NA HORA DA AFLIÇÃO...
Pr.
Raul Marques
“Quantas perseguições suportei! Contudo, de todas o Senhor me livrou!”
II Tm 3.11
Não
há criatura humana alguma que não viva dias de aflições e sofrimentos repetidas
vezes neste mundo! Primeiro, porque viver já pressupõe um estágio de mergulho
no mais profundo dualismo: lágrima e sorriso, prisão e liberdade, doce e
amargo, frio e quente, vida e morte, finalmente... Segundo, porque dor e
sofrimento são partes integrantes do crescimento humano, desde a gênese.
A
Bíblia nos ensina que Deus, Criador e Mantenedor de todas as coisas,
providenciou socorro para as aflições de suas criaturas, não deixando-lhes no
mar à deriva, ainda que tenham escolhido
caminhos não
indicados por Ele. Aliás, Ele é muito mais que socorro, Ele é refúgio e
fortaleza; abrigo seguro; rocha em que podemos pisar com firmeza!
Observando,
por exemplo, a vida do apóstolo Paulo, notamos as profundas mudanças ocorridas,
desde a simples e metafórica troca de nomes – de Saulo para Paulo -, até a mais
complexa situação de perseguição, prisão, traição e luta pela sobrevivência física
e ideológica. “Não é o servo superior ao seu Senhor” disse-nos Jesus! Não
haveria de ser diferente com todos os que buscam, de alguma maneira, demonstrar
semelhanças com o Cristo de Deus!
Foi
assim que ele se expressou certa vez, em meio às farpas que lhe eram dirigidas
ou sofrimentos que lhe eram impostos: “São
eles servos de Cristo? - estou fora de mim para falar desta forma - eu ainda
mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais
severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus
trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado,
três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive
continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios,
perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios;
perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos
irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e
sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso,
enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com
todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se
escandaliza, que eu não me queime por dentro?
Se devo orgulhar-me,
que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza”
II Coríntios 11.23-30.
Não
fomos projetados para o sofrimento, mas, desviados do projeto original de Deus,
Ele mesmo se encarregou de nos prover nas nossas mais profundas carências.
Nenhum sofrimento é sem causa... Se achamos que não o merecemos, que ao menos
saibamos sair dele fortalecidos pelas lições! Foi assim que Paulo concluiu ao
dizer, pelo Espírito Santo, a seguinte expressão: "...mas
ainda que o nosso homem exterior se corrompa, todavia, o homem interior se
renova de dia em dia" II Coríntios, 4:16. É
assim que também sinto.
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