quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Copa e a Culpa...


Pr. Raul Marques


Uma das armadilhas mais terríveis de Satanás é a transferência de culpa. Ele instiga as pessoas a não assumirem seus erros, repassando-os a outros, numa incansável busca pela apresentação de bodes expiatórios... Foi assim desde o princípio quando ele engodou os primeiros humanos. Foi assim quando o homem, achando-se culpado, buscou transferir a culpa para a mulher, que buscou transferir para a serpente, e esta, é claro, quis de pronto, culpar a Deus. Assim tem caminhado a humanidade.
Recentemente nós vimos este episódio repetindo-se na vida do Técnico da nossa Seleção Nacional, durante os meses que antecederam a Copa do Mundo, durante e depois da sua realização. Dunga classificou o Brasil com folga nas Eliminatórias; fez bonito na Copa das Confederações, e dirigiu a Canarinha com todo êxito até o fatídico jogo contra a Holanda que, infelizmente, nos colocou de volta para casa mais cedo do que esperávamos.
Quantas lições interessantes podemos aprender aqui? Primeiro: ninguém pode ganhar tudo o tempo todo; Segundo: todos somos falhos e passíveis de contratempos; Terceiro: todas as outras Seleções estavam ali para ganhar; Quarto: quando estamos à frente de qualquer empreendimento temos a responsabilidade de realizar tudo para satisfazer a expectativa de muitos, o que nem sempre ocorre positivamente; Quinto: enquanto estivermos ganhando seremos admirados, quando, no entanto, alguma coisa não der certo, é hora de buscar o famoso bode expiatório. Se, porventura, Dunga tivesse sido campeão, certamente seria ovacionando mesmo com todos os desacertos e condutas contraditórias existentes. Técnico não bate pênalti; não sofre falta; não bate escanteios, etc. e etc. Uma Seleção é um conjunto de forças, de quem faz parte também a torcida de uma nação inteira. A Seleção brasileira não foi bem, portanto, todos são responsáveis por isso. No entanto, ao invés do reconhecimento deste fato, parece-nos mais cômodo transferir a CULPA; parece que alivia mais a dor geral; entorpece; anestesia o coração ferido...
Tudo isso tem a ver com culpabilidade adquirida através da transgressão do homem contra Deus. O caráter humano foi alterado. A Bíblia nos informa que “
Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Ora, Jesus veio a este mundo por amor a todas as pessoas, no entanto, foi crucificado e morto. Ele veio para nos encher de vida abundante; não obstante, recebeu indignação e rebeldia. Transferimos para Jesus toda a nossa culpa e desgraça, ainda que soubéssemos que Ele não tinha culpa alguma. A transferência de culpa ocorrida contra o Técnico da Seleção é a mesma que se repete nos casamentos, nas relações de amizade, nos negócios, enfim, basta somente que os nossos interesses sejam contrariados e já começamos por atirar a primeira pedra.
No jogo da vida, será que temos jogado limpo? Será que temos feito a nossa parte? Na Copa da nossa existência, temos sido honestos e corretos no julgamento alheio? Cuidado, você hoje pode estar confortável na condição de ser pedra; amanhã, quem sabe, esteja exposto aos estilingues, como vidraça...

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