de cada dia, Senhor, eu tenho sede de ti. Para vencer o que parece invencível, Senhor, eu tenho sede de ti. Para não permitir que as distrações deste mundo me detenham no caminho, Senhor, eu tenho sede de ti. Porque és Deus, porque és bom e as tuas misericórdias duram para sempre, Senhor, eu tenho sede de ti!
sábado, 12 de fevereiro de 2011
A FORÇA QUE SÓ VEM DE DEUS...
Pr. Raul Marques
“Embora as figueiras tenham sido totalmente destruídas e não haja flores nem frutos; embora as colheitas de azeitonas sejam um fracasso e os campos estejam imprestáveis; embora os rebanhos morram pelos pastos e os currais estejam vazios, eu me alegrarei no Senhor! Ficarei muito feliz no Deus da minha salvação! O Senhor Deus é a minha força. Ele me dá a velocidade da corça e me guia em segurança por sobre as montanhas” Hc 3.17-19 – BV
Quanta gente jovem tem desistido dos seus sonhos? Quantos casais têm desistido da felicidade? Quantas pessoas têm desistido da vida porque encontram diante de si problemas e obstáculos que parecem insolúveis e intransponíveis? Quantas igrejas têm perdido a visão porque o mundo as invadiu de tal modo, que os seus membros parecem sócios; os seus ministros, gerentes; o seu planejamento não é de acordo com Deus, mas de acordo com o mercado. Quantos vocacionados deixaram de prosseguir qualificados por Deus, influenciados pelos métodos de academicismos absolutamente contrários à total dependência do Senhor? Quantos irmãos sabem mais sobre maledicências do que sobre os conteúdos espirituais da sua igreja? Quantos estão perdendo as forças e o entusiasmo porque ao invés de estarem com os olhos postos em Cristo, autor e consumador da nossa fé, desviaram os seus olhares para pessoas, às vezes inescrupulosas e a serviço do mal?
Só há uma maneira de vencermos essas adversidades: pela fé! “Todo o que é nascido de Deus vence (ou está sempre vencendo) o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” I João 5.4. O apóstolo Paulo aprendeu e nos ensinou que “o justo viverá por fé” Gálatas 3.11. O profeta Habacuque também se expressou assim. Aliás, é também o profeta Habacuque quem nos dá a maior de todas as lições sobre como vencer as adversidades desta vida. No capítulo 3 e versículos 17 a 19, ele nos indica qual o caminho através do qual devemos prosseguir diante das tempestuosas situações com as quais nos defrontamos nesta vida; sejam elas relativas aos nossos relacionamentos, atividades religiosas, experiências familiares, caos financeiro, limitações na saúde, conflitos conjugais, contendas entre irmãos, etc. Fazendo analogia das suas palavras, ele diz: Ainda que nada nos pareça ideal, e que as coisas estejam todas fora de lugar; que não haja sequer uma brecha de solução; mesmo que todos tenham desistido de tudo; eu me alegrarei no Senhor! Ele transformará todo o caos. Ele, e somente Ele, me elevará acima de todas essas circunstâncias!“. É por isso mesmo que é importante ter fé, mas isso não vem de nós, não vende em supermercado, não se adquire por herança, não se pode repassar por facilitação; É DOM DE DEUS (Efésios 2.8). Esta é a força que só vem de Deus. Quem quer vencer, precisa buscá-la: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á” Mat.7:7.