A ERA GLACIAL...
Pr. Raul Marques
“...e, por se multiplicar a
iniquidade, o amor de muitos esfriará” - Mateus 24:12
“Em torno de 60 milhões de anos atrás, a temperatura
da Terra sofreu uma enorme queda. Em razão disto não houve calor suficiente,
durante o verão, para derreter a camada de gelo que costumeiramente se formava
nas grandes altitudes durante o inverno. Diante desse fenômeno, as geleiras,
aos poucos, soltaram-se das montanhas, fato que originou um grande desgaste nas
rochas enquanto carregavam a argila por muitos quilômetros. Por fim, uma enorme
área da região norte da Europa foi coberta por uma espessa camada de gelo. Este
acontecimento foi o marco inicial da última Era Glacial ou Idade do Gelo. O
mundo todo foi afetado por este fenômeno, desde o continente europeu até as
regiões centrais. Os únicos seres que conseguiram sobreviver a este
período foram os animais com maior quantidade pelos, como por exemplo, o
rinoceronte lanoso, os primitivos antílopes e alguns mamutes” (http://www.suapesquisa.com/pesquisa/eraglacial.htm). Este fenômeno ocorreu no exterior do homem, no mundo
que o cerca.
É espantoso que tal era esteja centrada
agora o interior do homem! As regras mínimas sobre ética, moral-social
e, sobretudo, espiritual, têm desgraçado as sociedades do mundo moderno, de tal
modo, que a frieza das relações sócio-afetivas constitui hoje o mais devastador
dos fenômenos terrenos, na alma humana!
As relações têm se tornado superficiais e
interesseiras. As famílias são o alvo mais buscado por esta tempestade
avassaladora de impiedade e descompostura que grassa sob a égide dos modelos
sócio-político-culturais reinantes.
Penso que aquilo que Jesus Cristo estava alertando aos
discípulos e às multidões que lhe acompanhavam, está materializado neste modo
de vida que levamos hodiernamente.
O apóstolo Paulo revelou muito bem a fotografia deste
quadro caótico quando, escrevendo a Timóteo, disse: “Sabe, porém,
isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela. Destes, afasta-te” (2 Timóteo
3:1-5).
Estamos vivendo em plena era glacial da alma! Não são
poucas as notícias de pessoas que se decepcionam com a vida religiosa que
escolheram! Não são poucos os grupos de pessoas frustradas e desiludidas em
função da frieza perturbadora das relações pessoais. Não são poucas as
“igrejas” que perdem a “simpatia” das comunidades em que estão plantadas! Não
são poucos os líderes que buscam caminhos alternativos para o exercício da fé!
Recentemente quatro pastores se suicidaram; três nos
Estados Unidos, e um no Brasil, na Bahia. Talvez, quem sabe, para evitar fins
trágicos assim, outros preferiram caminhos dissidentes como, por exemplo, a
vida que viveu Rubem Alves, escrevendo, dando palestras, influindo mais
positivamente diante da adversa era glacial da alma dos homens!
Jesus Cristo inspirou João para escrever sete Cartas
às Igrejas da Ásia. À Igreja de Éfeso, Ele expõe esta mesma tragédia ao
advertir: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro
amor” Apocalipse 2:4. Era exatamente sobre isto que Jesus advertia aos
discípulos e às multidões: “...e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de
muitos esfriará” - Mateus 24:12. Temo que estejamos vivendo a
plenitude deste tempo predito pelo Mestre...
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