MANICÔMIOS...
Pr. Raul Marques
H
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á algum tempo ouvíamos freqüentemente a expressão “Este mundo
virou uma imensa Babel!”. Era, talvez, o diagnóstico mais evidente de que
estávamos todos perdendo a capacidade do diálogo e do entendimento entre os
homens na terra. Tantas coisas já passaram... Vivemos um tempo cada vez mais
técnico, mais utilitário e mais anacrônico! Nunca vivemos tanta frieza e
desprezo uns pelos outros como temos observado agora... Somos hoje quase 7
bilhões de seres humanos trancados em manicômios sociais que são denominados
estranhamente de Shoppings, Universidades, Estádios, Empresas, Igrejas
e Lares da modernidade. Vivenciamos uma esquizofrenia social
sem precedentes!
A mente e o coração da humanidade estão enfermos. A nossa espantosa forma de viver hoje me fez lembrar um episódio temerário que eu e minha esposa experimentamos em um dos edifícios mais altos do Rio de Janeiro, quando ficamos trancados por alguns infinitos minutos dentro de elevador onde estavam, mais ou menos, umas 15 pessoas. De repente houve uma interrupção de energia elétrica e a máquina parou entre dois andares: o vigésimo primeiro e o vigésimo segundo. Passados alguns poucos minutos, as pessoas começaram a olhar umas para as outras com espanto e estranheza. Ninguém queria ficar perto de ninguém porque parecia que cada um tomava para si o oxigênio do outro... A coisa foi ficando dramática até que, de repente alguém do Corpo de Bombeiros gritou para que ficássemos tranquilos pois eles estavam providenciando a nossa descida mecanicamente pela brecha que abririam entre um e outro andar. Vejo muita semelhança deste fato com a nossa maneira moderna (?) de viver. Ninguém visualiza o coletivo antes do particular. Estamos juntos, porém, estranhamente distantes. A árvore que dá sombra e que dá frutos agora tem dono. Dizemos viver em sociedade, mas o que importa mesmo é “cada um no seu quadrado”, mesmo que nada façamos para que todos tenham o “seu quadrado”.
A mente e o coração da humanidade estão enfermos. A nossa espantosa forma de viver hoje me fez lembrar um episódio temerário que eu e minha esposa experimentamos em um dos edifícios mais altos do Rio de Janeiro, quando ficamos trancados por alguns infinitos minutos dentro de elevador onde estavam, mais ou menos, umas 15 pessoas. De repente houve uma interrupção de energia elétrica e a máquina parou entre dois andares: o vigésimo primeiro e o vigésimo segundo. Passados alguns poucos minutos, as pessoas começaram a olhar umas para as outras com espanto e estranheza. Ninguém queria ficar perto de ninguém porque parecia que cada um tomava para si o oxigênio do outro... A coisa foi ficando dramática até que, de repente alguém do Corpo de Bombeiros gritou para que ficássemos tranquilos pois eles estavam providenciando a nossa descida mecanicamente pela brecha que abririam entre um e outro andar. Vejo muita semelhança deste fato com a nossa maneira moderna (?) de viver. Ninguém visualiza o coletivo antes do particular. Estamos juntos, porém, estranhamente distantes. A árvore que dá sombra e que dá frutos agora tem dono. Dizemos viver em sociedade, mas o que importa mesmo é “cada um no seu quadrado”, mesmo que nada façamos para que todos tenham o “seu quadrado”.
Vivi recentemente algumas experiências
que embasam tristemente esta realidade. Conheci uma jovem de 23 anos, com 3
filhos, acometida de 6 cânceres, que de tanto pavor da morte deixou de depender
de 4 doses diárias e controladas de morfina para alívio de suas dores, para
tornar-se dependente de mais 50 doses diárias, adquiridas ilicitamente, com
traficantes de medicamentos. Conheci um jovem de 25 anos que se tornou
dependente químico dentro de um quartel militar. Tomei ciência de que um irmão
voltou à lama das drogas e sua família foi desprezada como se não houvesse mais
chances de tratamento e do exercício da misericórdia. Vejo pessoas que antes
eram ovacionadas, agora escandalosamente expostas ao ridículo, sem o menor
arrepio na moral.
Estamos todos dentro de um grande
manicômio social! Nunca tivemos tantas pessoas doentes da alma como agora. Nunca
se viveu no mundo sob tanta desconfiança e suspeita. A espiritualidade nunca
pareceu-nos tão inútil sob tantas regras esdrúxulas e extemporâneas. No
entanto, a despeito de todo este caos, a solução está nos ensinos de Jesus,
resumidos nesta porção: “Disse-lhes Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande
e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” Mateus
22.37-40. Que o Senhor tenha misericórdia de nós!
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