domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ah! Se nós amássemos a Jesus...


Pr. Raul Marques

Uma das passagens bíblicas mais inquietantes e ao mesmo tempo mais didáticas para o exercício da nossa vida cristã é aquela em que o Senhor Jesus questiona Pedro de forma contumaz: “Pedro, tu me amas?” (João 21.15-17). Pedro havia sido chamado por Jesus para acompanhá-lo fazendo missões e agora eles estavam próximos do Mar de Tiberíades, na região da Galileia. Pedro há algum tempo atrás teria tido uma imensa fraqueza espiritual e, portanto, teria traído a Jesus. Mesmo assim o Senhor “amou-o até o fim”. Depois de terem participado de uma pesca extraordinariamente diferente, inusitada e sobrenatural, os seus discípulos são convidados para uma refeição. Em seguida, Jesus aproxima-se de Pedro e questiona-o: “Simão, filho de João, amas-me mais do que a estes outros?” e ele lhe respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Jesus então lhe acrescentou: “Apascenta os meus cordeiros!”. E assim fez Ele por três seguidas vezes. Jesus conhecia profundamente a fraqueza de Pedro - a fraqueza humana - e estava cuidando pessoalmente do seu coração, de modo que ele também o fizesse a outros, e outros, e outros, numa prova inquestionável da presença de Jesus em sua vida!
Resta-nos agora um auto-questionamento: “
Será que nós amamos mesmo a Jesus?”. A preocupação de Jesus estava centrada em como Pedro agiria dali em diante com relação às necessidades mais profundas das multidões que lhe seguiam. Que tipo de sentimento Pedro teria para reagir contra o pecado do mundo inteiro. Se Pedro estava certo do seu amor por Jesus, seria conseqüente o seu amor pelos seus semelhantes. Um vulcão de questionamentos agora nos invade: “Se nós amamos mesmo a Jesus é certo que também amamos os nossos irmãos. Então, porque tanta confusão no meio do povo de Deus? Por que disseminamos a maledicência? Por que plantamos a intriga? Por que guardamos tantos pecados não confessados? Por que não temos a humildade de pedir perdão? Por que só nos defendemos atacando? Se dizemos que a Igreja é o Corpo de Cristo, por que largamos esse corpo deixando-o perecer quando ele mais necessita de nós?”. Ah! Se nós amássemos a Jesus... Tudo seria diferente em nossa vida; em nossa casa; e nas nossas igrejas! Não perderíamos tanto tempo com questões improdutivas, e faríamos muito mais pela causa do nosso Deus e Pai. Acabaríamos com todos os campos de guerra e desfrutaríamos da verdadeira paz! Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A RELATIVIZAÇÃO DO PECADO


Pr. Raul Marques


Há uma canção popular que tem a seguinte expressão: “Deus e o Diabo no Rio de Janeiro, cidade de São Salvador”. Como estamos mais uma vez às vésperas da maior, mais extensa e mais propagada festa pagã do mundo – o carnaval -, não é demais refletir sobre o significado ou a falta de significado que o pecado tem trazido às novas gerações.
Que existem meninas e meninos transando aos doze ou treze anos não é mais novidade! Que os casamentos não se sustentam mais e nem conseguem durar até os primeiros cinco anos, também não causam mais espanto em ninguém. Que há uma corrupção generalizada no gênero humano já é sabido, de tal forma que é tida como normal em quase todas as sociedades.
Nunca na história humana se ouviu falar tão insistentemente em pedofilia, pornografia, estupro, aborto, violência moral, assédio sexual, adultério, desvios de conduta, etc. Estamos vivenciando a proliferação avassaladora de um reino de destruição dos valores mais profundos da moral, da família, e da fé cristã. A Bíblia nos alerta sobre este reino mencionando o seu mentor intelectual como “o príncipe deste mundo”.
Nada mais parece ser pecado, isto é, nada mais parece transgredir e violar os valores éticos e cristãos. Tudo parece ter-se transformado numa imensa Sodoma. O pior de tudo isso é que a igreja, organismo criado por Deus para atuar neste mundo como antídoto do mal, sendo sal e luz, está também infectada pelo vírus mortífero do pecado e por este motivo agoniza...Enquanto o país inteiro é invadido pelas orgias e bacanais, bebedeiras e consumos de drogas, na maioria dos casos patrocinadas pelos governos municipais, estaduais e federais, e as manchetes dos jornais estampam o aumento da violência, dos assaltos e das mortes, a igreja se retira para as cavernas sob a alegação de estar separando-se deste mundo em retiros de oração. A relativização do pecado tem possibilitado essa ocorrência. Se nada mais é pecado, então o homem deixou de ser pecador e, portanto, não há como carecer de um Salvador. Sobre este tempo a Bíblia nos informa que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma condição metal reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia” (Rm 1.28-31). Que o Senhor nos ajude a acordar para esta triste realidade. Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Quantas vezes devemos dar nova chance?


Pr. Raul Marques


É impressionante e indiscutível o quanto somos diferentes de Deus! E é profundamente triste saber que já tivemos a sua imagem e a sua semelhança... que já tivemos os mesmos traços do Pai... e que já não podemos mais dizer o mesmo que disse Jesus: “Quem me vê a mim, vê o Pai”. Depois que permitimos a entrada do pecado em nossas vidas nunca mais fomos os mesmos. Houve uma ruptura completa entre nós e Deus. Abriu-se um fosso num abismo de separação e diferenças. Isaías 55.8-9 nos explica a causa de tudo isso: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”.
Todos nós sempre exaltamos a misericórdia de Deus, cantando ou recitando salmos, e lembramos que ela dura para sempre, que ela se renova a cada manhã, mas não praticamos essa idéia na relação diária com os nossos semelhantes. Sabemos que todos os seres humanos têm sua complexidade moral, variação de comportamento, camuflagem de caráter, etc. Todos somos assim; uns mais, outros menos. Embora todos careçamos da misericórdia divina, não nos parece comum exercê-la na direção do outro. “Quantas vezes devemos perdoar?” Essa foi a pergunta que Pedro fez a Jesus. A resposta do Senhor trouxe algo novo, que já não estamos sob a Lei, estamos sobre a Graça de Deus. “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21,22).
Parece que não compreendemos muito bem a resposta de Jesus, mas PERDOAR é um ato de amor com ingredientes disciplinares imprescindíveis à recuperação dos que parecem perdidos e sem concerto. Os que estão se perdendo estão carentes de amor. Os que estão se distanciando estão frios de relacionamentos e envergonhados dos seus atos. Perderam a estima por Deus e não sentem nenhuma estima por si mesmos. O perdão de que tratou Jesus é o sentimento que produz restauração; não é um sentimento maquiavélico ou egoísta, é liberal e voluntário, ético e justo, corretivo e curador. Daí nos vem a pergunta: “Quantas vezes devo dar uma nova chance?”. É importante agora lembrar o seguinte: “Perdoar é um dos atos básicos da fé cristã, pois, a nossa entrada na vida que Jesus Cristo nos ofereceu, só foi possível porque recebemos perdão de nosso Deus e Pai. Ele nos perdoou, mediante a obra de seu Filho feita na cruz, em nosso favor. Amor e perdão sempre caminham juntos. “Deus é amor”, é a mais formosa definição que a Bíblia apresenta. E a maior prova do seu amor para conosco foi perdoar todos os nossos pecados. Porque ele nos ama ele nos perdoou. Perdoar é um atributo de Deus. Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um sentimento, nem depende de nossa vontade ou emoção. A Palavra declara: “sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou” (Efésios 4.32); “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, casa alguém tenha queixa contra outrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3.13). Que Deus tenha misericórdia de todos nós!



sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A RAZÃO DA ESPERANÇA QUE HÁ EM MIM


Pr. Raul Marques


Li recentemente uma notícia na Internet dando conta do suicídio de um dos homens mais ricos do mundo, sobretudo da Alemanha, onde mantinha a maior parte de sua fortuna. Este cidadão, por nome Adolf Merckle, de 74 anos de idade, se jogou debaixo de um trem depois de muito pensar na crise financeira mundial que afetou frontalmente as suas empresas acumulando dívidas grandiosas. Fiquei chocado com o que li e até pensei que fosse uma pegadinha ou, quem sabe, uma falaciosa notícia da mídia sensacionalista, que se nutre de violência e morte. Era tudo verdade, infelizmente. Impactado com este fato busquei pensar no que poderia levar tanta gente ao desespero de não ver qualquer saída em meio às crises que envolvem a vida humana. O que faz, por exemplo, um homem ou uma mulher apaixonados cometerem atos tresloucados contra si mesmos quando movidos pela ameaça do fim de uma relação? O que faz uma pessoa contrair tantas dívidas ao ponto de levá-la a concluir que morrer é a melhor forma de livrar-se delas? O que faz um pai jogar-se de uma ponte sob o efeito da perda repentina de um emprego? O que faz um homem milionário perder completamente as suas esperanças e se desinteressar pela vida? Conclui que quando nos fechamos para Deus todas as portas se fecham para nós! Todo suicídio é o resultado da mais completa presença da desesperança. Fugir da vida, sair de cena, é perder definitivamente o contato com a amargura - pensam os suicidas; embora nem imaginem as conseqüências presentes e futuras dos seus atos desvairados. Pois bem, compreendendo como ninguém as dores mais profundas dos seres humanos, Jesus Cristo nos diz: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” Mt 11.28-30. Além disso, não podemos esquecer as lições que foram aprendidas pelo apóstolo Pedro, que viveu muito próximo de Cristo, se alimentado dos seus ensinamentos e nutrindo a sua fé e confiança naquilo que Ele dizia e fazia. Foi, portanto, o próprio Pedro que afirmou: “Estejam sempre prontos a responder a qualquer um que perguntar sobre a razão da esperança que há em vós” - I Pedro 3.15. Qual a razão por que você vive? Onde está a sua confiança, nas riquezas? Na sua juventude cheia de saúde e beleza? Nos políticos? Nos seus negócios? Na sua capacidade de argumentação? Tudo isto pode sucumbir numa fração de segundos... Jesus Cristo não, Ele jamais irá lhe decepcionar. Antes que o desespero escancare as portas da sua vida, lembre-se do que falou Jesus Cristo, o único que lhe conhece plenamente e está sempre interessado em que você seja salvo da maldição eterna: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo” Ap 3.20. Afinal, qual a razão da esperança que há em você? Se é que há... Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

EU CREIO EM MILAGRES!


Pr. Raul Marques


Os milagres não ocorrem quando existem possibilidades humanas; eles se materializam quando se esgotam as nossas forças; quando se esvaem os nossos sonhos; quando chegamos, finalmente, nos nossos limites. É exatamente nesta hora que o sobrenatural acontece. É aí que entra em cena aquela possibilidade inimaginável. Essa é a hora de Deus agir!
Quando o Senhor Jesus se deparou com um cego, de quem teve muita misericórdia, e perguntou: “Que queres que eu te faça?”, e ele prontamente respondeu: “Senhor, que eu veja!”; aí estava delimitados os dois territórios: o humano e o divino. O cego podia pedir, rogar, implorar e suplicar com lágrimas, mas não podia trazer luz às suas próprias vistas. Jesus, no entanto, podia perfeitamente conceder-lhe essa graça; e foi isso que ele lhe fez.
Tivemos muitas dificuldades ao longo deste ano de 2008. Amargamos inúmeras tragédias pessoais, familiares e em toda a sociedade. Tivemos dificuldades de todo gênero: casais estiveram à beira de uma separação; homens e mulheres estiveram muito próximos de um suicídio; muitas pessoas até sentiram vontade de acabar com a vida de outras; enfim, muita lama correu pelas ruas e avenidas das nossas vidas... Até onde foi possível fazer, fizemos. Aquilo que esteve ao nosso alcance foi feito. Entretanto, quando nada mais restou fazer, então vieram os milagres!
Eu vi pessoas completamente entregues ao acaso que receberam o poder de Deus e foram resgatadas das trevas para a sua maravilhosa Luz. Eu vi gente que julgava não valer mais coisa alguma receber prontamente o amor de Deus através do qual se transformou em uma nova criatura. Eu vi famílias que haviam descido até o fundo do poço, receberem a unção graciosa do Espírito de Deus e de repente começarem a reconstruir tudo!
Eu sei que a vida às vezes não condiz com um mar de rosas; que a felicidade muitas vezes parece teimar em não passar por onde estamos; que as situações nunca são exatamente como queremos; mas uma coisa eu tenho certeza: “Deus não tem prazer na morte de ninguém! Antes, o seu desejo é que todos se convertam e vivam felizes!”. Por isso, haja o que houver, doa o que tiver que doer, mas eu não vou desistir: Eu creio em milagres! Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!