REFUGIADOS...
Pr. Raul Marques
36 muitos enfrentaram zombarias e torturas, outros ainda foram
acorrentados e jogados aos cárceres; 37 apedrejados, serrados ao meio, tentados, mortos ao fio da
espada. Andaram sem rumo, vestidos de pele de ovelhas e de cabras,
necessitados, angustiados e maltratados. 38 Caminharam como refugiados, vagando pelos desertos e montes,
pelas cavernas e buracos na terra. Pessoas das quais o mundo não foi digno! 39 Ora, todos esses, apesar de haverem sido aprovados por Deus
por meio da fé, não presenciaram a concretização do que Ele havia prometido; 40 tendo em vista que Deus havia providenciado algo ainda mais
excelente para nós, a fim de que juntamente conosco pudessem ser eles também
aperfeiçoados. (Hebreus 11-KJA )
Li recentemente alguns artigos estarrecedores! Aliás,
a bem da verdade, não se pode pretender ler, ver ou ouvir outras coisas senão
estas em um mundo que, segunda as Escrituras, “jaz no maligno”. O
primeiro deles traz uma estatística de que “65,3 milhões de refugiados e deslocados (são)
obrigados a deixar suas casas ou seus países de origem em consequência de
guerras ou como vítimas de perseguições, (anunciou a agência da ONU para os
refugiados). Muitos saíram de condições deploráveis para enfrentarem no caminho
muros, xenofobia e leis mais estritas contra a imigração”. Este
número supera o da população do Reino Unido.
O segundo artigo, não menos doloroso, dá conta de que “94% (alguns
dizem 86%) dos jovens evangélicos saem das igrejas para nunca mais voltar. Só
isso já comprometeria, em termos aritméticos, a próxima geração de evangélicos.
As razões alegadas são as mais diversas possíveis, e boa parte delas se deve ao
assédio das atrações “do mundo”, às
novas conquistas intelectuais que esvaziam a noção do sagrado, e o secularismo
exacerbado de nossos dias”. Estes seriam os que “fogem” das
igrejas e se amoldam aos modismos culturais e/ou cientificismos utópicos.
O terceiro artigo, finalmente, “Segundo o
Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente contra a depressão,
e 72% dizem que só estudam a Bíblia, quando estão preparando sermões.
A pesquisa mostrou que 80% acreditam que o ministério pastoral tem afetado
negativamente as suas famílias, e 70% deles acreditam que não tem um amigo
próximo. A expectativa, conforme o relatório do estudo feito pelo Instituto
Schaeffer, é de que 80% dos atuais seminaristas vão deixar o ministério apenas
5 anos depois de formados”.
Há uma gama de deformidades nas relações humanas nos
últimos tempos e, claro, isto tem afetado a relação do homem com Deus. Aliás, a
inversão da ordem dos fatos é ainda mais verdadeira e elucidativa: o humano sem
o divino não se sustém; muito menos a aparência de proximidade com o divino não
resolve os problemas mais profundos da humanidade; o fato é invisível, é
interior, é transcendente. Vivemos, portanto, numa geração inteira de refugiados! Ao tentarmos
fugir de nós mesmos nos revelamos fugindo de Deus. Os refugiados das guerras e
das perseguições religiosas, políticas e étnicas, sofrem porque viverão como
nômades, expatriados, humilhados e excluídos dos direitos mais elementares à
vida. Os refugiados da fé sofrerão a deturpação do caráter e a dor da auto-acusação
por fingirem desconhecer o óbvio na busca da aceitação nos grupos sociais onde
supõem viver a liberdade. Os refugiados da Vida – os suicidas -
buscam, em última instância, a intensidade da última dor, da fuga do desassossego,
dos insucessos, o alívio do peso das cobranças, da ausência dos verdadeiros
amigos, da falta de amparo num ombro fraterno...
Como seria maravilhoso se tudo isto fosse apenas e tão
somente uma ficção! Perdoa-nos, Senhor, por nossa imensa fraqueza humana e
debilidade da fé! Ajuda-nos a entender, e mais que isto, vivenciar aquilo que o
salmista expressou: “O SENHOR é o meu penhasco e minha fortaleza, quem me
liberta é o meu Deus. Nele me abrigo; meu rochedo, meu escudo e o poder que me
salva, minha torre forte e meu refúgio” (Salmo
18.2). Quem sabe, talvez entendamos melhor tudo isto através das palavras
doces, ternas e salvadoras de Jesus na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem
o que fazem!” (Lc 23.34).
Um comentário:
Ótima e oportuna matéria,são dias verdadeiramente muito difíceis, que Deus tenha compaixão da raça humana.
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