sexta-feira, 23 de setembro de 2016

REFUGIADOS...
Pr. Raul Marques


36 muitos enfrentaram zombarias e torturas, outros ainda foram acorrentados e jogados aos cárceres; 37 apedrejados, serrados ao meio, tentados, mortos ao fio da espada. Andaram sem rumo, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, angustiados e maltratados. 38 Caminharam como refugiados, vagando pelos desertos e montes, pelas cavernas e buracos na terra. Pessoas das quais o mundo não foi digno! 39 Ora, todos esses, apesar de haverem sido aprovados por Deus por meio da fé, não presenciaram a concretização do que Ele havia prometido; 40 tendo em vista que Deus havia providenciado algo ainda mais excelente para nós, a fim de que juntamente conosco pudessem ser eles também aperfeiçoados. (Hebreus 11-KJA ) 


Li recentemente alguns artigos estarrecedores! Aliás, a bem da verdade, não se pode pretender ler, ver ou ouvir outras coisas senão estas em um mundo que, segunda as Escrituras, “jaz no maligno”. O primeiro deles traz uma estatística de que “65,3 milhões de refugiados e deslocados (são) obrigados a deixar suas casas ou seus países de origem em consequência de guerras ou como vítimas de perseguições, (anunciou a agência da ONU para os refugiados). Muitos saíram de condições deploráveis para enfrentarem no caminho muros, xenofobia e leis mais estritas contra a imigração”. Este número supera o da população do Reino Unido.
O segundo artigo, não menos doloroso, dá conta de que “94% (alguns dizem 86%) dos jovens evangélicos saem das igrejas para nunca mais voltar. Só isso já comprometeria, em termos aritméticos, a próxima geração de evangélicos. As razões alegadas são as mais diversas possíveis, e boa parte delas se deve ao assédio das atrações “do mundo”, às novas conquistas intelectuais que esvaziam a noção do sagrado, e o secularismo exacerbado de nossos dias”. Estes seriam os que “fogem” das igrejas e se amoldam aos modismos culturais e/ou cientificismos utópicos.
O terceiro artigo, finalmente, “Segundo o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente contra a depressão, e 72% dizem que só estudam a Bíblia, quando estão preparando sermões. A pesquisa mostrou que 80% acreditam que o ministério pastoral tem afetado negativamente as suas famílias, e 70% deles acreditam que não tem um amigo próximo. A expectativa, conforme o relatório do estudo feito pelo Instituto Schaeffer, é de que 80% dos atuais seminaristas vão deixar o ministério apenas 5 anos depois de formados”.
Há uma gama de deformidades nas relações humanas nos últimos tempos e, claro, isto tem afetado a relação do homem com Deus. Aliás, a inversão da ordem dos fatos é ainda mais verdadeira e elucidativa: o humano sem o divino não se sustém; muito menos a aparência de proximidade com o divino não resolve os problemas mais profundos da humanidade; o fato é invisível, é interior, é transcendente. Vivemos, portanto, numa geração inteira de refugiados! Ao tentarmos fugir de nós mesmos nos revelamos fugindo de Deus. Os refugiados das guerras e das perseguições religiosas, políticas e étnicas, sofrem porque viverão como nômades, expatriados, humilhados e excluídos dos direitos mais elementares à vida. Os refugiados da fé sofrerão a deturpação do caráter e a dor da auto-acusação por fingirem desconhecer o óbvio na busca da aceitação nos grupos sociais onde supõem viver a liberdade. Os refugiados da Vida – os suicidas - buscam, em última instância, a intensidade da última dor, da fuga do desassossego, dos insucessos, o alívio do peso das cobranças, da ausência dos verdadeiros amigos, da falta de amparo num ombro fraterno...

Como seria maravilhoso se tudo isto fosse apenas e tão somente uma ficção! Perdoa-nos, Senhor, por nossa imensa fraqueza humana e debilidade da fé! Ajuda-nos a entender, e mais que isto, vivenciar aquilo que o salmista expressou: “O SENHOR é o meu penhasco e minha fortaleza, quem me liberta é o meu Deus. Nele me abrigo; meu rochedo, meu escudo e o poder que me salva, minha torre forte e meu refúgio” (Salmo 18.2). Quem sabe, talvez entendamos melhor tudo isto através das palavras doces, ternas e salvadoras de Jesus na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem!(Lc 23.34).

Um comentário:

Unknown disse...

Ótima e oportuna matéria,são dias verdadeiramente muito difíceis, que Deus tenha compaixão da raça humana.