É PRECISO MORRER!
Pr. Raul Marques
L
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endo recentemente um artigo do Pr. Ricardo
Gondim (O dilema de recuar ou prosseguir) relatando a
sua via crucis na busca de um chão menos movediço no terreno
religioso, deparei-me com este comentário de um dos seus leitores, que me levou a pensar... Afirmou o comentarista: “Tá tudo tão
confuso no meio religioso, que eu vou colocar um faixa no meu carro dizendo:
não me siga que eu também estou perdido” (Lima, 18 de Fev, às 08:26). A Bíblia
ensina que "Todos se extraviaram e, juntamente, se fizeram inúteis
e imundos; não há quem faça o bem" (Salmo 14:3; Romanos 3:12). Não
seria também isto que o salmista e o escritor da Carta aos Romanos pretenderam
dizer a muito tempo atrás?
Lendo John Piper encontramos o seguinte: “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” Romanos 3.23. O que significa “destituídos
da glória de Deus”? Significa que nenhum de nós confiou e estimou a
Deus da maneira que deveríamos. Nós não ficamos satisfeitos com a sua grandeza
e não andamos em seus caminhos. Temos buscado nossa satisfação em outras
coisas, e as tratamos como mais valiosas do que Deus, e isso é a essência da
idolatria (Romanos 1:21-23). Desde
que o pecado entrou no mundo todos nós temos sido profundamente resistentes a
ter Deus como nosso tesouro todo-satisfatório (Efésios 2:3). Isto é uma ofensa terrível contra a grandeza de Deus
(Jeremias 2:12-13).
Vivemos numa época em que os homens decidiram recriar
a Torre de Babel. Não há nada de errado na construção de novas formulações e
paradigmas, entretanto, não podemos continuar edificando construções cada vez
mais altas em terrenos cada vez mais arenosos... Como o Pr. Ricardo outros
milhares se questionam: “Porque nos colocaram dentro desta gaiola se o nosso
anseio maior é voar?”. O pior é que esta gaiola fomos nós que a fizemos! Jesus
Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne, asseverou: “Se, pois, o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres!” (João
8.36).
Creio piamente que todos ansiamos a mesma coisa: Morrer!
Mas, morrer para um novo nascimento, da água e do Espírito. Um nascer de cima
para baixo. Um nascimento não do útero, como pensou Nicodemos, mas de Deus,
como afirmou Jesus. Aliás, foi Ele mesmo que indicou este caminho: “Na verdade,
na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica
ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12.24).
Precisamos morrer para a mediocridade religiosa e
renascer para uma espiritualidade sadia, ainda que pareça chocante aos olhos de
muitos; ainda que pareça insensata aos quereres de outros. Jesus não se deteve
diante das afrontas, dos xingamentos, dos censores e dos acusadores de plantão;
Ele tão somente seguiu os planos do Pai. Espelhado nisto, o Espírito Santo
inspirou a Carta aos Romanos, particularmente no capítulo 12 e versos 1 e 2: “Rogo-vos,
pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não
sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus”.
Um comentário:
Bom dia meu amigo! Às vezes também sou invadida por angústias, quando percebo nas atitudes das pessoas o distanciamento à premissa de "amai ao próximo como a sim mesmo". Não compreendo porque é tão difícil para algumas pessoas fazerem o bem e o que é certo. Quando permitimos que o amor nos faça companhia o dia é tão mais leve e grandioso; adormecemos com uma sensação de leveza na alma... É uma pena que a nossa volta existam tantas pessoas que precisam morrer como o grão de trigo para, assim, viver no amor de Deus e ser responsável pela felicidade de tantas outras.
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